sábado, 23 de novembro de 2013

BRAGANÇA, UMA LIÇÃO, UM EXEMPLO


 Como estragar a visão deste olho esquerdo com o dobro do tamanho do outro, eis um problema candente à espera de solução adequada e atempada!
 Contratações anuladas vão exigir mais dos outros Enfermeiros.
Se exigem mais dos outros Enfermeiros eles vão ter de parar mais vezes para descansar os excessos.
Se vão ter de parar mais vezes o trabalho vai render menos.
Como é que o Criador os fez tão cegos?
Só os coveiros e as mortuárias vão lucrar com estas medidas!
 Deixem-nos fugir e depois vão ter de contratar outros...
São mesmo cegos em administração.
Estes não sabem por que os ingleses dizem: "não sou suficientemente rico para comprar barato"
Aqui está uma boa oportunidade para os Enfermeiros aprenderem uma lição e darem um bom exemplo de rigor, no seu trabalho.
Ainda estamos à espera duma resposta, entre muitas, do porque dos atropelos à lei, nas escolhas de responsáveis, interlocutores, intermediários e outros mimos que usam para substituir as chefias legítimas de Enfermagem. Mas há quem goste e se aproveite.
Pensam que, por não acordarem connosco medidas legais e razoáveis, chegam longe...
Aqui, como em muitas outras situações, o crime não compensa.
Pensem connosco:
1 - Por que interrompeu o Secretário de Estado da Saúde a negociação duma direcção de Enfermagem, minimamente decente e razoável, que estava a celebrar com o Sindicato dos Enfermeiros - SE e SIPE, a pedido do outro Sindicato?
2 - Por que não respondem, na ULSNE, à nossa exigência de distribuirem os Enfermeiros chefes legais, pelo comando das unidades a chefiar e, até a própria Enfermeira Directora deixa de ser isso, de manhã, para ir chefiar alguma unidades e, de tarde, volta a ser Enfermeira Directora?
3 - Vejam a filiação sindical de quem é indicado para esses simulacros de chefia, para impor, a todo o custo, e a toda a pressa, as 40 horas, e não só, aos Colegas?
Colegas de Bragança, não se deixem enganar, por esta nova vaga de sipaios, à portuguesa curta.

O piso 4 do Hospital de Bragança deixou de ser camarata dos afadigados e suados cirurgiões, porque optaram, para o disfarce, por distribui-los; um por cada serviço, para não chamarem tanto a atenção, nem se perturbarem com o ronco do vizinho. Porque não vá o cidadão internado precisar que lhe cortem alguma coisa de noite, ou duma credencial para ir ser curtado noutra zona do território, com ou sem helicópetro. Pouca vergonha!
Que A. Márçoa (não sabíamos que Março também tinha uma fêmea), não veja, que está a fazer mal as contas e que os Enfermeiros, já vão percebendo que são os seus cortes, nos vencimentos e contratos, que estão a alimentar estes dormilões hospitalários a facturarem horas extraordinárias e incómodas, pagas a peso de ouro, não nos admira, pois não custa admitir, que foi contratado, para fazer este tipo de administração, que vem de longe, de onde já se tinha notabilizado.
Haverá por aí algum curioso indignado, que queira tentar analisar a rentabilidade nula destes cirurgiões dormilões e a aberração destas presenças, comprovadamente inúteis?
Se não houver, que ou quem impede os Enfermeiros de fazerem essa análise e no-la transmitirem para não serem atacados pela raiva.
Garantimos que esses dados na nossa posse são como manteiga em focinho de cão e um bom contributo para o grupo da reforma hospitalar profunda, não a dos 10%.

Mas que na capital, o Ministro não tenha quem o informe de que os Enfermeiros estão muito cansados de serem explorados e vilipendiados, assim como com as combinações abusivas, para a interrupção ou o ritmo lenteado das nossas negociações, não resultam; isso é que é mais perigoso, porque revelam doença incurável do sistema e de cima para baixo.

Para já, o Sr. Márçoa devia prever, ou, no mínimo, suspeitar, que não é garantido que os Enfermeiros vão fazer o horário de 40 horas semanais. Muito pelo contrário; há fortes e seguros indícios de que nunca as farão e até vão ter de ser indemnizados, extraordinariamente, das que estão a fazer a mais, com a prestimosa colaboração das chefias de conveniência, projectadas e negociadas, à pressa, na calada da noite, mediante a portaria da direcção de Enfermagem. Não percam o sentido de humor e apliquem a estes casos a sapientíssima máxima do Tino de Rans: «Se o meu chefe der uma ordem e eu não a cumprir o meu chefe não manda nada»!
Experimentem testar esta teoria e hão de ver que está certíssima.
Ora, se o Sr. Márçoa não previu tudo isto, ainda vê menos longe do que já demonstrou.
Depois, nem sequer se preveniu que basta os Enfermeiros exigirem descansar, à sua maneira, não a maneira médica, as duas horas que a lei lhes concede, durante a noite (cerca de 8M57S por hora), para que, num serviço com 3 Enfermeiros vá precisar de mais um para fazer as 6 horas dos outros 3 e mais as suas 2 horas: (2+2+2=6+2=8), o que exige mais um Enfermeiro.
Ora isto já é de lei; os Enfermeiros é que não a cumprem, porque estão, sempre, mais preocupados com os doentes do que consigo próprios. Nem os exemplos médicos os ensinam a cumprir os direitos que a lei lhes confere!
Não é assim, Sr. Marçoa?
Nem as chefias de papelão, escolhidas a preceito, como os sipaios ou lascarins, vão impedir que a lei se cumpra.
Vá lá, para não transformar os locais de repouso dos Enfermeiros em camas quentes como usam na China (se não souber o que é, depois explico), não vamos exigir quartos como proporciona aos Médicos, com o meridiano conceito de que Médico, até a dormir, trabalha extraordinariamente.

Que seria dos doentes se os Enfermeiros não os velassem...

Mas ainda temos mais algumas surpresas que demonstram, a seu tempo, que esta coisa das 40 horas, nos Enfermeiros, não vai dar os ganhos, que os administradores campistas de formação e, por isso, de vistas curtas, estão a avistar, muito abaixo do horizonte visual.
Uma coisa vai ser o que eles pensam ver, outra é a realidade, que ainda não viram, porque se lhes escapa. Isto sem contar com a possibilidade de os Enfermeiros se zangarem mesmo a sério e aí, até nós, que estamos a ver um pouco mais além, acima da linha do horizonte, podemos ser surpreendidos com as reacções imprevistas e que demonstrem que o barato sai caro.

De tanto brincarem com o fogo nem dão conta que a lagoa vai secar!
 Com amizade e dedicação,
José Azevedo

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