domingo, 14 de setembro de 2014

Notícias

11.09.2014  16:30
Operada 76 vezes exige um milhão
Filipa esteve em coma, perdeu útero e o corpo “apodreceu”.
Por Cristina Serra
I
Filipa Madeira, 32 anos, foi operada 76 vezes entre maio de 2008 e julho de 2012, na sequência de complicações provocadas por uma infeção generalizada (sépsis) ocorrida após uma cesariana, no Hospital de Bragança.
A antiga cabeleireira recorreu para o tribunal, em junho deste ano: exige à unidade de saúde uma indemnização de cerca de um milhão de euros. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde arquivou um processo de inquérito por "não existirem indícios de infração disciplinar" nem de "responsabilidade jurídico-disciplinar" dos profissionais e por ter sido dada a "adequada assistência à utente".
Ao Correio da Manhã, fonte da administração hospitalar dá a mesma resposta. Filipa Madeira conta que esteve "em coma" e que os médicos chegaram a preparar a família porque "não iria sobreviver, o corpo estava podre".
"Peço a indemnização pelo sofrimento que eu e a minha família passámos. Não posso trabalhar nem fazer esforços porque não tenho parede abdominal. A minha vida deu uma volta de 180 graus", refere a antiga cabeleireira.

II
1340 enfermeiros deixaram país este ano
por Ana MaiaHoje100 comentários

Quando hoje no aeroporto de Lisboa soar alto a chamada para o voo das 09.30 para Londres, André vai estar lá, na fila de embarque.
Não deixa mulher nem filhos para trás, mas deixa os pais, os amigos e uma experiência de quatro anos num grande hospital do País, onde via que não conseguia evoluir. Junta-se à lista dos 1340 enfermeiros que entre janeiro e agosto deste ano pediram a declaração para rumar ao estrangeiro, segundo os dados da Ordem dos Enfermeiros (OE) cedidos ao DN.
III
PORQUE AMANHÃ, 15 DE SETEMBRO, CELEBRAREMOS O DIA DO SNS
Saudação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) pelo seu 35º Aniversário e a todos os que contribuíram para a sua criação, implementação e desenvolvimento, nomeadamente aos Enfermeiros que ao longo das últimas três décadas e meia têm edificado este bem maior para Portugal.
Foi em 1979, na sequência de transformações essenciais na sociedade portuguesa, decorrentes do 25 de abril de 1974, cujo 40º aniversário comemoramos este ano e pelo qual também nos congratulamos, que se desenvolveu o contexto sociopolítico favorável a uma das suas maiores conquistas democráticas, a criação do SNS, que garantiu o acesso à saúde a todos os cidadãos que residem em Portugal, independentemente da sua situação socioeconómica, afirmando-se assim, como um instrumento fundamental para a promoção da solidariedade, inclusão e coesão sociais e cumprimento do preceito constitucional relativo ao direito à protecção da saúde.
Reafirmamos neste espaço que, a defesa do SNS implica a promoção da sua eficiência, implementação de uma prática/cultura de governação clínica nas instituições e responsabilização dos seus gestores, assente na execução de uma política de accountability (prestação de contas) de forma a garantir continuamente a boa utilização do erário público e a qualidade dos cuidados.
A sua defesa exige, ainda, a concepção e desenvolvimento de um plano estratégico para a saúde em Portugal, desenvolvido de acordo com as boas regras do planeamento em saúde, que evidencie de forma prospectiva as reais necessidades em cuidados de saúde do país, a capacidade instalada no sector (oportunidades, constrangimentos e necessidades de investimento financeiro, recursos humanos e materiais) e que aponte um caminho seguro e equitativo, imune à austeridade presente e futura, que de todo, não desejamos e que constitui uma séria ameaça para o mesmo.
Neste sentido, é também imprescindível, para a sua sustentabilidade e desenvolvimento, a afirmação da presença dos enfermeiros na definição e consecução das políticas de saúde, de formação e desenvolvimento da disciplina, as suas dotações seguras, as condições de trabalho potenciadoras da garantia da qualidade dos seus cuidados, o reconhecimento do seu valor, sustentado pela evidência dos ganhos em saúde decorrentes da sua intervenção, a consideração devida pela sua imagem e reconhecimento social, laboral e profissional e respeito pelas suas competências profissionais e dignidade.
Só assim poderemos fazer caminho, combatendo a desregulação presente no sector, geradora de incerteza, indefinição e angústia permanentes, que potencialmente poderão conduzir a curto prazo, a uma diminuição progressiva da garantia dos seus princípios de universalidade, acessibilidade e equidade, exigência dos tempos modernos, que equiparam o direito à saúde, aos direitos à vida e à liberdade, obrigando assim o Estado a assumir a sua responsabilidade pelo respeito integral deste direito.
Para prosseguir este caminho, apelamos publicamente, a que cada vez mais o cidadão e os enfermeiros sejam envolvidos nas tomadas de decisão relativamente à saúde, cuja centralidade no cidadão deverá ser inquestionável, devendo esta ser exercida numa relação permanente de proximidade e de continuidade, para a qual os enfermeiros são insubstituíveis.
Porque acreditamos que esta é a via certa para garantirmos mais e melhor saúde para todos, contém connosco, para a defesa intransigente do SNS, pelo que fez e poderá fazer pela saúde de todos, cidadãos e profissionais de saúde.
Pela Enfermagem, pela Saúde, pelo SNS, pela Liberdade, pela Democracia, nós, enfermeiras e enfermeiros, reafirmamos, aqui e hoje, o nosso compromisso de cumprir Portugal.
Moção apresentada por Manuel Oliveira – membro da Ordem dos Enfermeiros, nº 9300, na Assembleia Geral Ordinária da Ordem dos Enfermeiros, a 21 de março de 2014, realizada no Grande Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

