terça-feira, 1 de abril de 2014

ESTÁ REABERTO O DEBATE da RECEITA

Não temos, enquanto Enfermeiros, os patrocíneos nem as gazuas, que abrem as portas da comunicação social, seja qual for o tipo de fechadura, que tem o DR. José Manuel da Silva e a sua Ordem, porque, até os bons conselhos oferecemos à Comunidade, gratuitamente. Ora isso, nem abre portas, nem estimula papagaios.
Não obstante, temos a razão da força e a força da razão, que estamos a usar mediante o método da ferrugem.
O Sr. DR. JMS, Bastonário dos Médicos, tem, comprovadamente, ideias faraónicas, de faraó desalinhado e sem pirâmide própria, das quais usa e abusa, indo ao ponto de subido descaramento ao exigir, ao vento, que sopra, a demissão do Secretário de Estado, Leal da Costa, por este defender, como é seu dever, a "Res Publica", ou o interesse comum, que a Coisa Pública comporta, embora tarde: Mas há sempre tempo, para corrigir erros. Não legitimar as receitas de medicamentos, aos Enfermeiros, cujos efeitos estão no medicamento e não na receita, como era na época dos manipulados, é perder tempo e muito dinheiro e engordar a lobicultura médica.
Desta modesta e pobre tribuna ou areópago lhe lançamos o desafio, para discutir três conceitos:
O de ciência;
O de responsabilidade;
O de pertença ou domínio.
Não basta dizer "eu sou Médico", é preciso demonstrar, no campo da ciência e da Arte, o que isso significa;
Não basta dizer "eu sou Médico", para arvorar em dono das doenças e dos doentes, reclamando para si, atabalhoadamente, o exclusivo possessivo destas duas coisas, entre muitas outras.
Dá sobejas mostras de não ter conhecimentos epistemológicos bastantes, para saber o que é ciência e a legitimidade de classificar a medicina como uma ciência. Se tivesse a humildade de aceitar que o conhecimento científico é universal e necessário, virava-se para o conceito de arte e o seu "estado".
Como falha, redondamente, na cientificidade da coisa, comete o segundo erro crasso, ao chamar a si e seus pares, a responsabilidade total na identificação das doenças e na arte de as tratar e curar.
Logo, ao não discernir com correcção e realismo, por manifesta e comprovada ignorância na área do conhecimeto científico e do senso comum, ou seja: da inteligência e o dos sentidos, o inteligível e o sensível, cai no terceiro erro, que é o da pertença exclusiva.
Para estimular o riso da plateia houve um dia um professor de escola de saúde, que disse, num ambiete escuro e fechado de sala de projecções: a equipa de saúde é uma equipa, onde o mais importante é o Médico! 
Primeiro erro: na definição não deve entrar o definido - equipa é equipa obviamente, tautologicamente.
Segundo erro, saúde não é doença, mas sim o seu contrário, porque o Médico está, é do lado das coisas mórbidas, patológicas.
Terceiro erro: na equipa o mais importante é o que, em cada momento de actuação da mesma, contribui com a sua quota parte para um trabalho de conjunto, sem perder a sua individualidade.
Se, por exemplo; pusermos o violinista a tocar flauta, ou o guarda-redes a ponta de lança, o efeito equipa, o de conjunto é desastre certo.
Pois é isso que JMS não entende: uma coisa é ser Médico;
Outra coisa é ser outra coisa, Enfermeiro, Farmacêutico.
Uma coisa é arte de Médico, outra coisa é a arte de Enfermeiro
A Arte de Médico é regulada, regrada, pela Ordem dos Médicos;
A Arte de Enfermeiro é regulada pela Ordem dos Enfermeiros.
O Ordenador Universal escreveu linhas gerais para definir o que são as Ordens Profissionais, no que têm de comum e de diferente umas das outras, isto é: para cada uma definir o que tem de específico, de diferente, relativamente às outras.
Imaginem o ridículo deste ingénuo sabichão, JMS, ao querer responsabilizar-se com o seu saber, arte e engenho, pelo saber, arte, engenho dos Enfermeiros, ou dos Famacêuticos.
Se cada uma destas artes têm saberes e agires próprios, por que não tem JMS para com os Farmacêuticos a mesma sobranceria, falta de respeito, ar mandão, que tem para com os Enfermeiros?
