ANTIBIÓTICOS; PRESSÕES E IMPRESSÕES

EM MEMÓRIA DO DR. PEDRO DE CASTRO

Hoje, temos no uso  indevido dos antibióticos uma das tentativas mais enfáticas de fazer com que a culpa morra solteira.

Os Médicos dizem que são os pais que pressionam os Médicos a acabarem com a doença pelo caminho mais rápido e eficaz.

Mas é o Médico que decide, ou por iniciativa própria ou por sugestões comerciais a recorrer aos antibióticos como o caminho mais curto e rápido, nem que seja necessário proceder como, por exemplo; jogar no totobola com 13 triplas.  

o Dr Pedro de Castro foi um anestesista com quem tive muito orgulho em trabalhar, porque era um manancial de honestidade

Morreu muito cedo de cancro do pulmão. Fumava como um desalmado.

Transportava-se num Citroen 2 cavalos a que ele suprimia um porque considerava que o outro era ele.

Não fazia medicina privada mas...

Um dia, um amigo, que tinha um filho, contactou-o para lhe ver o rapaz porque estava com temperatura elevada e até tinha sentido e sofrido o arrepio solene, sintoma patognomónico da pneumonia.

O Médico assistente do miúdo, curou-lhe várias pneumonias em 3 dias. Mas estava de férias.

Pedro de Castro, virou-se para o pai e informou-o:

O teu filho tem de facto uma pneumonia. Porém, vais ter de procurar outro Médico porque eu não consigo curá-lo em 3 dias.

E ao chegar ao serviço desabafou comigo dizendo;

Você já viu o meu azar!

O meu colega diagnosticava pneumonias no filho do meu amigo X, e com recurso a dois ou três antibióticos curava-as em 3 dias.
Todavia a que eu diagnostiquei era mesmo uma pneumonia e tive de o informar que devia procurar outro Médico se quisesse a cura da dita em 3 dias, pois eu não conseguiria esse feito; iriam demorar mais a conseguir a cura.

Para quem anda nesta vida da saúde e da doença sabe que a essência do problema está no diagnóstico correcto e nos meios usados para combater a doença.

Deixemos de fitas com a pressão e compressão sobre o Médico e sobre a doença.

Terão de recorrer a outros suplementos de vencimento e usar menos um bem que tem prazo e efeito condicionado como é o dos antibióticos.

Quem é que ignora que chegou a ser medida usar o antibiótico, como preventivo de infecções pós-operatórias fictícias.

O resultado está à vista. 

Não chorem mais sobre o leite derramado.

Com amizade,

José Azevedo