O JN pediu a 12 funcionários públicos que divulgassem os seus salários e partilhassem as suas angústias com os nossos leitores. Uma exposição pública que justifica um agradecimento. O corte de salários afeta-os de forma diferente, mas nenhum escapa a essa medida de austeridade incluída no Orçamento para 2014.
LuÍs Santos | agente principal da pSP | 44 anos
"A única hipótese é entregar casa ao banco"
Leonel de Castro/Global Imagens
Salário bruto: 1600 € |Corte: 146,11 € (9,13%)|Salário líquido: 1144,08€
Veste a farda há 22 anos e os cortes salariais chegam na pior altura. Luís Santos é casado com uma professora sem colocação há quatro anos e tem de sustentar três filhos: o mais novo de três anos, o mais velho com 17. Com um vencimento bruto na ordem dos 1600 euros, refere que vai perder 135 euros. Líquidos recebe "pouco mais de 1000". "O meu ordenado neste momento é igual ao que tinha há 11 anos!", sublinha o agente-principal, que trabalha na esquadra de Oliveira do Douro (Gaia).
"Tenho de pagar quase 500 euros de prestação da casa, mais a luz, água, gás... O dinheiro não chega para as despesas. A única hipótese é entregar a casa ao banco e ir viver com os meus pais", desabafou, alertando que muitos colegas também enfrentam situações dramáticas. "Os que vivem longe ficam privados de estar mais tempo com as famílias porque não têm dinheiro para combustível. Estão completamente de rastos", lamentou. Nuno Silva
"Tenho de pagar quase 500 euros de prestação da casa, mais a luz, água, gás... O dinheiro não chega para as despesas. A única hipótese é entregar a casa ao banco e ir viver com os meus pais", desabafou, alertando que muitos colegas também enfrentam situações dramáticas. "Os que vivem longe ficam privados de estar mais tempo com as famílias porque não têm dinheiro para combustível. Estão completamente de rastos", lamentou. Nuno Silva
Ana Calafate | MÉDICA | 35 anos
"Preocupa-me não conseguir fazer um pé de meia"
Adelino Meireles/Global Imagens
Salário bruto: 3380€ |Corte: 405,60€ (12%)|Salário líquido: 1853,81€
Nos últimos três anos, Ana Calafate, médica especialista em Medicina Geral e Familiar, perdeu o equivalente a três salários por ano. No final de 2013, auferia mensalmente 3380 euros brutos que, feitos os descontos, já não iam além dos 2200 euros. As simulações que foi fazendo indicam-lhe que, em 2014, receberá menos de 2000 euros por mês.
Casada, mãe de três filhos pequenos, a médica teve de ajustar as despesas ao novo orçamento: mais controlo nas compras, o carro velhinho continua à espera de ser trocado, as crianças deixaram de almoçar no colégio... Mas face às dificuldades que vê e ouve todos os dias nas consultas, Ana ainda se sente uma privilegiada. O que mais a incomoda é saber que antes chegava ao final do mês e tinha uma folga, agora não sobra nada. "Preocupa-me muito não conseguir fazer um pé de meia para precaver uma necessidade ou mesmo para assegurar uma reforma que não sei se vou ter", afirmou. Inês Schreck
Casada, mãe de três filhos pequenos, a médica teve de ajustar as despesas ao novo orçamento: mais controlo nas compras, o carro velhinho continua à espera de ser trocado, as crianças deixaram de almoçar no colégio... Mas face às dificuldades que vê e ouve todos os dias nas consultas, Ana ainda se sente uma privilegiada. O que mais a incomoda é saber que antes chegava ao final do mês e tinha uma folga, agora não sobra nada. "Preocupa-me muito não conseguir fazer um pé de meia para precaver uma necessidade ou mesmo para assegurar uma reforma que não sei se vou ter", afirmou. Inês Schreck
JosÉ MARIA SOARES | eNFERMEIRO | 42 anos
"Temos de fazer gestão nas contas muito acertada"
Adelino Meireles/Global Imagens
Salário bruto: 1290€ |Corte: 89,13€ (6,91%)|Salário líquido: 910,81€
José Maria Soares, enfermeiro, resume, contando pelos dedos, o que tem acontecido nos últimos anos: corte nas horas de qualidade (noites, feriados e fins de semana), cortes nos suplementos, carreiras congeladas, aumento do IVA e do IRS, aumento das contribuições para a ADSE. "O salário cada vez diminui mais e o custo de vida sempre a aumentar", reclama. O vencimento de 1290 euros (ilíquidos por mês) vai agora sofrer um corte de 6,9%. Para piorar o cenário, José Maria é casado com uma funcionária pública, pelo que leva "pelos dois lados".
