quarta-feira, 5 de junho de 2013

À VOLTA DA INVISIBILIDADE DOS ENFERMEIROS

A OPORTUNIDADE

Já vimos os "meios" e a "motivação" e desta tríade falta-nos ver a "oportunidade".
{Enquanto escrevíamos este texto, os Sistemas de Saúde do Canadá e dos EUA encontram-se em estado de grande agitação. Quase diariamente, a imprensa dá pormenores das suas deficiências.
Embora o Canadá possua um sistema de terceiro pagador único (o Estado) e os EUA um sistema de terceiro pagador múltiplo (seguradoras privadas), os cortes orçamentais e as mudanças estruturais exerceram uma grande pressão sobre os prestadores de cuidados de saúde em ambos os países, tendo criado ansiedade pública sobre o tipo de cuidado de saúde actual e futuro.
Mesmo que as pressões imediatas sobre sobre o Sistem sejam aliviadas, vivemos num período em que a tomada de decisões a nível dos cuidados de saúde depende da informação pública. A exigência do público em termos de introduções úteis sobre a saúde e os cuidados de saúde parece quase insaciável. As pessoas querem respostas às suas questões.
Devem ser submetidas a cirurgia para ali8viar a dor nas costas?
Existe algum produto ervanário que melhore o seu funcionamento mental?
Deverão ir às urgências se sentirem dor torácica?
E quem é que paga se forem?
Estarão disponíveis cuidados hospitalares se estiverem gravemente doentes?
E os cuidadosde saúde domiciliários e o cuidado a longo prazo numa população que vive durante mais tempo, mas que sofre de muitas doenças crónicas?
Hoje, para utilizar os serviços de cuidados de saúde de forma eficaz, as pessoas têm de possuir informações nas quais possam basear as suas escolhas e opções. Daí a importância dos meios de comunicação no actual ambiente dos cuidados de saúde.
Estudos recentes verificaram que os norte-americanos já não obtêm a maioria das informações sobre a saúde e os cuidados de saúde a partir dos Médicos e das Enfermeiras. Em vez disso, confiam nos meios de comunicação como fonte primária de informações sobre a saúde.O mesmo se verifica cada vez mais entre os canadianos.
Este clima cria uma oportunidade sem precedentes para as Enfermeiras comunicarem com o público.
Ao mesmo tempo, dá às Enfermeiras uma responsabilidade sem 4precedentes para o fazer. Estas informações e opiniões valiosas com que podem contribuir para os termos actuais mais prementes no campo dos cuidados de saúde e para o debate p´´ublico sobre o qual o tipo de sistema de cuidados de saúde mais eficaz.
Com efeito, o próprio futuro da Profissão depende de as Enfermeiras exprimirem, agora, os seus pontos de vista.
Outra oportunidade de que gozam as Enfermeiras reside na cada vez maior disponibilidade dos jornalistas para lhes prestarem atenção. Estes que cobrem a saúde e os cuidados de saúde têm espaço e tempo no ar para preencher. Necessitam de boas histórias. Necessitam de fontes informadas fiáveis.
Não podem dar-se ao luxo de ter preconceitos contra uma Profissão da área dos cuidados de saúde. Isto não significa que as histórias de Enfermagem tenham deixado de ser difíceis de fazer transmitir, significa, tão-só, que não são liminarmente rejeitadas.
É compreensível que o facto de terem sido tratadas como mera decoração durante tanto tempo, afrouxe o entusiasmo de Enfermeiras em lidar com os meios de comunicação. Mas, agora, o prindipal problema é que a procura de informações sobre os cuidados de saúde junto das Enfermeiras é maior do que a oferta. Ou seja; de uma forma simplista, antes o problema era que as Enfermeiras não eram ouvidas, agora o problema é que são elas que não falam.
Os jornalistas dos cuidados de saúde interessados em cobrir a Enfermagem afirmam que não sabem ao certo se as Enfermeiras e as Organizações que as representam estão envolvidas em questões de política e prestação de cuidados de saúde, já que essa informação não lhes é transmitida. "Os grupos de Enfermagem não entregam histórias aos repórteres , quantas vezes ouvi dizer isto", afirma Madge Kaplan, editora principal de saúde do programa nocturno de negócios de rádio pública dos EUA,
"Marketplace", após inquirir os seus colegas através de um grupo de Enfermagem da Internet.
