Quando se perverteu o conceito de saúde, um bem a preservar, substituindo-o pelo da doença; um negócio em que vale a pena insistir e investir como diziam os indicadores económicos, lenta e progressivamente os Médicos foram-se instalando, na pirâmide da Administração do SNS.
O argumento é o de que só eles é que tinham as condições ideais, para o efeito.
Transformaram os Serviços numa espécie de juízes, em causa própria, bacoquice, só possível, nesta Lusa Gente.
Os resultados estão à vista:
A prioridade foi dada ao que dá dinheiro.
O mal começa pelo sistema de cálculo, os Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH), onde impera a cirurgia e acaba, no desprezo pela medicina e pela prevenção da doença e promoção da saúde, tirando uma ou outra maratona das bem intencionadas e ao serviço de causas justas.
O reflexo é que os instalados julgam que não têm o dever de dialogar com os Sindicatos representantes dos Enfermeiros e relegam para última das últimas prioridades o dever de diálogo.
Mesmos os Administradores vergam a cerviz aos Médicos, perante os instalados, perdendo progressivamente, as características, que já tiveram e subordinando o seu papel administrador da coisa, ao de opinião do perito.
Os resultados estão à vista!
E só não são mais demolidores, porque os Enfermeiros têm sido enganados por algumas das estruturas sindicais e Ordem, que lhes destruiriam a carreira, para os elegerem como mola de ataque.
Neste contexto, são explorados, até à medula e mal pagos, outra das estratégias de algumas estruturas sindicais da nossa Profissão.
O fenómeno de transformar o Enfermeiro em "pau para toda a colher", é particularmente notório, em vários Centros de Saúde, ditos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), por conveniência de conseguir tachos, na lógica do "tachista", e na perspectiva de quem os criou, para que garantam o "comer e calar" ou deixar que outros o façam. Neste contexto, os Enfermeiros são incómodos e não davam garantias. Foram sendo afastados.
Os resultados estão à vista.
O ACES Cávado II - Gerês Cabreira, onde a promiscuidade faz carreira pública e um I.U. finge de Director Executivo é um exemplo.
Sossega, jacaré, porque a lagoa vai secar!
Com amizade e serena preocupação,
José Azevedo
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