Tem alguns sinónimos: ausentes, distantes, retirados,
arredados e até, desterrados. A questão está em saber se esse afastamento é
voluntário ou imposto.
Se é voluntário, a coisa é mais grave;
Se é imposto, é mais fácil criar as sinergias, para retomar
a posição na administração a que os Enfermeiros têm direito e a saúde precisa e merece, mas que o prec
administratório, que invadiu os serviços de saúde, ajuda a marginalizar. Tudo é
número; até eles, administrunculos são uns números.
Ora, sem a sensibilidade enfermeira tudo é perigoso e
inerte.
Surpreendeu-nos positivamente a Senhora Presidente da SRC da
OE, que começa por dizer no Diário de Coimbra de 7/03/2013: «Os enfermeiros estão a ser progressivamente afastados das funções de gestão nos Cuidados
de Saúde Primários (CSP), não obstante serem a classe profissional mais representativa
no sector. {não obstante faltarem lá muitos para operar a reforma que se
impõe e não a do “mais-do-mesmo-para-pior}
A SRC, bem como as
outras Secções Regionais estão a trabalhar numa proposta conjunta, para enviar à
tutela, que recrie o papel (e a tinta)
da direcção de enfermagem.
A SRC considera que atualmente
se verifica um vazio em termos de hierarquia e que esta penaliza a qualidade e
supervisão técnica dos cuidados de enfermagem. Lembrando que antes da reforma
daquele sector da saúde a direção de Enfermagem estava garantida. (Mas já
havia uma escola a minar, reciclando, com adaptações, o papel que teve, em 1975
na preparação dos chefes para serem
nomeados por concordância e conveniência, do tipo “ovos moles”). Estamos perante um vazio legal nesta
matéria, já que os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), entretanto criados
não contemplam a figura de enfermeiro diretor. Os enfermeiros sendo a classe
profissional mais representativa, não faz sentido que não sejam chamados a fazer
a gestão dos seus próprios cuidados e, pelo contrário, tenham vindo a ser progressivamente
arredados dessas e de outras funções de direção, contesta a responsável
regional (nacional por inerência) da Ordem…». Isto é o que dizem e pensam
os representantes da OE.
E o que diz e pensa a Ordem dos Médios?
«A Ordem dos Médicos recusa a necessidade de criação de outras
especialidades de enfermeiros nos centros de saúde e reforça a importância da enfermagem
ficar sob a liderança responsável do médico de família».
Perante esta dispersão impõe-se a pergunta;
Quem manda?
Na Ordem dos Enfermeiros o atrevido e desbragado bastonário
da OM, tenta mandar, como se vê claramente, pelo que impõe aos enfermeiros, ao
não querer especialidades, nos enfermeiros e ao pô-los sob a liderança do “familiado”.
Mas o desbragado manda mesmo, perante a passividade dos
semi-eunucos que andam por aí.
Senão vejamos: não consegue o cujo dito meter o vogal de enfermagem no conselho clínico
(o acamado) e outros piores do que ele, não lhe iam fazendo a vontade, ao
quererem vender‑nos, impingindo-nos um enfermeiro diretor, nesse “pomposo encargo de vogal de conselho
clínico”, entre muitos outros, onde tem como função, reunir uma vez por
mês, segundo o estatuto do órgão e, depois da reunião, volta à sua
especialidade, que o bastonário da OM não deixa exercer, porque o familiado
esgota esse conceito, nos P1.
Claro que alguém tem de ter tento e responsabilidade e
devolvemos a proposta à procedência, exigindo respeito pelos Enfermeiros,
incluindo os dos Cuidados Primários, e a criação urgente da direção de
enfermagem, liderada por Enfermeiros e não por autoconvencidos.
Mas, atenção; lembram-se do que e dos “quems” andaram a
prometer em termos de chefias de enfermagem por nomeação de favor e complementaridade e cumplicidade?
Lembram-se do apoio que alguma escolas de enfermagem deram
ao fazer o figurino dessa chefia?
Como, em 1975 fizeram com as direções de escolas, etc…
Não culpemos somente os outros; há entre nós, quem ajude a
destruir a enfermagem, por não entender a sua superioridade ou não admitir. É
por aí, que temos de começar a arrumar a casa. Sem limparmos esse joio, o trigo
da seara não cresce, porque o joio, como erva daninha que é, atrofia o
desenvolvimento da planta boa.
O joio sabe do que falamos e do que andou a prometer à
claque de apoio. Banalizar a enfermagem é abrir as portas à liderança de outros
profissionais, que julgam os enfermeiros de bom comer, como diria o outro…
Acordem, Colegas; ajudem-nos a acabar com estas fantochadas,
que tanto têm prejudicado a nossa Profissão.
Ao ataque!
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