Isto pode surpreender as Enfermeiras, dado que as Organizações que as representam e algumas escolas de Enfermagem possuem funcionários especialistas em relações públicas. Mas no contexto de enorme qualidade de material e contactos pessoais que as Profissões médicas e os fornecedores de cuidados de saúde remetem para os meios de comunicação, o alcance da Enfermagem parece minúsculo.
A muioria dos cerca de 40 jornalistas que responderam ao inquérito de Kaplan expressaram interesse em cobrir mais a Enfermagem. Mas salientaram imediatamente que não recebem a informação de que necessitam. Os jornalistas afirmaram que os grupos de Enfermagem ou os seus representantes de relações públicas não estabelecem pontes suficientes com os repórteres.
Os jornalistas não sabem a que grupos de Enfermagem devem dedicar atenção. Não sabem se existe um equivalente ao Journal of the American Medical Association ou ao New England Journal of Medicine, que constitua uma fonte com autoridade no domínioda investigação em Enfermagem mais recente.
Os repóteres ou não sabem quem são os porta-vozes da Enfermagem ou consideram- nos difíceis se não impossíveis de contactar, quando as notícias surgem. São, ainda, da opinião que as Enfermeiras têm receio de falar com a imprensa.
Ao contrário das Enfermeiras, os repórteres consideram os Médicos "muito organizados e com sensibilidade para os meios de comunicação". Estão dispostos a falar, responder rapidamente aos telefonemas e prontos a discutir em termos gerais áreas alargadas da prática médica que estão para além da sua especialização imediata (são atrevidotes quanto baste).
A falta de ligação entre a Enfermagem e os meios decomunicação priva a primeira de influência tanto na esfera do grande público, como no âmbito dos cuidados de saúde.
As Enfermeiras têm a oportunidade de aumentarem os conhecimentos que o público tem das questões de saúde que tocam os indivíduos e as suas famílias. Por exemplo;
as Enfermeiras têm sido inovadoras no domínio do controlo da dor nos doentes de pós-operatório ou terminais. Têm sido pioneiras no tipo de cuidado paliativo, constitui a única alternativa ao suicidio assistido pelo Médico. As Enfermeiras das urgências organizaram programas que permitem aos familiares estar com os seus entes queridos enquanto os Médicos  e as Enfermeiras tentam salvar-lhess a vida. As Enfermeiras geriátricas levam o cuidado a casa de cada vez mais doentes idosos, ajudando-os a manter a independência e a evitar a colocação num lar.
As Enfermeiras de doentes com SIDA ajudam a manter os doentes vivos e a reter as suas funções, durante muito mais tempo do que alguém julgaria possível. As Enfermeiras são especialistas na forma como os indivíduos com doençs crónicas conseguem manter as suas funções e o seu bem-estar.
As Enfermeiras estão também mais familiarizadas do que os Médicos com o tipo de equipa de cuidados de saúde e colaborações interdisciplinares que as companhias de seguros e dirigentes exigem.
Outra oportunidade que está à espera das Enfermeiras é o anseio que as pessoas têm por ouvir uma discussão racional e humana sobre o tipo de sistemas de cuidados de saúde que possa vir a funcionar no futuro.
Nos EUA, os doentes exprimem as suas dúvidas sobre a capacidade de gestão privada dos cuidados cuidar dos doentes e das suas  famílias.
No Canadá, muitos doentes estão alarmados com a superlotação dos hospitais e as longas listas de espera, mas estão preocupados com a adopção de um sistema de cuidados de saúde ao estilo dos EUZ, em 2 camadas, privatizado. (Note-se que Portugal ensaia o percurso inverso, por isso é vantajosos, quanto a nós, saber o qqque preocupava estes para irmos ensaiando as nossas preocupações, quanto àquilo a que estão a chamar a sustentabilidade do SNS).
