sábado, 22 de junho de 2013

RECEITAR, RECEITAR, RECEITAR, RECEITAR



NB: Como disse, e disse bem, o Sr. Bastonário da OE, parteiras deviam ter um papel mais interventivo no seguimento das grávidas. Depois acrescentou; "de baixo risco".
Mas o que é uma grávida de baixo risco, pergunto eu?
Uma grávida é uma mãe, que corre, como o filho, que gera, altos riscos!
A vigilância das grávidas é mesmo para atenuar os efeitos desses riscos normais, nesse estado natural, que não é doença.
Tantas lições que os outros animais, não racionais, à maneira humana, nos dão, para parirem os filhos que geram...
Ora, se a gravidez não é uma doença, que está lá o Médico a fazer?
Está a ocupar o lugar que os Enfermeiros deixaram de ocupar e permitem que ele ocupe, porque, como o Sr. Bastonário, até no pedir e no exigir respeito são pobres. Têm de andar de fita métrica no bolso para medirem o risco para avaliarem se é alto ou baixo. Para não terem esse trabalho deixam tudo entregue ao Médico, nomeadamente a avaliação do grau de risco, que deve ser, naturalmente, da parteira, não é?!
Bastava perguntarem às circunstâncias do parto para admitirem, sempre, por princípio, que o risco de  parir é sempre alto e, será tanto mais, quanto mais contrariarem a natureza, com o chavão da ciência, que ficciona situações para resolver, cuja ciência, nos instáveis humanos não se ajusta, porque cada pessoa é um indivíduo e para haver ciência tem de haver o universo, onde tudo se passe da mesma maneira e nas mesmas circunstâncias.
Aqueles que usam esta garantia científica nos seres humanos são charlatães oportunistas enganadores.
A ciência vive do conhecimento experimental e experimentado, que lhe garanta que aquele fenómeno experienciado é "universal e necessário": garantidamente repetido nas mesmas circunstâncias.
Se não há 2 humanos iguais, muito menos a reagirem de igual forma, não é por o Médico armar em mais facultativo que o Enfermeiro, que até no pedir é pobre e desconhecedor das capacidades que, obviamente detém, que a ciência se impõe, para prevenir o risco. Mera falácia.
Na grávida, o que conta é a experiência de quem segue passo-a-passo, a sua gravidez e lhe dá segurança e confioança, no parto mas quieta e calada, sem perturbar a oxitocina.

O grande crime, que se comete, no nosso país, de há muitos anos, é o de terem entregue a administração da saúde aos Médicos;
O segundo crime é o de os Enfermeiros se acovardarem na complementaridade da complementaridade e não irem a jogo, no terreno.
Não é dificil provarem que são tão cientistas como os Médicos.
O outro crime é o de não se criarem as condições para as parteiras se expressarem livremente, naturalmente, não por interesses comerciais e industriais, mas por utilidade prática e respeito pela Natureza Humana. Já agora, estas pelo menos estão autorizadas mundialmente a usarem os medicamentos da sua especialidade.
Em Portugal, outro crime que se comete, com maior ou menor consciência do facto, é não comparticipar as receitas das parteiras, o que leva a duas consultas: uma para com pa parteira, outra para que o médico preencha os objectivos "usfiferos" de averbar mais uma consulta, para o monte necessário ao incentivo estatístico.
Michel Odent é conhecido como o obstetra francês que introduziu, num hospital público francês, os conceitos de salas de parto de estilo caseiro e de piscinas de parto. Sendo cirurgião, no fim da sua carreira hospitalar, exerceu como parteiro de nascimentos em casa.
E que coisas maravilhosas nos relata na sua experiência, enquanto parteiro sem bisturi!

O parto é controlado pela hormona oxitocina e é perturbado pela adrenalina!
Uma das características da parteira genuina é sentar-se aos pés da cama e fingir que dorme ou tricota para não perturbar o diálogo hormonal entre mãe e filho, comandados à distância pelo organismo humano, essa maravavilha da Criação!