PORQUE AMANHÃ, 15 DE SETEMBRO, CELEBRAREMOS O DIA DO SNS...

Saudação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) pelo seu 35º Aniversário e a todos os que contribuíram para a sua criação, implementação e desenvolvimento, nomeadamente aos Enfermeiros que ao longo das últimas três décadas e meia têm edificado este bem maior para Portugal.
Foi em 1979, na sequência de transformações essenciais na sociedade portuguesa, decorrentes do 25 de abril de 1974, cujo 40º aniversário comemoramos este ano e pelo qual também nos congratulamos, que se desenvolveu o contexto sociopolítico favorável a uma das suas maiores conquistas democráticas, a criação do SNS, que garantiu o acesso à saúde a todos os cidadãos que residem em Portugal, independentemente da sua situação socioeconómica, afirmando-se assim, como um instrumento fundamental para a promoção da solidariedade, inclusão e coesão sociais e cumprimento do preceito constitucional relativo ao direito à protecção da saúde.
Reafirmamos neste espaço que, a defesa do SNS implica a promoção da sua eficiência, implementação de uma prática/cultura de governação clínica nas instituições e responsabilização dos seus gestores, assente na execução de uma política de accountability (prestação de contas) de forma a garantir continuamente a boa utilização do erário público e a qualidade dos cuidados.
A sua defesa exige, ainda, a concepção e desenvolvimento de um plano estratégico para a saúde em Portugal, desenvolvido de acordo com as boas regras do planeamento em saúde, que evidencie de forma prospectiva as reais necessidades em cuidados de saúde do país, a capacidade instalada no sector (oportunidades, constrangimentos e necessidades de investimento financeiro, recursos humanos e materiais) e que aponte um caminho seguro e equitativo, imune à austeridade presente e futura, que de todo, não desejamos e que constitui uma séria ameaça para o mesmo.
Neste sentido, é também imprescindível, para a sua sustentabilidade e desenvolvimento, a afirmação da presença dos enfermeiros na definição e consecução das políticas de saúde, de formação e desenvolvimento da disciplina, as suas dotações seguras, as condições de trabalho potenciadoras da garantia da qualidade dos seus cuidados, o reconhecimento do seu valor, sustentado pela evidência dos ganhos em saúde decorrentes da sua intervenção, a consideração devida pela sua imagem e reconhecimento social, laboral e profissional e respeito pelas suas competências profissionais e dignidade.
Só assim poderemos fazer caminho, combatendo a desregulação presente no sector, geradora de incerteza, indefinição e angústia permanentes, que potencialmente poderão conduzir a curto prazo, a uma diminuição progressiva da garantia dos seus princípios de universalidade, acessibilidade e equidade, exigência dos tempos modernos, que equiparam o direito à saúde, aos direitos à vida e à liberdade, obrigando assim o Estado a assumir a sua responsabilidade pelo respeito integral deste direito.
Para prosseguir este caminho, apelamos publicamente, a que cada vez mais o cidadão e os enfermeiros sejam envolvidos nas tomadas de decisão relativamente à saúde, cuja centralidade no cidadão deverá ser inquestionável, devendo esta ser exercida numa relação permanente de proximidade e de continuidade, para a qual os enfermeiros são insubstituíveis.
Porque acreditamos que esta é a via certa para garantirmos mais e melhor saúde para todos, contém connosco, para a defesa intransigente do SNS, pelo que fez e poderá fazer pela saúde de todos, cidadãos e profissionais de saúde. 
Pela Enfermagem, pela Saúde, pelo SNS, pela Liberdade, pela Democracia, nós, enfermeiras e enfermeiros, reafirmamos, aqui e hoje, o nosso compromisso de cumprir Portugal.

