quarta-feira, 9 de julho de 2014

Tocadores de Ouvido e Olhos Fechados - tipo Galo

NB Como o opinante entrou pela área da gnosiologia, ciência que tem de ser bem tratada, vou resolver um problema urgente e já venho dar uma ajuda, para distinguir que Bastonário duma Ordem Profissional; é uma pessoa;
Classe Profissional Enfermeira, são muitas e não se pode tomar o todo pela parte, embora os modelos miniaturas sejam prática corrente.
Cuidado, portanto, com o que parece uma coisa e acaba por ser outra bem diferente, percebem?
JCA
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Toda a gente toca de ouvido
Publicado em 2014-07-07

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Quem alguma vez dominou um ofício sabe por experiência própria que há pelo menos quatro patamares de aprendizagem: 1.º, quando não se sabe nada e se tem a noção de que não se sabe nada; 2.º, quando se sabe alguma coisa mas julga-se que se sabe tudo; 3.º, quando se sabe muito mas pensa-se que não se sabe nada; e, 4.º - porque, como escreveu Hélia Correia, (quem será?!) "A erudição é uma aprendizagem, a sabedoria é um triunfo" -, quando se sabe tudo e se tem a noção de que se sabe muito.
{Vamos lá a dar uma resposta a este   Sr. João Luís parecido com  ACS, na aparência, que pelo que diz a Senhora Hélia Correia, que não tenho o prazer de conhecer, nem em  forma nem em  formato, atingiu, quanto a ela , causa de ser  citada, penso eu de que, para se saber da fonte dasapientia”, o Sr João Luís de pia baptismal , “sabe muito e tem a convicção de que sabe tudo…”}
O bastonário dos Enfermeiros parece ter ficado pelo segundo patamar da aprendizagem {2º, quando se sabe alguma coisa, mas julga-se que sabe tudo} e, mais delírio menos delírio, pretende agora alargar as competências dos seus colegas (contra a vontade de muitos) a todo o tipo de actos médicos (a que o ministro lhe permita deitar a mão - seja a gestão de receitas dos doentes crónicos, (se estão tão bem entregues aos administrativos dos CS por que havia o Bastonário Enfermeiro querer perturbar o trabalho dos Enfermeiros com essa banalidade repetitiva?) a prescrição de exames complementares de diagnóstico (se os Enfermeiros fazem coisas objectivas, concretas por que haviam de estar a inventar doenças para diagnósticos fictícios, estimulares de comissões a que só os Médicos e seus bons actos têm direito, imediato ou mediato a acumular como os pontos do cartão “poupa mais”?) ou o acompanhamento de grávidas -, {(aqui, o nosso sábio em estudo gnosiológico superficial e transitório, não sabe que o acompanhamento das grávidas e partos naturais com direito próprio a receitar medicamentos da especialidade e exames de observação, que o seu douto saber aconselhe é uma competência da parteira – vê-se que este sabe tudo não conhece a directiva comunitária que determina o que: Enfermeiros, Parteiras, Médicos têm competências profissionais para fazer; não lhe faria nada mal olhar mais para o que se passa à sua volta e deixar de quando em vez, o umbigo do corpo médico }
- de modo a que possa ganhar a vida a brincar aos médicos ainda que não tenha formação para isso.
 { Neste ponto o barco da sabedoria de João Luís, passou de noite e às escuras, pois o nosso sábio, ainda não sabe que as parteiras antecederam os Médicos, que lêem pela cartilha do Hipócrates. É o umbigo médico, para o qual passa a vida a olhar na expectativa de encontrar lá tudo, e isso não o deixa ver que a parteira, além da Enfermeira são duas profissionais que não têm de buscar competências de ninguém, muito menos aos Médicos, mesmo que por excesso de mau gosto, pois têm na sua nobre Profissão muito com que se ocuparem. Com a mania de que só eles existem e para que reparem neles, sobretudo os que começam a perceber que há mais qualquer coisa que os Médicos, na  mui nobre “Arte de Curar”, marram na muleta em vez de marrarem no toureiro, passe a clareza e ajustamento desta linguagem tauromáquica, para exprimir a ideia sábia(?) do nosso analisado João Luís.}
Ávido de poupar dinheiro - e acossado com a enunciada greve nacional dos médicos em defesa de si, leitor, e do Serviço Nacional de Saúde -, o ministro acaba de aprovar a enigmática figura do "enfermeiro de família", (sublinhado e pintado do analista JCA) um saco que não se sabe bem o que contém mas onde pode vir a caber de tudo.
{O saco já tem 85% dos actos praticados em saúde a cargo dos Enfermeiros e não cabem mais; basta comparar quantos segundos leva um Médico a receitar 20 injecções a um acamado transportado pelos bombeiros com direito a horas extraordinárias, porque esperou mais de 2 horas, para ser atendido pelo seu Médico Familiar e quantas horas gasta o Enfermeiro para as administrar;
Ou comparar quantas horas leva o cirurgião a naifar um doente e quantos dias gasta o Enfermeiro a acompanhar a sua cicatrização…