Segundo os inquéritos, mesmo aqueles que estão geralmente sasatisfeitos com o cuidado de saúde que recebem afirmam recear o futuro e interrogam-se sobre como serão cuidados no caso de sofrerem uma doença catastrófica. A sua dúvida é reforçada pela continuada ênfase nos cortes dos custos nos cuidados de saúde.
Sob a gestão privada, nos EUA, as regras acerca de quais os serviços disponíveis nos programas públicos e privados, como é que se lhes aceda e quem paga por eles parecem mudar de semana para semana.
No Canadá, (e em muitos outros países do munso), os cortes orçamentais implacáveisa efectuados pelos governos estão a criar um apelo para os mesmos mecanismos de mercado que alguns americanos vêem como impedimento dos cuidados de saúde.
Os cortes governamentais num sistema e as reformas do mercado noutro reduziram a quantidade de tempoque os Médicos podem passar com os doentes. O desvio do cuidado do hospital para casa levou a grandes preocupações acerca da adequação dos serviços baseados na comunidade..
Os cortes no pessoal de Enfermagem e as mudanças dos padrões de emprego provocaram a erosão do cuidado. Em ambos os países está a ocorrer uma falta de Enfermeiras grave, que ainda pode piorar (onde é que nós já vimos isto?).
À medida que a qualidade do cuidado decresce, os consultores norte-americanos continuam a vender no Canadá a sua ideologia de cuidados de saúde baseada no mercado e os proponentes dos cuidados de saúde privados, em ambos os países, reforçam o seu assalto ao sistema canadiano conhecido por Medicare.
As Enfermeiras canadianas responderam elaborando uma campanha para o salvar. Em ambos os países (EUA+Canadá), as Enfermeiras iniciaram acções de trabalho e greves altamente publicitadas para proteger a integridade da sua Profissão e do cuidado dos doentes. (Quem não se lembra do que foi a colocação de licenciados em tuso e em nada no ramo dos professores. Cá está a contecer o mesmo com os licenciados com alguém bem posicionado na saúde. Foram ao INA de influência CC, retiraram uns apontamentos sobre gestão hospitalar. O seu currículo é sublinhado por umas revistas que compram na papelaria e que falam duma prestigiada Universidade Americana - Harvard, para se dizerem e que alguém os veja exteriorizarem tanta sabedoria em cabeças vazias).
Nos EUA, a agitação em torno do formato do sistema de cuidados de saúde levanta questões sérias para todos. Os principais pontos do debate sobre os cuidados de saúde são a forma de financiamento e prestação de tratamentos de cuidados de Enfermagem, altamente tecnológicos e dispendiosos às populações vulneráveis em expansão. Ambos envolvem claramente as Enfermeiras.
Em anos recentes, contudo, estas questões foram apropriadas pelos consumidores dos cuidados de saúde que afirmam não só possuir a chave para poupar custos, como também a receita para prestar serviços "centrados no doente".   
Os administradores das instituições de cuidados de saúde, desde hospitais a centros de cuidados terminais procuram aconselhamento destes "especialistas". Saberão estes consultores empresariais mais do que a Enfermeiras sobre a forma de servir, envolver e cuidar de seres humanos?
Estarão os doentes desejosos de obter um "serviço ao cliente" ou cuidado e atenção?
Deverão as instituições de cuidados de saúde dirigir-se constantemente ao sector empresarial para descobrir como centrar-se no doente?
Deverão recrutar Médicos exclusivamente no ambito do seu esforço para melhorar a cooperação entre os que trabalham nos cuidados de saúde?
Quem é quee nos pode ensinar mais sobre cuidados dos doentes vulneráveis?
Florence Nightingale, Virginia Henderson, Patrícia Benner e outras, que desenvolveram a prática de Enfermagem, ou os consultores empresariais do Disney Institute ou da Ernest and Young?
A resposta é: as Enfermeiras.
Se as Enfermeiras se aperceberem inteiramente da relevância dos seus conhecimentos não só junto dos doentes acamados, mas dos sistemas de cuidados de saúde enfermos, e se exercerem o poder que advém da sua compaixão e do seu próprio número, podem transformar tanto a sua imagem pública, como os sistemas de saúde em em que trabalham.
