terça-feira, 29 de outubro de 2013

ESTA COISA ESPANTOSA

Os Enfermeiros são uma Classe única e, por isso extraordinária, porque saem da ordem normal das Classes para conseguir coisas únicas, uma das quais é perverter a lógica da própria lógica.

Em qualquer parte do mundo a liberdade sindical é um direito do grupo dos direitos humanos, dos trabalhadores, por conta de um patrão qualquer, para com o qual têm deveres e, que se transformam em direitos, no sentido patrão para o trabalhador.

No nosso Portugal, cada vez mais fugidio, estes direitos relativos à sindicalização, estão contidos na Constituição da República Portuguesda (CRP) naquele capítulo que versa os DIREITOS, AS LIBERDADES E AS GARANTIAS.
Não obstante, é aqui que está a originalidade dos Enfermeiros, não de todos, mas de alguns, bastantes, para o nosso ponto de vista e vontade.
Então não querem ver que uma organização, o Sindicato Profissional, destinada a defender esses direitos, liberdades e garantias, alguns fogem dela como o diabo da cruz, como se fosse o seu perseguidor ou ave de mau agoiro, como o mocho, que pia, na marmória cruz de um cemitério, acompanhando, com o seu piar, o soar vagoroso das doze badaladas da meia noite!

Isto é tétrico;
Isto é patético;
Isto é absurdo;
Isto é ilógico, irracional, mesmo!

Fugir do seu porto de abrigo, onde está a sua salvação é inverter o sentido da vida profissional; é ter uma atitude do tipo da avestruz que pensa alterar o real, que a circunda, se meter os olhos na areia, para não ver, pensando que, com esse gesto instintivo de defesa, transforma o mundo à sua volta.
Puro engano!
Com esse gesto a avestruz destroi a possiblidade de ver, a tempo e horas, os eventuais predadores, que  podem comê-la.

Mas a avestruz age por instinto.
Nós, os humanos, podemos usar a razão para interpretar racionalmente o real e perspectivar, ficcionando, com lógica, outra realidade planeada, projectada no ecran da Profissão.

Seja qual for o ângulo de visão, nunca o Sindicato pode ser visto como o caçador de vítimas.
Muito pelo contrário: destina-se a impedir que os exploradores as subjuguem, de forma ilegal e injusta.

[Levaram o sindicalista preso e, julgando que não tinha nada a ver com aquela prisão, não reagi; até assobiei, virando a cara. Porém, quando me prenderam a mim, já não havia quem me defendesse...]

Reajam, Colegas!
Mas reajam racionalmente, para não vos acontecer como à raposa da fábula, que acreditou na cegonha empoleirada, que vendo, do seu poleiro, o caçador ao longe, enganou a raposa indicando-lhe o sentido do caçador, como se lhe estivesse a indicar o sentido contrário: o da salvação.
E a fábula termina com a expressão - foi meter-se na boca do lobo -, que ficou para a história e que se adapta àqueles que, para se defenderem do explorador, correm para ele, indefesos, fugindo em sentido contrário. Quando dão conta do logro da cegonha, já é tarde!

Com amizade,
José Azevedo

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