domingo, 14 de fevereiro de 2016
ENFERMEIROS FOGEM DOS HOSPITAIS
ENFERMEIROS FOGEM DOS HOSPITAIS PORQUÊ? <clique aqui>
A esperteza dos "expertos" que têm enxameado, mormente os Hospitais, vindos da escola de Telheiras, com ideias muito mal formadas acerca dos Enfermeiros e dos seus problemas podem (des)ogulhatr-se do seu péssimo contributo para o que estão a sofrer os Enfermeiros.
As reservas de resistência estão a abandoná-los: E fogem desse inferno que devia ser local de eleição para os Enfermeiros. Convém lembrar que Enfermeiro é palavra que deriva de enfermaria.
Ensinam-lhes que na equipa de saúde o mais importante é o Médico e tudo o que anda à volta é secundário.
Quem percebe algo de equipas sabe que são todos, igualmente importantes, ou não é equipa.
Quando há muitos anos fizemos o Decreto-lei 62/79 de 30 de Março completado com a C/N nº 8/79, fizemos o milagre de curar muitas das maleitas que dificultavam o serviço de Enfermagem dos Hospitais:
- diminuíram os males de coluna;
- as fugas aos fins de semana, noites e feriados inverteram-se e os que fugiam desses turnos voltaram "miraculosamente" a trabalhar nesses turnos, atingindo-se a perfeição de ter de dividir, equitativamente, os turnos referidos, porque a sua recompensa remuneratória estimulava.
Mas não foi somente, nos salários e suplementos, que que investimos:
Renovamos as habilitações necessárias para os cursos de Enfermeiro;
Subimos o nível de ensino da tutela ou falta dela; da antiga Direcção Geral da Assistência, onde a homologação dos diplomas de Enfermeiro era obrigatória, para a integração no sistema de ensino nacional, ao nível superior, de bacharel, primeiramente e de licenciado, seguidamente.
A escassez de Enfermeiros era uma constante.
A formação especializada era feita com bolsas de estudo, forma de preencher as respectivas carências.
A carreira de Enfermagem preenchia, de forma racional, a hierarquia necessária à boa organização dos serviços de Enfermeiros ou seja; a organização interna dos Serviços.
À medida que a fauna de administradores, vindos de Telheiras, crescia nos hospitais, o valor dos salários e condições de trabalho dos Enfermeiros iam-se degradando, em progressão geométrica, porque quem fazia as contas vinha com a cabeça feita de Telheiras de que os Enfermeiros eram os que mais ganhavam (não lhes diziam que são os que mais trabalham , tanto em quantidade, como em qualidade) e os ataques, iam na redução dos rendimentos Enfermeiros e fizeram como o diabo fez à coisa, tanto cortou que ficou sem nada.
Por isso, os Enfermeiros fogem e, os que ficam, já não estão para se deixarem explorar tão descaradamente.
Se a massa salarial total do Ministério da Saúde vai na percentagem de 85% para ao bolso dos Médicos e 15% ao dos restantes trabalhadores onde se incluem os Enfermeiros;
Se os Enfermeiros são cerca de 1/3 dos trabalhadores do Ministério, podemos facilmente ver qual o nível de degradação que os rendimentos do trabalho dos Enfermeiros atingiu...
Ainda, há dias, tivemos a prova real disto que acabamos de escrever: a maior dificuldade do retorno às 35 horas está na saúde, entenda-se; nos Enfermeiros, porque além de terem as carreiras desfeitas e do que resta, congeladas desde o ano 2005, onde começou o governo com as aldrabices da contratação, têm os salários reduzidos a menos de metade do que deviam ser e regressar às 35 horas significa ganhar 14,3% nas horas reduzidas, às 40 horas semanais.
Mas há muito mais onde não faltam as más prestações sindicais a reduzirem o prestígio dos Enfermeiros e a sua natureza de "corpo ou corporação especial", para os manterem na vala comum da Frente Comum da Função Pública, de onde os Enfermeiros não podem sair, porque são o principal sustentáculo ou cereja do bolo dessa desprestigiada facção sindical.
E aqui, a culpa é dos próprios Enfermeiros, que enganam os Colegas, com más prestações sindicais, como as greves feitas pelos não grevistas, tudo isto inspirado pela sua sagrada ideologia de monges sem deus, porque o Estaline, já foi retirado do sagrado túmulo do santo Lenine e posto, ao sol, no jardim circundante.
O declínio da Profissão cresceu, à medida que conseguiam enganar os desprevenidos, como se pode ver pelos não cegos de todo.
Custa ler isto, mas custa-me, ainda mais, a mim, que vejo destruir, sem honra nem glória, o que nos custou tanto a construir.
Para quê?
Para usar os Enfermeiros numa ideologia que, até é incompatível com a sua natureza.
Mas não está tudo perdido, porque vamos fazer das fraquezas forças e ajudarmos os Enfermeiros a recuperarem o prestígio a que têm direito.
Não desanimem, Colegas!
Não invistam esforços, para além dos estritamente necessários e pagos: para tal ganhito deve corresponder tal trabalhito, isto até que os culpados desta situação, reconheçam os seus erros e invertam os seus cúmplices pontos de vista.
A negociação do ACT vai ser o teste e determinação do futuro comportamento dos Enfermeiros.
Não se esqueçam que as condições definidoras das estratégias estão na nossa mão experimentada.
Com amizade
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