Mas para receber o preço do trabalho investido o Médico recebe 85% da massa salarial total do Ministério da Saúde, eis um dos defeitos do Ministro. No saco, que o buçal, feito sábio, cuja massa orgânica de médico circula em circuito fechado para não perder nada da sua essência, chama ao Enfermeiro de Família, por ignorar que essa classificação, nada enigmática, para quem sabe o que é um Enfermeiro, remonta aos anos de 1850, está a salvação do SNS com menos Médico e mais Enfermeiro, mesmo aqueles que não concordam deixarem de ser coadjutores Médicos, por não quererem arriscar a mostrar o que lhes ensinaram. Mas neste contexto, basta afastar os Enfermeiros deste papel impróprio do seu estatuto, para já ser um grande avanço na definição do Enfermeiro e do Médico, em si: separados um do outro.}
Todos conhecemos a fábula: estava Picasso num jardim a pintar quando uma senhora lhe pediu um retrato que não demorou mais do que 5 minutos a fazer; espantada com o preço, a dama perguntou por que razão pedia ele uma quantia tão elevada por um retrato que lhe levara 5 minutos a realizar. "Minha senhora" - indignou-se o mestre cubista - "eu não levei cinco minutos a fazer este retrato mas 50 anos e 5 minutos".
{Cá está a hipervalorização do trabalho sábio a lembrar sinais seguros como o de Imperador, quando lhe perguntaram qual era ao sinal, ao que respondeu (in hoc signo vinces). Era o sinal da cruz, em pauzinhos e não em euros. Já houve uma época em que se dizia; 20 paus, 50 paus, etc.}
Ora, para quem não sabe - ou lhe dá jeito ignorar - o ofício médico quando bem praticado carece de um dificílimo percurso de aprendizagem, de um longo treino no diagnóstico de uma infindável lista de doenças, de uma capacidade fora do comum no seguimento de patologias tantas vezes imponderáveis e de um avisado sentido crítico na execução de actos médicos; a prescrição de fármacos, os exames complementares de diagnóstico e a especialidade de Obstetrícia são superiores exemplos disso.
{E o contrário disto dos que fogem da norma, da regra, como o diabo foge da cruz, como é que é?
Uma coisa é conhecer o bem da coisa, outra é; pôr em prática esse conhecimento.
Se não julgasse saber mais do que sabe, o nosso herói devia ter um certo jeito para olhar à sua volta, para conseguir aperceber-se das maravilhas que o Enfermeiro opera por si, de ajudas, de qualquer modo impossíveis, pois só ele é que sabe. Aquele jeitinho que fez na Guerra da Crimeia de 1853.1856 com que a mortalidade reduzisse de 42 para 2%; já havia o acto médico omnisciente; mas foi Florence, que além de inventar o processo clínico (do doente acamado), para obrigar o Médico a exteriorizar as suas notas para a Enfermeira lhes adequar o seu método curativo, próprio da Enfermeira e concebido por ela. Ainda não tinha nascido o Pleming nem a casualidade de uma distracção virar penicilina que celebrizou o dr. Antibiótico, que está de partida, para a ineficácia, por abuso de confiança.}
Sinto até uma certa ternura por essa tentaçãozinha tão nacional de "dar um jeitinho" na competência do vizinho, por repetidamente a ver fazer. Fica-se a julgar que se sabe! Mas esse tipo de luxúria bebe do mesmo facilitismo que levou o insigne José Sócrates a criar turbo-licenciaturas de 4 anos para formar pseudo-médicos, não importa se mal formados! Imagino sempre essa turma a operar de livro de instruções aberto - sendo o doente, o leitor!
{Se não existisse, já, o outro que “para burro só lhe faltavam as penas”… e descobriu cientificamente, duma vez por todas, que burro não tem nem nunca vai ter penas, seria uma boa altura para criar um espécimen de tal envergadura. Que perigo corre tanta sabedoria, que vai apagar tudo, até os fogos das matas, no verão!
Tanta modéstia, até mete dó!
Isto não retira o que estamos à espera dos tais falcões e dos problemas que podem vir a causar aos Enfermeiros, copiando o papel dos falcões que enxotam as outras aves, se não quiserem ser comidas por eles...
Não sou a pessoa mais indicada para defender o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros;
Muito menos o sou para defender o Ministro da Saúde.
Mas, se este sábio João Luís, que vimos a referir, está a falar a sério sobre o que sabe dos Enfermeiros, e pela sua pesporrência do género prosápia e jactância bazófia, então, é caso muito preocupante o que sabe sobre doentes e quem os trata e como.
Parece, S M O, que estamos perante um sábio, tão sábio, tão contente e tão feliz, que ninguém consegue chegar a tanta sabedoria e felicidade sobre, uma obra tão perfeita que bem pode estar entre Deus e os Anjos. Podemos ilustrar tanta sabedoria com um pequeno extracto do Génesis da “Velhice do Padre Eterno” de Guerra Junqueiro    
       
