domingo, 20 de setembro de 2015

SAÚDE24 E A CONCORRÊNCIA


Imaginem, por momentos, qual é a concorrência que se sente mal com estas coisas da Informação segura e atempada dos Enfermeiros, aos potenciais clientes da concorrência com os consultórios às moscas e os serviços de urgências, onde trabalham comem-e-dormem.
O Ministro da Saúde se obedecesse menos ao mandante da Ordem dos Médicos, o que inspira os críticos a dizer que o verdadeiro ministro é o mandante e pela forma como o titular trata os Enfermeiros, que equilibra o deslize das finanças do Ministério à custa do bárbaro sacrifício dos Enfermeiros.
Como os 85% do total das remunerações do MS reverte para os Médicos, ficando a migalha dos 15% para todos os outros trabalhadores, incluídos os Enfermeiros; não excluímos as 2 hipóteses:
1 - a de reduzir a concorrência, com as informações telefónicas;
2 - a da não classificação remuneratória dos Enfermeiros para não perigarem os seus "deles" 85%.
O bolo não cresce; a forma de o dividir é que pode variar.

Aliás se outros técnicos com menos responsabilidades e dificuldades e complexidades ganham muito mais do que os Enfermeiros com 10 ou 20 anos de serviço de quem será a estratégia e porquê?

Michel Foucault, com a sua teoria das epistemes que desenvolve no texto "as palavras e as coisas", dá como exemplo D.Quixote que lia o real de acordo com o paradigma da "analogia", numa época em que já sem impunha o paradigma da "mathesis universalis"; emergia a ciência. 
Será que o ministro da saúde ainda não percebeu que, também os Médicos, estão a ler as suas prestações nos hospitais públicos, como se ainda estivessem no tempo das misericórdias.
Se ainda não percebeu o que isso significa, também não percebe o papel e valor do trabalho dos Enfermeiros.
É que são coisas muito diferentes da cobrança de impostos, onde foi mais eficaz do que seria para desejar. É um desperdício estar a assistir e ser cúmplice duma leitura do real por uma episteme caduca.

São só azares para o nosso lado.
Com amizade,
José Azevedo

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