Andam a fazer umas pesquisas para ver quem cumpre e quem não
cumpre os horários.
Já encontraram algumas irregularidades nalguns hospitais, na
montagem do material de recolha de registo da presença efetiva. Ficou a meio
porque as peças não estavam todas.
Como foi o HSJ o primeiro a dar caça aos infratores e,
depois a ter de arquivar os processos pois não se confirmaram as faltas de
assiduidade.
Não sabemos se há alguém que acredite na eficácia do
controlo, à HSJ, que merece todos os elogios e publicações destacadas a
carecerem, elas próprias, de explicação para tanto interesse jornalístico.
Como diz o Povo, quando a esmola é grade o pobre joga à
defesa e duvida.
Ouvimos o arauto lá do sítio
apregoar aos 4 ventos, que havia quem fugisse ao controlo ou, o que é pior,
estando presente, não está disponível para operar ou fazer consultas. Ou
passear pelos corredores.
Foram notícias que abalaram o
país, tal a forma escandalosa e propagandística como a notícia foi dada.
O principal responsável a falar
dessas coisas, como se entre ele e elas, as tais coisas bizarras, houvesse um outro alguém a que estivesse a
pedir responsabilidades; uma espécie de espíritos malignos, que andam pelo
mundo, para perdição das almas.
Demonstrou uma grande falta de
saber histórico e leu o real, como o D. Quixote, pelo paradigma caduco. Por
isso os rebanhos parecem-lhe exércitos, os currais, parecem-lhe castelos e, até
os odres do vinho, lhe parecem gigantes. Mas faz figura.
Se recuarmos ao tempo da
assistência por caridade e amor ao próximo, o Médico era um dos benemerentes,
pois não faturava na assistência que prestava aos que não tinham onde cair
mortos.
Quando aparecia o que ainda tinha
uma leirita ou a vaquinha, esse ia para uma espécie de casa de saúde privada e
servia de moeda de troca, no processo do “vão-se os anéis e ficam os dedos”.
Que é que mudou, de então para cá?
A medicina privada dentro dos
próprios Hospitais?
A falência de algumas dessas
casas de saúde?
Não é esta uma das medidas que o
Ministério vai tomar; banindo a privada, nos hospitais públicos, onde há
Médicos pagos pelo Estado para fazerem medicina privada, dentro dos Hospitais,
em horários adequados, claro está, onde também fazem a pública, que vai desde o
SIGIC a outros esquemas igualmente engenhosos!
Uma pergunta muito estúpida, mas
que é oportuna:
Qual será o interesse de a Classe
Médica exercer o controlo total sobre a Saúde e instituições de doenças várias,
se não tiver nada relacionado com um conjunto de facilidades que o “self-controle” deixa passar em branco?
Tirai dos Hospitais a
possibilidade da balda e vereis, quanto tempo demora a instalar-se o
desinteresse pela gestão dos serviços e dos hospitais!
Não podemos esquecer que esse
esquema de funcionalização do Médico, não só o obrigou a criar Sindicatos, de
que não precisava como profissional liberal, como manteve a natureza de
benemérito nos serviços que presta, nos hospitais, como funcionário especial,
cujo cumprimento das normas não pode ser posto em causa.
Não sabemos quanto tempo vai
demorar a criação de condições para que um novo paradigma surja, onde a Classe
Médica, sobretudo alguns, assuma um novo paradigma em que se considere
funcionária e não exercício liberal, quando está sujeita ao estatuto de
funcionário público, com os respetivos direitos e deveres.
Vamos esperar para ver;
entretanto, o gabinete de fabrico de imagem do palrador, lá vai dizendo que é o
maior e, sobretudo, o único.
Quem nos dera podermos ter uma
dose tão grande de fé, para podermos acreditar nestas coisas.
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