O orçamento familiar já difícil de gerir vai complicar-se ainda mais. Com dois filhos a estudar, um deles na faculdade, "é preciso fazer uma gestão muito acertada" e cortar em todas as despesas acessórias. O presente preocupa-o, mas o futuro ainda lhe parece mais assustador. "Não vejo como os meus filhos vão arranjar emprego. E andar uma vida inteira a criá-los para os ver emigrar é muito triste", confessa. Inês Schreck
O orçamento familiar já difícil de gerir vai complicar-se ainda mais. Com dois filhos a estudar, um deles na faculdade, "é preciso fazer uma gestão muito acertada" e cortar em todas as despesas acessórias. O presente preocupa-o, mas o futuro ainda lhe parece mais assustador. "Não vejo como os meus filhos vão arranjar emprego. E andar uma vida inteira a criá-los para os ver emigrar é muito triste", confessa. Inês Schreck
Álvaro agostinho | assistente operacional na urgÊncia | 51 anos
"Os 18 euros que cortam davam para cortar a luz ou a água"
Leonel de Castro/Global Imagens
Salário bruto: 700,28€ |Corte: 18,78€ (2,68%)|Salário líquido: 681,50€
Álvaro Agostinho trabalha há 30 anos no Hospital de Gaia. Já foi maqueiro, outrora chamaram--lhe Auxiliar de Ação Médica e agora é Assistente Operacional na Urgência. Os nomes foram mudando, mas as funções e o vencimento nem por isso. Continua a auxiliar no transporte, alimentação e higiene dos doentes.
No ano passado, recebia 700,28 euros de rendimento mensal bruto. Este ano, com um corte de 2,7%, terá menos cerca de 18 euros no bolso ao final do mês. "Dava para pagar a conta da luz ou da água", lamenta o funcionário público que, no ano passado, já não conseguiu liquidar o IRS de 2012. "Antes recebia IRS, agora tenho de pagar. Antes estava isento de IMI, agora tenho de pagar. Como é que vou fazer?", questiona. Quando olha para os colegas de profissão, vê as mesmas perguntas, as mesmas dificuldades. "Há muita pobreza e muita fome, sei de colegas a quem cortaram a água e a luz", conta. Inês Schreck
No ano passado, recebia 700,28 euros de rendimento mensal bruto. Este ano, com um corte de 2,7%, terá menos cerca de 18 euros no bolso ao final do mês. "Dava para pagar a conta da luz ou da água", lamenta o funcionário público que, no ano passado, já não conseguiu liquidar o IRS de 2012. "Antes recebia IRS, agora tenho de pagar. Antes estava isento de IMI, agora tenho de pagar. Como é que vou fazer?", questiona. Quando olha para os colegas de profissão, vê as mesmas perguntas, as mesmas dificuldades. "Há muita pobreza e muita fome, sei de colegas a quem cortaram a água e a luz", conta. Inês Schreck
Benilde Caldeira | fiscal municipal na c.m. porto | 63 anos
"Pagamos as contas e olhamos para ver o que sobra"
Leonel de Castro/Global Imagens
Salário bruto: 923€ |Corte: 39,49€ (4,28%)|Salário líquido: 706,77€
O dinheiro faz falta a Benilde e por isso esta senhora pequena e franzina aceitou trabalhar na fiscalização dos bares, algumas noites por semana, da meia--noite às sete, para ganhar mais 200 euros. Chegou a fazer quatro noites seguidas na movida do Porto. Ao fim de nove meses, com o agravamento do IRS, esse aumento caiu para metade e Benilde achou que o dinheiro não pagava tudo. "Não paga a minha dignidade nem a minha saúde", diz a funcionária da Câmara do Porto, que também é dirigente sindical.