Diz M.Odent:

[Estamos hoje no direito de afirmar que, seja qual for a faceta considerada do amor, a hormona oxitocina está envolvida. Até há pouco tempo, esta hormona libertada pela hipófise posterior só era conhecida pelos seus efreitos mecânicos. Esses efeitos mecânicos incluem as contracções do útero para o nascimento do bebé e a libertação da placenta, as contracções de células específicas do seio aquando da reflexo de ejecção do leite, as contrações da próstata e das vesículas seminais aquando do "reflexo de ejecção do esperma" e, também, as contracções do útero durante o orgasmo feminino, o que facilita o transporte do esperma para o óvulo.
Enquanto os investigadores médicos apenas tinham a experiência dos efeitos da oxitocina administrada pro via intravenosa, não lhes era possível demonstrar os importantes efeitos desta hormona nos comportamentos, nem sequer suspeitar deles. Com efeito, nessas condições, a hormona injectada não consegue atingir o cérebro. Tudo mudou após a experiência histórica de Prange e de Pedersen, que tiveram a ideia de injectar directamente a oxitocina no cérebro  de ratas virgens. Isso bastou para induzir um comportamento maternal nelas.
Sendo a oxitocina a hormona do amor é importante sublinhar que a dita faz sempre parte de um equilíbrio hormonal complexo. Uma libertação súbita de oxitocina é sempre acompanhada de uma necessidade de amar que pode ir em diferentes direcções. Isso depende das outras hormonas que são segregadas ao mesmo tempo. É por isso que há tantas formas de amor.
Quando há, ao mesmo tempo uma taxa elevada de prolactina, por e3xemplo, a tendência é para dirigir o amor para os bebés, uma vez que a prolactina é o próprio tipo da hormona da maternidade.
É o que sucede imediatamente após o nascimento de um bebé em condições fisiológicas, num momento em que o pico da oxitocina pode ser extremamente elevado (num local bem aquecido, se o cruzamento dos olhares e o contacto da pele com pele, entre mãe e filho não forem perturbados, e se o sentido do olfacto não for distraído por outros odores agressivos).]     
 
Mas a comercio-mania aponta noutra direcção. Vejamos o que prevê Michel Odent no
«futuro das relações parteiras médicos»:
 
{ A Humanidade tem de se adaptar a uma situação inesperada. No início do sec. XX, uma grande parte dela já não vem ao mundo por via vaginal. Chegou a hora de tentar antecipar os efeitos prováveis de uma tal viragem histórica do nascimento, sobre as características das nossas civilizações.

Sem delongas, devemos tentar aumentar imediatamente a proporção de mulheres que dão à luz o seu bebé e a placenta, por oposição àquelas em que é a instituição médica  que dá à luz.

No qaudro dos objectivos a curto prazo, já mencionámos as razões para ajudar as mulheres grávidas a viver em paz, reduzindo o efeito "nocebo" inerente a um certo estilo de consultas pré-natais. Além disso, citámos a necessidade de eliminar ideias feitas muito difundidas.
Pôr em causa as relações entre parteiras e médicos é um objectivo inevitável a (curto, médio,) longo prazos. O ponto de partida só pode ser uma boa compreensão (se for possível, de contrário...) da razão de ser da parteira e uma redescoberta da atêntica parteira. Com a perspectiva e a linguagem dos fisiologistas, podemos explicar facilmente que uma mulher em trabalho de parto tem necessidade de se sentir em segurança, mas sem se sentir observada ou julgada.
Isto leva a ver a parteira como uma figura maternal e como alguém que substitui a mãe: num mundo ideal, a nossa mãe é o protótipo da pessoa com quem nos sentimos em segurança sem nos sentirmos observados ou julgados. Isso também leva a entrever os limites do papel da instituição médica.
De um modo geral, o papel da medicina não é o de envolver-se directamente nos processos fisiológicos. O médico é antes um conselheiro e um perito0 a que eventualmente se recorrer em situações não habituais e patológicas.
Os paises em que as taxas de cesarianas são astonómicas são aqueles em que o número de ginecologistas-parteiros ultrapassa em muito o número de parteiras. Esse grupo inclui o Brasil e a maior parte da América Latina, da China, da Formosa, a ìndia, a Coreia do Sul, Turquia, a Grécia, o Sul da Itália...
Em contrapartida, os países em que boas estatatísticas acompanham taxas moderadas de cesarianas são aqueles em que o número de parteiras supera o número de médicods especializados e em que as parteiras asseguram os cuidados básicos. Esse grupo inclui a Holanda, a Suécia, e a Noruega. Paises como os EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Japão, Austrália e a Nova Zelândia estão numa situação intermédia.
 