Ainda não atingiu o ponto de saber que o responsável público pela Arte Enfermeira é a Ordem dos Enfermeiros, que deve respeitar de igual modo, como esta deve respeitar a dele: muito, pouco, bem, mal, porque o suporte legal é idêntico e confere a cada um competências simétricas.
A mania de mandar em algo e ou alguém, modera-se com a capacidade de obediência desse alguém. 
Como diz Tino de Rans; "se o meu chefe der uma ordem e eu não a cumprir o chefe não manda nada". Faça o Médico uma receita assim: [administrar 1.000.000 U penicilina procaínica no soro, por via endovenosa]. Isto não é ficção; aconteceu comigo nas urgências do HSJ. E não cumpri a receita porque;
Sabia o que era penicilina cristalizada e procaínica;
Sabia que há doentes alérgicos à procaína e uma gota pode matá-los, muito mais tantas unidades, mesmo que diluídas em soro;
Que a via endovenosa, por ser mais imediata que as outras, requere mais atenção;
Sabia que a responsabilidade de matar o doente com medicamento contra-indicado para a via de administração, era do Enfermeiro e não do Médico, porque tem de saber e arte para evitar os seus erros e corrigir os do Médico e de abater o péssimo hábito de não valorizar esta dupla capacidade de tão benéficos resultados para o Doente.
Concluindo, por agora: o Enfermeiro é tão responsável pelos cuidados que presta, como o Médico pelos que imagina, na sua capacidade de diagnosticar e errar.
Quem encomendou o sermão a JMS de se responsabilizar pelo que fazem os Enfermeiros?
Como pode ter a petulância de se responsabilizar por coisas que não conhece; na origem, na acção e nos efeitos?
Essa fase começou a acabar, quando na guerra da Crimeia, de 1856, mais uma vez a Crimeia, a Enfermeira Nightingale conseguiu, com o seu saber e arte reduzir a mortalidade de 42 para 2%, o que lhe mereceu, na Ordem dos Médicos Ingleses dois votos a favor e 98 contra, quando foi votada a autonomia dos saberres e arte Enfermeiros. Por onde andavam os Médicos que não souberam reduzir a mortalidade como o fez Florence ao reflectir que arejando o ambiente de forma sábia, os anaeróbios da gangrena gasosa fugiam das infecções mortíferas numa época em que não havia o dr. antibiótico. O ovo estavca lá, mas só Colombo o coseguiu pôr de pé, sem tombar.
O saber e arte dos Enfermeiros não são cedências dos Médicos e da sua Ordem; são competências, capacidades, que vão adquirindo, (como os Médicos, aliás), mediante o usa e serás mestre, que a Ordem dos Enfermeiros reconhece, legitima, e oferece ao Povo, como, outrossim, acontece com a Ordem e Arte Médicas.
Por onde tem andado o Sr. Professor Doutor José Manuel da Silva, que não deu conta destas características dos Enfermeiros?
Será que está, tão distante deles, assim, que não note estas propriedades enfermeiras?
Ou será que optou por ser mentiroso e pensa que, na arte de mentir, a mentira repetida se torna verdade pura!?
Seria assim: mentira repetida torna-se verdade, se ninguém a contestar, mantendo-a, como mentira que é.
Se nesse seu estatuto de locutor, pois está sempre a aparecer, retribuindo favores,  nos vários meios de comunicação social, aceitar o desafio para lhe fazermos a réplica, num cunho de caridade cristã de corrigir os que erram, contra as asneiras que diz e não ficam bem a pessoa de bem e com tão elevado cargo, que se lhe reconhece legitimamente, estou disponível, para lhe ensinar o que demonstra desconhecer, sem fugir à regra de que ninguém nasce ensinado, que humildemente respeito.
"Sossega, jacaré, porque a lagoa vai secar" (provérbio indiano).
Com amizade,
José Azevedo

1 comentário:

  1. Sou enfermeiro e encontro-me a realizar um breve estudo sobre a opinião dos cidadãos portugueses relativa à prescrição de medicamentos por profissionais de enfermagem. Neste sentido solicito-lhe que responda às questões que se seguem evidenciando, assim, a sua opinião nesta temática. As suas resposta são confidenciais. O questionário encontra-se no link: http://goo.gl/AmU3t9

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