segunda-feira, 23 de março de 2015

HERMENÊUTICA - CIÊNCIA DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA INTERPRETAÇÃO

Vamos filosofar um pouco.
Hermenêutica sendo a ciência e arte de interpretar claramente o que está escondido na obscuridade dos textos; é a razão formal de interpretação da toda a palavra humana, está, por isso, ligada à realidade ôntica (essência) dessa mesma palavra-veículo do verbo mental, ideia, conceito, que o homem formula e exprime.
E se a palavra não esgota o pensamento, contudo é autenticamente representativa dele.
Wittgenstein, filósofo austríaco, tinha a mania de dizer: "o meu mundo é o mundo da minha linguagem". Isto significa mais ou menos que o que eu não sou capaz de dizer por palavras, não existe.
Mas não basta dizer; é preciso compreender o que se diz. Aí, entra a hermenêutica.
O que é requerido para a compreensão da coisa, não é tanto o desocultar dos factos, nem as interferências logicamente válidas, nem tão-pouco a construção de teorias, mas antes o ponto de vista correcto, a partir do qual se pode ver uma saída de um problema, assim como o ângulo certo permite permite que se perceba uma piada e se desfaça um paradoxo, tornando-o familiar e claro.

Vamos, agora à aplicação prática recorrendo à arte de interpretar as linhas mestras de um texto.
Uso para exemplo o que um escritor de temas de economia vai dizendo, do seu mundo, o da sua linguagem, portanto, numa lingueta de palavras a que dá o nome de a "a cor do dinheiro", que, para os Enfermeiros, é muito escura, tão escura que nem o conseguem ver.
Disse Camilo Lourenço de seu nome, a propósito do que sabe e pensa de pedinchões, num país de pelintras mentais:[Profissão: pedinchice. País: Portugal]. Este o cabeçalho da sua inspirada derivação linguística, acerca da emigração anormal dos Enfermeiros e do que eu, José, disse acerca disso.
Ora Camilo infere, segundo o o mundo da sua linguagem, o seguinte: [José Correia Azevedo, do Sindicato dos Enfermeiros (do Norte) aproveitou as estatísticas para dizer que a culpa é do governo, que não aposta nos cuidados de enfermagem. Curiosamente esqueceu-se de dizer que em 2014 emigraram menos 17, 3% de enfermeiros.
O argumento é tão idiota que até surpreende que os sindicatos insistam nele. Porquê? Porque não ataca a raiz do problema: estamos a formar enfermeiros acima das necessidades do país. Levando à letra as palavras de Azevedo (sou eu), isso implicaria que o Estado (os contribuintes) os contratasse só para não ficarem desempregados].
Camilo diz mais coisas dentro do pequeno mundo da sua limitada linguagem, que, por sua vez, o torna ainda mais pequeno. Mas, para os curiosos, está exposto o texto, na íntegra, no ficheiro {quem te manda sapateiro Camilourenço tocar rabecão}. Pois é para saber quem mandou Camilourenço tocar rabecão, que vamos fazer este pequeno exercício de hermenêutica, a partir das linhas mestras, ou de força, do que escreveu, pensar, por seu lado, interpretar o que eu, José, disse, acerca do desperdício de estarem os nossos maus governantes, a poupar na farinha o que gastam, depois, em farelo, que é comida de porcos.

Peguemos, agora, em alguns dados reais para fazer uma interpretação correcta e com lógica, da coisa.
1 - É facto insofismável que Sindicato é uma organização resultante da vontade comum do grupo que a cria, com um fim comum: a defesa dos interesses profissionais dos seus associados, que descobriram que a união gera a força que se impõe para serem bem sucedidos nos contacto com os patrões beneficiários da força do seu trabalho, pelo menor custo possível. Não é, portanto, uma associação de bons costumes, nem de caridade ao próximo. É um grupo com fins opostos aos do patronato: o Sindicato procura auferir o máximo vencimento, com o mínimo esforço; o Patrão procura atingir o máximo rendimento com o mínimo investimento. Esperar destes grupos o contrário disto é ilógico.

2 - Quem representa o empregador usa as armas, que pode e estão ao seu alcance, para despistar os sindicatos, desacreditando-os, perante o Povo, associado e não associado. Logo, um dos meios é a comunicação social e os seus agentes.

3 - Quem terá interesse em desacreditar o nosso Sindicato, quando este afirma que a eficácia do SNS, está mal governada e gasta pouco dinheiro com os Enfermeiros que são a estrutura do SNS e, quantos mais Enfermeiros mais rendimento e racionalização do binómio custo-benefício?

4 - Quem diz que o Ministério da Saúde não é para garantir emprego, mas para prestar serviços?

5 - Quem esteve ligado à montagem duma máquina infernal de cercar os fugitivos dos impostos?

6 - Quem vê os cuidados de saúde pela perspectiva dos gastos e não da sua eficácia?

7 - Quem é o jornalista, que vive das informações, que lhe veem das Finanças e de quem as gere?

É exatamente aquele que escreve: profissão pedinchice; país, Portugal.
É aquele que pode conservar laços de afectividade e solidariedade com quem trocou informação e a quem pode, por solidariedade, dar uma ajuda, para desacreditar o nosso Sindicato dos Enfermeiros, que está a dar as pancadas no sítio certo.
Ora como os amigos são para as ocasiões, por que não usá-los, em circunstância?

Eis um pequeno exercício de hermenêutica, que através das linhas de força, que se cruzam, num texto, permite interpretá-lo, com uma margem mínima de erro.
É só pôr o nome, de quem está em recorrer aos Camilourenços. E não é preciso dizer muito mais. Basta experimentar 2 ou 3, para ver como se ajustam.

Já agora, Sr. Camilourenço, leve esta de brinde: se a Profissão Enfermeira, que lhe há-de unir os queixos, na hora do ajuste de contas, tivesse por hábito pedinchar, não esta tão escandalosamente mal paga, caso único nos licenciados e, ainda por cima, com o grau 3 de complexidade, no exercício; já teria instituído uma taxa moderadora, vulgo gorjeta, junto dos utentes, em vez de ter de se sujeitar a trabalhar em dois postos de trabalho para ganhar menos do que outros, com grau de complexidade de exercício bem menor, ganham.
Ao longe, ouço o eco..."quem te manda sapateiro Camilourenço, tocar rabecão" sem pedires autorização à rabeca!

Com amizade,
José Azevedo

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