Ganha 923 euros brutos, vai perder 39 euros e o seu salário líquido fica agora em cerca de 700 euros (duodécimo incluído). Metade fica nas contas da habitação, onde vive com um filho com o salário mínimo. "Tenho que fazer uma ginástica diária, sempre atrás das promoções dos supermercados, para conseguir que o dinheiro chegue ao fim do mês". Há anos que não poupa. "Pagamos as contas e olhamos a ver o que sobra". Dora Mota
Ganha 923 euros brutos, vai perder 39 euros e o seu salário líquido fica agora em cerca de 700 euros (duodécimo incluído). Metade fica nas contas da habitação, onde vive com um filho com o salário mínimo. "Tenho que fazer uma ginástica diária, sempre atrás das promoções dos supermercados, para conseguir que o dinheiro chegue ao fim do mês". Há anos que não poupa. "Pagamos as contas e olhamos a ver o que sobra". Dora Mota
mário ramos | sargento-ajudante do exÉrcito | 49 anos
"Este mês vou ter um salário que corresponde ao de 2004"
Paulo Spranger/Global Imagens
Salário bruto: 1967€ |Corte: 231,39€ (11,76%)|Salário líquido: 1199,18€
Mário Ramos é do Exército, da arma de Administração Militar. Para o também vice-presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) as contas são sempre a descer. Com um salário bruto de 1967 euros vai ter uma redução de 231 euros. E com 30 anos de serviço no Exército, "este mês vou ter um salário que corresponde ao de 2004, quando era primeiro sargento, há 10 anos", aponta com amargura. Perspetiva cortes na alimentação - "vai ter que ser menos variada" - e noutros gastos.
A mulher trabalha por conta própria e o casal tem duas filhas, uma estuda na universidade, a outra já concluiu. Se assim não fosse, "não sei se conseguiria agora manter as duas na universidade". Mas como dirigente da ANS tem assistido a casos dramáticos. "Um camarada da Armada esteve há pouco tempo na ANS. Chorava porque tem duas filhas na universidade e vai ter que tirar uma". E salienta: "Um pai nunca devia ser colocado sob este dilema". Carlos Varela
A mulher trabalha por conta própria e o casal tem duas filhas, uma estuda na universidade, a outra já concluiu. Se assim não fosse, "não sei se conseguiria agora manter as duas na universidade". Mas como dirigente da ANS tem assistido a casos dramáticos. "Um camarada da Armada esteve há pouco tempo na ANS. Chorava porque tem duas filhas na universidade e vai ter que tirar uma". E salienta: "Um pai nunca devia ser colocado sob este dilema". Carlos Varela
SalomÉ Ribeiro | ProfessoRA DO ENSINO BÁSICO | 51 anos
"Isto é descer dois escalões na carreira e tirar-nos um subsídio"
Leonel de Castro/Global Imagens
Salário bruto: 1996€ |Corte: 238,95€ (11,97%)|Salário líquido: 1212,92€
Salomé dá aulas de Geografia na Escola EB 2/3 António Nobre do Porto e vai deixar de comprar livros ou de fazer formação paga. O sonho do doutoramento rebentou como uma bola de sabão. Divorciada, com duas filhas menores (10 e 17 anos) a cargo, sente-se muito revoltada por ter que lhes negar alguns prazeres e formação cultural. Professora do quarto escalão, o seu vencimento é dos que maior corte levam. "Na prática, isto é descer dois escalões na carreira e é tirarem-nos outra vez o subsídio que o Tribunal Constitucional obrigou a devolver. De um momento para o outro, sem culpa nenhuma, temos que mudar a vida toda", protesta.
Vai perder 11,9% do salário e o que a faz aguentar é morar numa casa já paga e perto do trabalho. Mas tem colegas desesperados. "Fizeram cortes cegos, sem olhar a nada. Vai haver gente sem dinheiro para comer", diz. "O Governo está a desrespeitar o Tribunal Constitucional e não está a ser penalizado", diz. Dora Mota
Vai perder 11,9% do salário e o que a faz aguentar é morar numa casa já paga e perto do trabalho. Mas tem colegas desesperados. "Fizeram cortes cegos, sem olhar a nada. Vai haver gente sem dinheiro para comer", diz. "O Governo está a desrespeitar o Tribunal Constitucional e não está a ser penalizado", diz. Dora Mota
Pedro guedes| assistente tÉcnico de educaÇÃo | 43 anos
"É chocante atacar as pessoas com os salários mais baixos"
Leonel de Castro/Global Imagens
Salário bruto: 799,44€ |Corte: 27,12€ (3,39%)|Salário líquido: 649,29€
Não é aumentado há dez anos e acha que passará outros dez com o mesmo ordenado. O mesmo não, um pedaço menos, porque o seu salário bruto de 799,44 euros já teve, este mês, um corte de 3,39%. Pedro Guedes, que trabalha na secretaria de uma escola de Gaia, onde vive, ficou com menos 27 euros líquidos, o suficiente para pagar uma das contas mensais. "O que é chocante para mim é estarem a atacar as pessoas que têm os salários mais baixos e a quem faz muita falta 30 euros por mês. É obsceno estarem a ir às pessoas com menos poder de compra", declara.
