Estamos a atacar a Lisboa do dito caroço, por ser aquela onde se concentra mais Enfermeiros e onde há o maior número dos tais fenómenos indescritíveis e onde a cada passo ou passada se pode abrir a boca de espanto e clamar: MAS NÃO É POSSÍVEL!
Mas infelizmente é possível:
1 - Demonstrar claramente o desconhecimento da lei que se refere aos Enfermeiros;
2 - A uniformidade de horários mal feitos por duas razões:
2.1 - Quem faz as escalas não sabe quais são as normas para elaborar as escalas;
2.2 - E também não sabe os limites legais: onde acaba a lei e começa o abuso;
2.3 - Não têm suporte legal para os horários ilegais que colocam em escala e não sabem que são os principais responsáveis pelo abuso e crime cometido, pois não têm qualquer suporte escrito que os autorize.
2 - Na manhã do dia 11, conduzidos pelo prestimoso trabalho que o nosso Colega Delegado Sindical, de seu nome Tiago, está a desenvolver no IPO de Francisco Gentil, podemos fazer uma boa sessão de esclarecimento para podermos informar as leis que corrigem as anomalias detectadas, que se relacional com a vida profissional, começando pelos horários, passando pelas avaliações, objectivos de o Ministério da Saúde manter em lista de espera a solução para as graves lacunas que permitem toda a confusão a que os Enfermeiros estão sujeitos neste limbo legal, em que os erros nascem e ferem os Enfermeiros.
Afinal há mais que um Rui; o dos Santos espanta-se por estendermos de forma mais clara e constante a nossa ação sindical a sul de Rio Maior. Democrata e justo, que parece ser, nem deu conta que o nosso direito é igual ou, até maior, do que o outro ir para Norte, onde mais facilmente lhe temos corrigidos os erros. Mais do que isso; é dar aos Enfermeiros que exercem a profissão mais a sul, o mesmíssimo direito de escolha por outras opções sindicais, que não se confundem, como o outro Sindicato fez com os do Norte.
O outro Rui que não no nome, que fingimos desconhecer, para não fazer publicidade gratuita, teve a amabilidade de não nos receber no seu serviço, do IPO, que visitámos e onde a besteira prejudicial a afetar os Enfermeiros, é abundante, como iremos demonstrar e pedir correção ao Conselho de Administração, último responsável, retirou os nossos contatos afixados no local, que a lei delimita, sem provavelmente saber que isso é crime. É que nem sequer tinham elementos sobre a nossa vasta ação, na Classe, são só os pontos de contato.
Que pena, haver pessoas responsáveis sem conhecerem a responsabilidade, em si!!!
3 - Na tarde do mesmo dia 11 estivemos no serviço de Medicina do Hospital de São José, onde infelizmente não podemos contar com a presença do nosso Delegado Sindical, porque está com baixa por acidente de serviço, com um mau jeito, como diz o povo, que se reflete numa perna e nasce na coluna vertebral.
Confirmámos, de forma exuberante, as falhas de pessoal e a sobrecarga de trabalho que os Enfermeiros estão a suportar.
Se não nos levam a sério e se pensam que nós brincamos em serviço, com coisas tão sérias como as que confirmamos, como as de não darem descansos legais aos Enfermeiros, vamos ter mais que um processo crime.
Não obstante, fomos muito bem recebidos e escutados com muita atenção e ampla participação no leque de perguntas e respostas.
Até houve ambiente para a pergunta inocente, que esconde um desejo ingénuo: se houve um só sindicato?
A nossa resposta foi pronta; se nos ajudar a destruir o outro...
E acrescentámos: se houvesse um só partido político, uma só forma de vestir, comer, pensar...
Repare, Colega; único só Deus e mesmo Esse é Trindade em número de pessoas e unicidade na essência.
Repare que até os venenos para matarem mais e mais depressa, produzem mais efeitos se recorrerem à mistura, sinergismo, ou associação de forças.
4 - No dia 12 Estivemos no Centro Hospitalar de Lisboa Norte - Hospital de Santa Maria.
O que nos levou a pedir a reunião começa com uma exposição dos Enfermeiros dos blocos cirúrgicos, central e periféricos, onde se desfalcam as equipas de Enfermagem, de uns para colmatar a falta de Enfermeiros noutras.