Pequenas reformas tímidas não levarão à reintrodução de um grande número de parteiras. Apenas mudanças radicais podem desfazer os sistemas actuasis.
A primeira questão importante diz respeito ao número de parteiras em relação ao número de cirurgiões-parteiros, numa determonada polulação.
A condição prévia para a redescoberta da parteira genuína é uma redução espectacular do número de ginecologistas-oarteiros. A medida seria serem tão poucos que não tivessem tempo para controlar cada nascimento. Apenas deviam aparecer quando chamados (pela parteira).
Hoje há numerososn parteiros que têm uma perigosa falta de experiência.
A redução de ginecologistas-parteiros tem de ser compensada, obviamente, pelo aumento de parteiras.
A evolução para a parteira genuína é mais do que uma questão artitmética. A questão essencial e inevitável devia ser: como seleccionar as mulheres que virão a ser parteiras?
Por outras palavras, os responsáveis pelas escolas de formação de parteiras deviam basear os seus critérios numa simples questão: como dar a garantia de que esta candidata será vista como uma figura maternal tranquilizadora, cuja presença não perturbe as mulheres que estão a dar à luz?
O bom senso e a observação sugerem uma resposta muito simples. A escolha devia ser feita entre as mães que já deram à luz pelos seus próprios meios, isto é; sem recurso a medicamentos nem a intervenções. Recorde-se que, na maioria das socoiedades tradicionais, uma parteira era uma mãe ou uma avó que tinha tido numerosos filhos. As mulheres que tinham muitos filhos eram habitualmente as que davam à luz facilmente. Um programa como este, fácil de resumir, enfrentará muitas dificuldades e terá que vencer obstáculos previsíveis.
[...] E se a condição prévia para formar um medico especialista em obstetrícia for a condição de mãe com a experiência de parto não perturbado?}.
 
Que dirá a tudo isto o Sr. Bastonário dos Médicos?
Quem é que nesta área tirou competências, foram as Parteiras aos Médicos ou estes às Parteiras. Ele que tanto se esmera por contestar as competências dos Enfermeiros que querem ser Médicos (é lá com esses), que nem repara que a inversa é muito maior com prejuizo para a Enfermagem. Feitios...
 
Não nos parece que a receitação de medicamentos seja uma prioridade dos Enfermeiros, tanto mais que sendo os responsáveis pela administração correcta dos medicamentos que o Médico receita, é preciso fazer chegar ao público essa verdade, para se msaber publicamente, que o problema não é de conhecimentos farmacológicos do Enfermeiro. É outra coisa que Matthias Rath explicar mais bem do que eu.
Por exeemplo, no caso das Parteiras é mais importante fazer tantas que superem a larga proporção a favor dos ginecobstetras, do que estar a preocupar-se com a receita de medicamentos que já podem receitar segundo as directivas nacionais e internacionais. O problema é da comparticipação nos medicamentos, que deve esxigir dos governantes, nas mesmas condições que as dos Médicos, aproveitando o encontro Ibérico, 7º do conjunto dos eventos desta natureza.
Não é uma prioridade, pois nas verificações das medicações erradas terá de receitar o correcto ou esperar que venha o "facultativo" da área. Não obstante serve para quebrar os prolongados jejuns por que os Enfermeiros passam, em termos de notícias, comparativamente.
Provavelmente se receitássemos os responsáveis pela noticiação erram capazes de repararem mais bem, em nós do que nas maravilhas que operamos junto dos doentes, ao longo do dia e, também, ao longo da noite, solenciosamente, muitas vezes sem testemunhas, até do próprio beneficiário da nossa acção.
Por este ângulo de ver o problema os Sr. nosso Bastonário é capaz de estar aver bem a coisa.
 
O Matthias Rath, apesar de Médico e Alemão, é capaz de ter razão!...
 

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