Só as Enfermeiras podem dizer aos doentes o que fazer para se certificarem de que o cuidado de Enfermagem disponível nos hospitais, clínicas, lares, centros de saúde comunitários e domicílios nacionais é suficiente. Só as Enfermeiras podem dizer ao público em que é que consiste o cuidado especializado de Enfermagem e o que é necessário para o proteger e defender.
As Enfermeiras actuais dispõem de uma oportunidade crítica para afectar o futuro da Enfermagem. Tanto no Canadá como nos EUA enfrentam outra falta grave de Enfermeiras. Está para além do âmbito deste livro analisar os motivos desta última falta, masas condições que desmoralizaram muitas Enfermeiras têm o seu papel.
A Enfermagem é uma Profissão que "vai de boca em boca". Muitos dos que escolhem seguir Enfermagem  são introduzidos nela por familiares ou amigos Enfermeiros. À medida que o lay-off de Enfermeiras hospitalares aumenta, a carga de doentes sobe, as condições de trabalho deterioram-se, os salários estagnam e os trabalhos em tempo parcial e ao dia substituem o trabalho a tempo inteiro, as Enfermeiras graduadas fazem passar uma nova mensagem sobre a Enfermagem: "Não escolha esta profissão. Não vai ser bem tratada e não será capaz de cuidar bem dos doentes".
Esta mensagem não é aliciante para qualquer homem ou mulher que pretenda seguir uma carreira de Enfermagem.
As Enfermeiras actuais têm impacto sobre este problema. Cabe-lhes é escolher qual o tipo deste impacto. Podem fechar as portas e sair em massa, ou defender a Enfermagem para que esta receba o apoio de que necessita. As Enfermeiras podem dizer aos potenciais candidatos "Não vá para Enfermagem", ou "Sim, temos problemas e é por isso que precisamos de candidatos, de pessoas convictas que sigam Enfermagem, para que possamos lutar para proteger a profissão e os doentes".
A luta pela visibilidade pública pode ser ganha. Mas não será ganha apenas com técnicas de relações públicas. É verdade que as Enfermeiras têm de aprender a elaborar mensagens eficazes que transmitam compreensão e respeito pela filosofia, pela teoria e pela prática da Enfermagem.
Contudo, o número de pessoas desejosas de transmitirestas mensagens não será suficiente se as Enfermeiras aprenderem a debelar a ambivalência motivacional que pode inibir mesmo os esforços mais básicos nesta área.
Pedimos às Enfermeiras que participaram nalguns dos nossos seminários sobre meios de comunicação que desenvolvessem as suas inibições ao "passar para o domínio público".
"Tenho problemas em articular os meus pensamentos com clareza e precisão e sinto que isto perturba os meus argumentos", escreveu uma Enfermeira.
"Tenho medo de me explicar a alguém", indicou outra, "sinto que não sou capaz de o fazer de forma correcta e confiante".
Muitas Enfermeiras descrevem a sua "incapacidade de expressão". Outras foram mais específicas. Tenho medo de dizer as coisas erradas. "Tenho medo de parecer pouco educada". "Tenho medo de parecer estúpida".
"E se alguém pergunta alguma coisa que não sei responder?" perguntaram muitas Enfermeiras.
Algumas Enfermeiras afirmaram que "não tinham conhecimentos suficientes para falar". "Tenho medo de não saber o suficiente sobre o tema", referiu uma. "tenho medo de a minha base de conhecimentos não seja suficientemente ampla", afirmou outra.
Algumas preocuparam-se com a exactidão.
"Posso não ter conhecimento de todos os factos", explicou uma Enfermeira.
"Não tenho a certeza de possuir os factos correctos", disse outra.
"Sou só uma Enfermeira, como é que posso falar em nome de toda a Profissão?", perguntou uma.
Não é de admirar que as Enfermeiras falem desta forma. Existe uma diferença abismal entre comunicar no seio de uma cultura, em que há premissas partilhadas e comunicar com outros. Como sugere a linguista Deborah Tannen, os estilos comunicativos são influenciados pela cultura. Uma vez que a Enfermagem foi essencialmente crida por mulheres, o estilo de comunicação na Enfermagem reflecte com frequência os padrões das culturas femininas.
A comunicação pública dominante reflecte, por outro lado, um padrão que Tannen considera mais comum entre os homens.
