RECUPERAR OPORTUNIDADES PERDIDAS <prima aqui>
O tema é recorrente e velho; os condicionalismos impostos pelos anestesistas criam um fenómeno a que vamos chamar o "gargalo da anestesia", onde passam, em fileira, na medida das conveniências do grupo, os números espremidos das cirurgias controladas.
Outros países mais dinâmicos e menos corporativistas, na área dos respetivos SNS, do que em Portugal, onde não há medicocracias, nos quais os Médicos, só tratam das doenças, quando surgem, naturalmente, sem pressões hipocondríacas, são os Enfermeiros, que anestesiam, rebentando o gargalo.
Há, na França, país bem próximo de nós, experiências e práticas, na área da anestesia, realizadas por Enfermeiros anestesistas, que podíamos aplicar em Portugal, nos grandes hospitais, com a possível drenagem dos Enfermeiros experientes, para os hospitais mais pequenos.
Também, em vários dos Estados dos EUA, já combateram a praga da ditadura dos anestesistas com a atribuição dessas competências aos Enfermeiros anestesistas, Estados, onde os advogados ganham o seu pão a processarem quem maltrata os doentes. Não conhecem a medicina defensiva, como cá se pratica.
Era eu Enfermeiro Diretor, no HSJ, decorria o ano de 2002.
Faltavam 332 Enfermeiros no bloco cirúrgico central, que fui repondo, para erradicar a desculpa de que não operavam porque faltavam Enfermeiros. Habilidosamente, o Presidente do CA, de então, anestesista profissional, vendo que estragava, com esta atitude da minha responsabilidade, o negócio a alguém, e já se vê a quem, moveu um processo, para me atingir, ao Enfermeiro Chefe, onde se fala em desperdício de pessoal. Tapado este buraco gerador de desculpas, começaram os anestesistas a fazer o seu número de circo, bem mal treinado, por sinal...
Já, então, este problema estrangulava o movimento cirúrgico, preenchida, que foi, a escassez de Enfermeiros.
O Presidente do CA do Hospital era anestesista, com certa hegemonia, no meio profissional. A sua estratégia era a do gato escondido com o rabo de fora.
Não era, portanto, a pessoa mais indicada, para criar condições de legitimar aquilo que os Enfermeiros de anestesia, já fazem, de há muito; alguns habilitados, até, com mestrados na área.
Foi a mim que o diretor da Faculdade Medicina se dirigiu para alargarmos o âmbito aos Enfermeiros anestesistas, de forma organizada e reconhecida.
E não é preciso fazer um milagre, ou tirar um coelho da cartola; basta legitimar e respopnsabilizar os Enfermeiros, que já fazem isso, na prática, sem honra nem glória.
Pois não querem saber que foram os próprios Enfermeiros, que me moverram um processo de recusa da ideia e da sua concretização.
Galileu Galilei, para não ir parar à fogueira, que era o método usado, no seu tempo, para suprimir os desalinhados, teve de escrever, no livro da sabedoria reinante; e assinar, que era o sol que andava à volta da terra e não o contrário.
À saída do suplício disse, a meia voz: "E apesar disso, a terra move-se".
Salvaguardadas as proporções e distâncias, continuo, na minha; recorram aos Enfermeiros, que já fazem isso, na prática, não reconhecida e verão que o problema do espartilho das anestesias dissolve-se, quimicamente, como por encanto.
Isto se quem manda quer mesmo resolver o problema pelo lado correto e certo.
O atual diretor clíco do CHSJ é muito astuto e, ao que dizem, nunca o viram dançar, apesar da sua estatura meã.
José Azevedo
Mas...
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