quarta-feira, 10 de abril de 2013

AS DESIGUALDADES DO SNS


AS DESIGUALDADES DO SNS

Uns a trabalhar outros a faturar, é este o segredo das USF.

E as obreiras lá andam todas azafamadas e a olhar para o lado e a pensar que; vale mais pouco do que nada: vale mais pouco, porque recebem cerca da quinta parte do que recebem os faturantes e ou fraturantes, por olharem protectoramente sobre o trabalho dos Enfermeiros;

Do que nada, porque nada é o que recebem os colegas do lado, de cima ou de baixo, por fazerem o mesmo serviço, que eles e o que eles não querem ou não podem fazer, por questões de bolsas específicas de esquemas, que fazem o bolo teórico dos grandes beneficiários do negócio.

É desta matéria que estivemos a tratar dia 5/04/13, no Ministério da Saúde: a alteração da Portaria 301/2008 de 18 de abril.

Agrupados os Centros de Saúde, de acordo com a redução estratégica de comandantes, impõe-se corrigir, onde se diz “Centro de Saúde” deve ler-se, ACES.

Mas, como isso é matéria do DL 298/2007, de 22 de agosto, também este leva uns arranjos de adaptação, à nova hierarquia.

E pronto!

De qualquer modo, fica claro que, no mínimo, quem executa deve registar, na sua bolsa de serviços prestados direta e individualmente. O trabalho, que é realizado pelos Enfermeiros, não tem de ser registado, como tem sido, na bolsa/o dos Médicos, pois que isto leva-nos a uma ilegalidade, que é os Médicos arvorarem-se, em responsáveis de retaguarda, pelo que os Enfermeiros executam, no terreno das operações reais e concretas, faturando principescamente, com esse lapso.

Já desde 1940, que os Médicos são uma coisa e os Enfermeiros e Parteiras, outra coisa, autónomos, entre si, e responsáveis pessoais pelos seus atos.

Esta treta científica, que, de científica, só tem a aldrabice, vai mesmo deixar de vigorar, porque questões de lógica e de justiça, além de nós, impõem-no.

O cerco aperta-se: já se começou, com atraso e em ritmo lento, a limpeza dos ficheiros, aumentados por interesses médicos e dos Médicos, e só;

Vamos, agora, separar o que fazem os Enfermeiros, do que fazem os Médicos, para se avaliar com rigor estatístico, quem é o quê e quem faz o que faz, além de os ir retirando da postura de muleta de médico coxo, pois é luxo a que não podemos indexar licenciados de Enfermagem;

Vamos exigir que todos os ID da Portaria sejam comuns, na execução prática e na teoria conceptual, mas também, nos registos, devam ser atribuídos a quem executa, pois que nenhum deles (Enfermeiro ou Médico) precisa do pálio do outro, atirando, por isso, às malvas as manobras com que os Bastonários tentam divertir-nos, com o alecrim e manjerona, que usam nesses jogos florais.

A d) do art.º 19º (motivos de extinção imediata das USF) determina: “Falsificação de registos, devidamente comprovada, no sistema de informação no âmbito da equipa”.

Sabendo-se o que vamos considerar e entender-se por falsificação nos registos, quais as consequências:

1 – Se os Enfermeiros impuserem que os registos do que fazem forem individualizados e contabilizados, no seu SAPE, sem precisarem da assinatura de quem quer que seja, médico ou administrativo;

2 – Se os ficheiros forem limpos dos permanentes ausentes;

Podemos saber com clareza maior e melhor, como é gasto o dinheiro, nos CSP, uma boa comparticipação nossa, para a base de sustentabilidade do SNS.

Sabemos que não vai ser fácil, porque, ao descobrirem estas nossas exigências, no seu verdadeiro alcance, vão fazer umas birras e armar em importantes e tutores comandantes, para justificarem as suas bolsas, que outros (os Enfermeiros) executam;

Sabemos que, até podem contar com a passividade de alguns Enfermeiros mancomunados na ERA (Empatas Regionais de Atavismo) e ou arrumados, no vogal de Conselho Clínico, verdadeira ficção de influência e poder, na gestão e direção de Enfermeiros;

Sabemos que para os “apóstolos da COMPLEMENTARIDADE ANENCÉFALA”, é um golpe de inteligência, que as suas mentes atrofiadas não suportam;

Mas a Enfermagem impõe-nos este dever de repor o seu mérito e a respectiva compensação remuneratória, mesmo que alguns sofram de vertigem, na aceleração.

Os motores já aquecem.

 

 

 

 

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