Moção apresentada por Manuel Oliveira – membro da Ordem dos Enfermeiros, nº 9300, na Assembleia Geral Ordinária da Ordem dos Enfermeiros, a 21 de março de 2014, realizada no Grande Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
IV

Famílias gastaram menos com a saúde em 2013

Despesa corrente na saúde continuou a diminuirChristopher Furlong
Autor
  • lusaAgência Lusa
As famílias terão gasto menos com a saúde em 2013, ao contrário do Serviço Nacional de Saúde (SNS), cuja despesa aumentou, de acordo com a Conta Satélite da Saúde (CSS), divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Estes resultados referem que, no ano passado, a despesa corrente na saúde continuou a diminuir (menos 2,1%), mas de forma menos acentuada do que em 2011 (menos 5,2%) e 2012 (menos 6,6%). “Entre 2010 e 2012, o peso da despesa corrente das famílias aumentou sucessivamente (24,8% em 2010, 26,7% em 2011 e 28,8% em 2012), enquanto a despesa financiada pelo SNS foi proporcionalmente menor (59,5% em 2010, 57,3% em 2011 e 56,5% em 2012)”, lê-se no documento.
Na CSS estima-se que para 2013 se registe “uma inversão desta tendência, observando-se o decréscimo da proporção do financiamento das famílias e o aumento da importância relativa da despesa do SNS”. O mesmo documento indica que em 2011 e 2012 a despesa corrente na saúde decresceu 5,2% e 6,6%, respetivamente, atingindo a despesa corrente em 2012 de 15.607 milhões de euros (9,2% do Produto Interno Bruto e uma despesa per capita de 1.484,28 euros). “Em 2013 estima-se que a despesa corrente tenha voltado a diminuir, com menor intensidade que nos dois anos anteriores (menos 2,1%), atingindo 15.284 milhões de euros, o equivalente a 8,9% do PIB”.
O peso relativo da despesa corrente financiada pelos agentes financiadores públicos diminuiu entre 2010 e 2012, de 70% para 65,4% da despesa corrente total. Os resultados preliminares para 2013 apontam para um ligeiro aumento da importância relativa da despesa corrente pública face à despesa corrente privada, atingindo os 66%.
Em 2011 e 2012, “a despesa corrente pública com saúde diminuiu significativamente (menos 8,2% em 2011 e menos 9,9%, em 2012), traduzindo o impacto de medidas políticas gerais de contenção da despesa pública adotadas nesses anos, nomeadamente a redução dos custos com o pessoal e de medidas setoriais, como a política do medicamento”. Por sua vez, prossegue o documento, a despesa corrente privada registou aumentos moderados, de 1,8% em 2011 e 0,5% em 2012, estimando-se que para 2013 a despesa corrente pública e privada tenham decrescido 1,1% e 3,9%, respetivamente.
Os hospitais, os prestadores de cuidados de saúde em ambulatório e as farmácias, representaram em conjunto, uma média de 91,1% da despesa corrente em saúde. Nos anos de 2011 e 2012, a despesa corrente dos principais prestadores “diminuiu significativamente”.
O documento indica que “o decréscimo da despesa em hospitais (menos 4,8% em 2011 e menos 4,6% em 2012) se deveu à redução da despesa em hospitais públicos (menos 7,7% em 2011 e menos 8,2% em 2012), uma vez que a despesa em hospitais privados aumentou nesses anos (mais 7,8% em 2011 e mais 9,4% em 2012)”. “O aumento da despesa em hospitais privados é justificado, principalmente pelo incremento da atividade destas unidades hospitalares e pela criação de novas unidades hospitalares, nomeadamente unidades com contrato de Parceria Público-Privada (a transferência de gestão do Hospital de Reynaldo dos Santos em Vila Franca de Xira, em Junho de 2011, e a abertura do Hospital Beatriz Ângelo (Loures) em Janeiro de 2012)”.
Segundo a CSS, entre 2010 e 2013 “o SNS foi o principal agente financiador da despesa corrente em saúde, suportando, em média, 57,8% do total”. Nesse período, “as famílias constituíram o segundo agente financiador mais importante do sistema de saúde português, financiando, em média, 27,1% da despesa”.

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