Com que então o Sócrates de Parada do Pinhão, é que inventou os falcões (Enfermeiros que foram tirar o curso de medicina, no Algarve e em Aveiro, com 4 anos de curso, mais outro curso de outros 4 anos }
O lamentável é que políticos - que deveriam ser gente ajuizada - legalizem este tipo de fraude em desprimor da ciência enciclopédica (saber em migalhas diz o outro..) e da lenta sapiência dos tratados. Ignora-se a teoria e glorifica-se a prática. (mas sem prática não há teoria, ler os a priori e a posteriori da revolução kantiana) O que o bastonário dos Enfermeiros parece ignorar é que seria igualmente fácil ensinar um técnico superior de saúde a ministrar uma injecção (de Glucagon, por exemplo...) ou a permeabilizar uma via aérea, apesar de "eles não terem conseguido média para Enfermagem!"; como seria igualmente fácil ensinar uma auxiliar de acção médica a medir tensões arteriais na enfermaria - indo depois ver à cábula o que significará 19/9 - ou, já que estão por ali, a chapar em cima de uma ferida um penso de Betadine.
{Ou podia ensinar um Médico a dar uns pontos, a fazer uns pensos, a fazer umas entubações, a ouvir os Enfermeiros quando se enganam e mandam penicilina procaína por via intravenosa, Ensinamentos destes fazem parte do meu modesto currículo, que respeito humildemente, pois tive a feliz sorte de ser educado com franciscanos, que ensinou os seus educandos a serem sempre modestos, pois como diria a Hélia 2ª: por muito  que se saiba é muito mais grande e maior o que ignora, por isso estou pasmado onde foi o João Luís buscar tanto saber que nunca vi num Médico normal. E trabalhei em conjunto e troca de saberes, com dezenas deles, bem mais modestos que este sábio, que, como diz o ditado, quando a esmola é grande o pobre duvida.
Pelos meus cálculos se João Luís fosse tão sábio como pretende, tinham que reforçar os elevadores e testá-los como monta-sabedoria, pois é um acidente fácil de prevenir}
Mas o bastonário dos Enfermeiros não quer nada disso, pois não? Então por que será que usa dois pesos e duas medidas quando se trata de açambarcar actos médicos a jusante versus perder, a montante, certos actos de enfermagem?
{Não tenho a felicidade de descobrir o pensamento do Bastonário Enfermeiro, muito menos as suas preferências, porque o estudos que fiz, sobre telepatia, aplicando o método científico de pesquisa, não resistiram à teoria da falsificabilidade de Karl R. Popper , segundo o seu texto da “lógica do conhecimento científico” que não ficaria nada mal ao nosso analisado João Luís, como medida preventiva da petulância bacoca, em vez de ler as migalhas do saber da enciclopédia, que são como os episódios da telenovelas, quando estamos a entender a coisa, suspendem e fica para o dia seguinte. São Cricalho da Maia, meu patrono, lhe valha, para que afine as vistinhas para poder ver no escuro.}
Fechado num castelo de cartas, como num teatro de marionetas, o imperador Paulus Macedus vai lançando uns contra os outros (usando a Comunicação Social), dividindo para reinar. Sabe que estas controvérsias saem dos escombros do marxismo, de uma sociedade sem classes - utópica e medíocre - que às elites faz tábua rasa, e onde todos tocam de ouvido, já ninguém toca de pauta.
{Este epílogo, prenhe de lugares comuns, como a pauta da partitura; as cartas do baralho; as marionetas do circo da vida e o marxismo, que nem vem a propósito, pois se o marxismo fosse aplicado seria na perspectiva de George Orwell, no “triunfo dos porcos”, onde define o Comandante Napoleão: «7º mandamento – todos os animais são iguais mas há uns que são mais iguais que outros»
Se o nosso sábio convicto lê-se as diferenças que há entre as teorias do “darwinismo” e “Lamarckismo” saberia como as espécies se transforma: um diz que a função faz o órgão, outro diz que é o órgão que faz a função. E até era capaz de descobria a razão por que o Criador criou as toupeiras com tão fracos olhos.
Mas a evidência científica parece estarmos perante um portador de ideias inatas, que já nasceu, com sabedoria inata e que pôde evoluir, na sabedoria, enquanto os outros não podem aprender mais do que aquilo que João Luís quer e lhe dá jeito.}
NB: para facilitar o que disse o João Luís, as suas frases sábias estão a preto;
Os meus comentários mais ou menos complementares estão vertidos a vermelho.
O texto original do sábio João Luís anunciador duma das exigências da Ordem dos Médicos que é instituir o “acto Médico” como dogma universal”, por um lado e “ciência exacta” e da boa, pelo outro lado.
Com amizade
José Azevedo





















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