Está a ressurgir mais uma tentativa de fraccionar os
horários de “jornada contínua”, nas ARS, que é o horário legal dos Enfermeiros.
Aparentemente o que está em causa é uma tentativa de
rentabilizar os recursos humanos, neste caso os Enfermeiros.
Mas não é só isso e, muito menos isso; as causas são mais
profundas e insidiosas, agravadas de nem uns nem os outros se aperceberem do
que se esconde por detrás das tentativas de fraccionar a jornada contínua; está
a permanência abusiva dos Enfermeiros nas consultas dos Médicos, para lhes
aumentarem o estatuto e guardarem as costas, luxos demasiado onerosos para a
situação.
O plano de trabalho dos Enfermeiros tem toda a vantagem em
ser organizado de forma continuada, quer internamente, quer nos domicílios dos
Clientes.
Por sua vez, a carreira de Enfermagem é especial, como tudo
desde os horários de trabalho ao restante. Por isso, estando em vigor o regime
de trabalho estipulado no art.º 56º do DL 437/91 de 8 de Novembro, nº 1 e 7º e
anteriores e seguintes a estes, não é honesto nem de boa formação estarem a
impingir horários do regime geral aos Enfermeiros.
E quem tem medo de estar só, adopta um cão, porque abundam,
nos canis, os abandonados, fruto da crise.
O pior de tudo isto é, além dos incómodos de quererem partir
a jornada, ilegalmente, aos Enfermeiros, é impedirem-nos de organizarem os seus
planos de trabalho em função dos Clientes e não dos Médicos ou outros empatas,
justamente contrariando o argumento que usam para partir-lhes a jornada.
E o pior do pior é retardar, tanto quanto possível, até à
exaustão, o aparecimento dos Enfermeiros, como são, perante o público, sua
razão de ser e não aparecerem-lhe, como muletas de coxo.
Que usem bengala ou agarrem-se ao corrimão.
Senhores comandantes, deixem os Enfermeiros organizarem o
seu trabalho, em plena liberdade e criatividade; deixem-nos ser artistas e não
os provoquem com ilegalidades.
Basta!
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