sexta-feira, 4 de novembro de 2016

DOIS PROVEITOS NÃO CABEM NO MESMO SACO




De: Ana Sofia [mailto:asofia@ordemenfermeiros.ptEm nome de Gabinete Bastonária
Enviada: quinta-feira, 3 de Novembro de 2016 11:30
Assunto: Envio de informação 

Exmo.(a) Senhor(a) 
Presidente(a) do Sindicato,

No seguimento do mail recepcionado nos nossos serviços, cujo teor passo a transcrever, cumpre-me em nome do Senhor Enfermeiro Luis Barreira Vice-presidente do Conselho Directivo, proceder ao seu envio bem como resposta remetida, para conhecimento de V.Ex.a. .

“ Boa tarde

É lamentável que haja profissionais que se recusem a ir buscar um doente que tem alta de uma "unidade de cuidados intensivos" para o serviço (ortopedia do hosp Padre Américo em Penafiel) por alegar que ao fazê-lo está a furar uma greve.
Cheguei às 11 h ao serviço de ortopedia às 13 h a enfermeira de serviço disse me que só estava a espera que a auxiliar acabasse de distribuir os almoços para irem buscar a doente, e às 15 horas a enfermeira que entra diz que não a vai buscar em virtude de so estar a cumprir serviços mínimos e que ligou para o piquete de greve  que lhe disse que não devia ir. Coitada além de não ter qualidades humanas e ética profissional não tem vontade própria e necessita de orientação do piquete de greve.
Deixa se um doente mais uma noite sem dormir e onde o risco de infecção hospitalar é mais elevado em nome da defesa da classe ( se é que faz sentido chamar profissional a este tipo de pessoa). 
Também sou profissional de saúde nas a minha formação como pessoa e profissional não me deixa que não me manifesta Não entendem que só contribuem para a má imagem da sua profissão. 

Sei que não é a ordem que convoca a greve mas é importante que saibam a qualidade ( falta de qualidade) dos vossos profissionais”.

Resposta remetida:

Ex.ma Senhora,

No seguimento do seu e-mail recepcionado nos nossos serviços no dia 13 p.p, venho por este meio agradecer o seu envio e informar que a Ordem dos Enfermeiros está atenta e alerta relativamente a esta matéria, no entanto, em dia de greve, compete aos Sindicatos zelar pelo bom funcionamento dos serviços e clarificar o que são serviço mínimos, embora entendamos que o que invocou não configura serviços mínimos, salvo melhor opinião das Estruturas Sindicais.”

Com os meus cumprimentos
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Agradecemos à Ordem dos Enfermeiros os comentários acima, pois encerram os ou, ou da questão:
Ou os Enfermeiros têm direito a fazer greve, como todos os outros trabalhadores, para defenderem os seus direitos e interesses (não para fazer política partidária à PCP) e provocam danos e incómodos, e quantos mais provocar, melhor é a greve, como qualquer greve, aliás: confitos de direitos e interesses opostos;
Ou não têm direito a fazer greve (há países como a Inglaterra, onde são outros trabalhadores a fazer greve pelos e para os Enfermeiros) e não há problemas de "choraminguices" de "louva minhas", que só vêem mal no uso das liberdades constitucionais dos trabalhadores, mas não têm olhos para verem o que foi causa da greve.

Com amizade,
José Azevedo

Post Scriptum (PS):

Portanto; se fizerem o que a Convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho) determina, desde 1977 e que foi aceite e ratificado em 1981, pelo Estado Português, aytravés do decreto 80/81, Convenção 149, não há recurso às greves.
É precisamente pelos estragos que possam causar e a natureza humana desses estragos, que os responsáveis da OIT alertam os Estados subscritores, nos quais se inclui Portugal, para o dever que têm de abreviar as negociações e criar condições que não estimulem o recurso à greve.
E o que têm feito os Governos, no processo negocial dos Enfermeiros?!
Exatamente o contrário do que a convenção da OIT nº 149/81 determina. Feitios...
(José Azevedo)

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