Pedro é formado em Arqueologia e é guitarrista numa banda. Tem uma filha pequena e, felizmente, a sua mulher tem emprego. "Mesmo assim, seria muito complicado se não fossem as avós", admite. Está muito revoltado e isso vê-se nos olhos e nos gestos. "Eu sou músico e não me posso dar ao luxo de comprar um CD ou ir a um concerto, isto não é viver, é sobreviver". Dora Mota
Pedro é formado em Arqueologia e é guitarrista numa banda. Tem uma filha pequena e, felizmente, a sua mulher tem emprego. "Mesmo assim, seria muito complicado se não fossem as avós", admite. Está muito revoltado e isso vê-se nos olhos e nos gestos. "Eu sou músico e não me posso dar ao luxo de comprar um CD ou ir a um concerto, isto não é viver, é sobreviver". Dora Mota
josÉ antÓnio Moreno | tÉcnico da autoridade tributÁria | 51 anos
"O Estado está a fazer com que as pessoas sejam incumpridoras"
Leonel de Castro/Global Imagens
Salário bruto: 2100€ |Corte: 252€ (12%)|Salário líquido: 1275,13€
O filho mais velho de José António Moreno, funcionário das Finanças, acabou a licenciatura e o pai respirou de alívio. "Não sei como vai ser com os outros dois", desabafa. Tem mais dois filhos, com 17 e 13 anos, e vai ter o corte máximo, por ganhar mais de 2000 euros brutos. A isso, somar-se-á o aumento na ADSE. "Já estou com menos 300 euros depois de outros cortes e a trabalhar mais uma hora por dia. Estou a dar horas de trabalho de graça", diz Moreno, que também é dirigente distrital do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.
Teme que o Governo se prepare para cristalizar estes cortes na Tabela Salarial Única. E pressente que muito em breve se agravará muito o "tsunami social" que está a ser criado. "O Estado está a fazer com que as pessoas sejam incumpridoras", diz, falando de casos de insolvência pessoal de colegas. "No ano passado, aprovamos aqui no sindicato um fundo de 50 mil euros para acudir a situações graves", contou. Dora Mota
Teme que o Governo se prepare para cristalizar estes cortes na Tabela Salarial Única. E pressente que muito em breve se agravará muito o "tsunami social" que está a ser criado. "O Estado está a fazer com que as pessoas sejam incumpridoras", diz, falando de casos de insolvência pessoal de colegas. "No ano passado, aprovamos aqui no sindicato um fundo de 50 mil euros para acudir a situações graves", contou. Dora Mota
Paulo MOreira | professor contratado | 32 anos
"Vou deixar de ir a casa ao fim de semana e ficar aqui"
Rui da Cruz/Global Imagens
Salário bruto: 1376€ |Corte: 103,56€ (7,53%)|Salário líquido: 938,10€
Paulo é da Trofa e dá aulas de Educação Física ao Ensino Básico e Secundário em Figueira de Castelo Rodrigo. Este fim de semana, não foi a casa como costuma ir. Cortar nas viagens para estar com a família foi a primeira decisão que teve que tomar depois do seu recibo de vencimento. O seu salário bruto de 1376 euros foi cortado em 7,5%, o que corresponde a 103 euros.