Dada a importância deste tema foi traçado um plano entre uma das nossas Delegadas e a Direção de Enfermagem, com o nosso inteiro apoio e colaboração.
Apesar disso ficou assente que as equipas de Enfermagem têm de ter os 3 elementos e não é líquida a utilidade prática da deslocação de Enfermeiros dos blocos periféricos, para o Central.
Este conjunto de blocos tem óptimas condições para se iniciar ali o reconhecimento das capacidades de os Enfermeiros começarem a assumir as anestesias de forma legal, como reconhecimento do que já praticam em muitos casos. Isto sem dispensar a presença de um anestesista, para ajudar em qualquer situação de recurso.
[ TEMÁTICAS DA REUNIÃO:
ESTE BRILHANTE TRABALHO É DA AUTORIA DOS PRÓPRIOS ENFERMEIROS DO POSTO DE TRABALHO EM ESTUDO
Não estamos sós nesta possibilidade; muitos dos bons cirurgiões, que se especializaram em países onde as anestesias feitas por Enfermeiros, são prática corrente, (América do Norte e França, por exemplo), vêem nesta possibilidade a solução para um maior aproveitamento dos horários de trabalho e do espaço disponível em blocos cirúrgicos, desaproveitado pela concentração de esforço, nos anestesistas, que mais libertos por um maior contributo dos Enfermeiros, podem dispensar outros esquemas como o SIGIC. E não estamos a pensar retirar essas pequenas verbas aos que realizam SIGIC - ou produção anómala: esses pequenos suplementos podem continuar a reduzir as necessidades económicas sob a forma de prémios.
Todos lucram, mas os que mais ganham são os doentes com a redução de distâncias; tempo e espaço entre a detecção da doença e a ação cirúrgica sobre a mesma.
A dimensão e valor do Hospital, até como escola que é, merece ações inovadoras para a muita procura que a que está exposto.
4.1 - Também vamos exigir do Ministro da Saúde umas aulas de aritmética para saber quantos Enfermeiros precisa, realmente aquele e todos os outros Hospitais.
4.2 - Sugerimos que reeditassem os horários acrescidos, que ainda estão em vigor, para suprirem as carências médias de ausências de Enfermeiros, que rondam os 30% ano. O turno extra é para tapar faltas noutro serviço, ou no próprio do Enfermeiro que aceite voluntariamente este esquema.
É bem preferível do que levar à exaustão os Enfermeiros, como está a acontecer.
Este foi um erro que os administradores que proliferam em demasia nos hospitais, e não só, cometeram por não saberem as origens de horários acrescidos. Podiam desconfiar pela natureza voluntária da sua origem, que aquela coisa devia querer significar algo. A sua ignorância na matéria de Enfermeiro, de quem nem uma ideia correcta fazem quanto ao seu valor, pois os IU que são escolhidos pelos Médicos para Directores Enfermeiros, para não fazerem muitas ondas, não sabem ou não querem dar explicações das origens e justificações destas práticas que destruíram.
Mas a corda está prestes a partir, se não forem tomadas medidas urgentemente.
Estes campeões do economicismo nem fazem ideia quanto tempo leva a agilizar um Enfermeiro num determinado serviço, para poder fazer a mesma figura que fazem os mecânicos que mudam os pneus nas corridas de fórmula 1.
Um Enfermeiro desenquadrado é duplamente perigoso; a si, porque estimula um elevado grau de stress, para além do que naturalmente, a função já produz; ao Doente porque mexe com a segurança na ação.
Mas não são os Administradores que têm de saber isto; são as Direções de Enfermeiros que têm de exigi-lo. Aqui radica o principal crime de escolher para estes cargos quem não saiba nadar.
Mas no caso do HSM a Enfermeira Diretora enunciou corretamente os problemas, que foram corroborados pelo Sr. Presidente do CA, Dr. Carlos Martins. Vamos exigir do Governo que se deixe de brincar às contratações de Enfermeiros/as, prometemos.
5 - Vamos continuar a apertar o cerco, pois não falta espaço para podermos ser úteis aos Colegas.
E com Enfermeiros sem medo e sem os energúmenos, que os intimidam, o país da saúde é nosso.
Com amizade,
José Azevedo
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