No seu popular livro, You Don't Understand, Tannen assevera que os homens tendem a sentir-se mais confortáveis em público, ao que as mulheres se sentem mais à vontade numa conversa "privada".
Os homens, explica Tannen, tendem a envolver-se em "conversas-relato", nas quais exiibem os seus conhecimentos através de histórias, piadas e transmissão de informações.
Este estilo de "conversa-relato" serve para manter a sua independência, firmar o seu estatuto e ajudá-los a obter atenção.
Por outro lado, as mulheres tendem a utilizar a linguagem para fins que lhes são importantes estabelecer ligações com os homens e negociar relações. Como muitos cientistas sociais indicaram, as mulheres são ensinadas desde cedo a formar relações de empatia com os outros. Assim, ao invés de sublinhar o seu estatuto ou função, a "conversa-harmonia" das mulheres tem de revelar semelhanças e equiparar experiências. É por este motivo que as mulheres se podem sentir desconfortáveis quando vêem outra mulher a tentar fazer-se notada, ou "melhor" do que os outros. Dentro das culturas femininas, esta mulher pode ser considerada como estando a afastar-se da intimidade do grupo. Estas generalizações não se aplicam a todas, mas podem ajudar a explicar o porquê de as mulheres se poderem sentir mais confortáveis quando falam com uma ou com poucas pessoas em ambientes onde se sentem em casa e o porquê de as Enfermeiras serem particularmente adeptas da conversa na intimidade da relação doente-enfermeira.
Para as Enfermeiras e para os médicos, o conceito de estilos de comunicação associados ao sexo parece bastante válido. Segundo a teoria de Tannen, a comunicação, no hospital, pelo menos quando envolve doentes, será paralela ao tipo de comunicação que ocorre em casa, onde as mulheres tendem a comandar a conversa e a interação e os homens são mais calmos. Embora haja bastantes mulheres Médicas, a medicina pode ser vista como uma instituição "masculina", porque foi desenvolvida por homens segundo padrões profissionais masculinos. Isto verifica-se em muitas profissões, pois as mulheres tiveram muito poucas oportunidades de influenciar a sua cultura, valores ou padrões.
A Enfermagem, claro, é a excepção mais importantes. Não só foi desenvolvida por mulheres como adveio, como discutiremos no próximo capítulo, de esfera doméstica. Embora haja homens na Enfermagem, fazem parte de uma Profissão "feminina".
Estes antecedentes culturais surgem em toda a sua força nas práticas comunicativas, nos hospitais. As Enfermeiras frequentemente comentam (e ridicularizam em privado) a falta de jeito e o desconforto que muitos Médicos exibem quando falam com os doentes. Ao mesmo tempo os Médicos não recompensam a capacidade de as Enfermeiras usarem a linguagem para estabelecer ligações. De facto, o domínio das mulheres no reino privado é muitas vezes considerado como um aspecto que as torna inadequadas para funcionarem no domínio público. E elas começam a acreditar nisso.
A nossa esperança é que este texto venha corrigir estas noções erróneas. Sabemos que as Enfermeiras conseguem fundir as conversas de "harmonia" e "relato". As Enfermeiras conseguem verbalizar os seus pensamentos, encontrar as palavras certas para descrever o seu trabalho, fazê-lo de uma forma confiante que não pareça arrogante ou auto-enaltecedora, acreditar nos seus próprios conhecimentos e tolerar um erro que ocasionalmente cometam. Ao fazê-lo, As Enfermeiras revelarão o que é que significa ser "apenas uma Enfermeira".
Ao desenvolver aquilo que chamamos a "voz e personagem de agência", as Enfermeiras podem fazê-lo. Esta "voz de agência" pode ajudar a fortalecer os laços entre as Enfermeiras, para que as apoiantes individuais da causa Enfermagem possam ser sustentadas por uma cultura de apoio público cooperante e colectivo. Numa cultura assim, será muito maior a probabilidade de a Enfermagem desenvolver apoios fora da profissão, para que as Enfermeiras possam, por fim, obter o reconhecimento, o respeito e as recompensas que merecem há tanto tempo.} (In "Dar Voz ao Silêncio").

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