Paulo, solteiro, de 32 anos, sente-se bastante desanimado. "Pelo menos, estou a fazer aquilo que eu gosto", salienta. E este ano acha que teve sorte, porque conseguiu horário completo. "Vou ter que cortar em algumas coisas, a primeira será mesmo deixar de ir tantas vezes a casa. Ia sempre ao fim de semana e agora vou ter que ficar aqui mais vezes", lamenta o professor de Educação Física, que já deu aulas em 12 escolas diferentes. Vai cortar também "em coisas mais supérfluas", ponderar mais cada despesa, incluindo aquelas com a bicicleta, o seu desporto preferido. Dora Mota
Paulo, solteiro, de 32 anos, sente-se bastante desanimado. "Pelo menos, estou a fazer aquilo que eu gosto", salienta. E este ano acha que teve sorte, porque conseguiu horário completo. "Vou ter que cortar em algumas coisas, a primeira será mesmo deixar de ir tantas vezes a casa. Ia sempre ao fim de semana e agora vou ter que ficar aqui mais vezes", lamenta o professor de Educação Física, que já deu aulas em 12 escolas diferentes. Vai cortar também "em coisas mais supérfluas", ponderar mais cada despesa, incluindo aquelas com a bicicleta, o seu desporto preferido. Dora Mota
luÍs reis | cabo da marinha de guerra | 45 anos
"Não tenho como pagar universidade à minha filha"
Paulo Spranger/Global Imagens
Salário bruto: 1470€ |Corte: 120,54€ (8,2%)|Salário líquido: 978,02€
Luís Reis tem 29 anos de serviço na Armada. O também presidente da Associação Nacional de Praças (ANP) vive o dilema de um futuro incerto, preocupação que estende aos camaradas de armas. A mulher de Luís trabalha, mas a realidade da próxima folha de vencimento preocupa-o: um salário que terá um o corte de quase 200 euros. "A minha minha filha vai este ano para a universidade", salienta. O que deveria ser apenas motivo de orgulho transformou-se num problema. Antecipa um salário líquido de 990 euros e, fazendo as contas, "não tenho como pagar a universidade à minha filha".
Mas continua a ter uma missão para cumprir. Passou o Natal e o Ano Novo embarcado, nos Açores, no socorro a náufragos, ele como outros marinheiros, longe da família, mas não dos problemas. Como presidente da ANP chegam-lhe situações dramáticas: "Há muitos militares que pedem para jantar no quartel ou para levarem a refeição para casa". Carlos Varela
Mas continua a ter uma missão para cumprir. Passou o Natal e o Ano Novo embarcado, nos Açores, no socorro a náufragos, ele como outros marinheiros, longe da família, mas não dos problemas. Como presidente da ANP chegam-lhe situações dramáticas: "Há muitos militares que pedem para jantar no quartel ou para levarem a refeição para casa". Carlos Varela
sandrine pÊgo | assistente de junta de freguesia | 33 anos
"Serviços de esteticista para compensar o corte"
Direitos Reservados
Salário bruto: 837,6€ |Corte: 30,70€ (3,67%)|Salário líquido: 647,72€
Sandrine Pêgo já não se admira quando ouve o Governo anunciar mais cortes na Função Pública. Mas não acha graça à perda de rendimento, que já contabiliza em "200 e tal euros". Faz diariamente 33 quilómetros, ida e volta, entre a residência e o local de trabalho. "Tendo isso em conta, é claro que os novos cortes vão afetar a minha vida".
Apesar disso ainda não fez as contas para saber quanto lhe vai ficar líquido por mês. Sandrine entende que é preciso contribuir para ajudar o país a sair da crise, mas lamenta que os funcionários públicos sejam os "mais penalizados". Para compensar a perda de rendimentos, e por se assumir como "uma trabalhadora nata", dedica-se a fazer "serviços de esteticista em horário pós-laboral". E não só teme que venham por aí mais cortes, como já nem sequer dá por certa a manutenção do seu posto de trabalho. "Com a extinção de tantos serviços públicos no interior, um dia destes também desaparecem as juntas". Eduardo Pinto
Apesar disso ainda não fez as contas para saber quanto lhe vai ficar líquido por mês. Sandrine entende que é preciso contribuir para ajudar o país a sair da crise, mas lamenta que os funcionários públicos sejam os "mais penalizados". Para compensar a perda de rendimentos, e por se assumir como "uma trabalhadora nata", dedica-se a fazer "serviços de esteticista em horário pós-laboral". E não só teme que venham por aí mais cortes, como já nem sequer dá por certa a manutenção do seu posto de trabalho. "Com a extinção de tantos serviços públicos no interior, um dia destes também desaparecem as juntas". Eduardo Pinto
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