Estado podia ter poupado 30 milhões pagos ao Hospital da Cruz Vermelha
 Ana Baião    Através da Parpública, o Estado tem uma participação de  mais de 40% na Sociedade Gestora do Hospital da Cruz Vermelha
Ana Baião    Através da Parpública, o Estado tem uma participação de  mais de 40% na Sociedade Gestora do Hospital da Cruz Vermelha  
Se os doentes tratados no Hospital da Cruz Vermelha tivessem  sido tratados "em hospitais do SNS, estima-se que a poupança ascenderia a cerca  de 29,8 milhões de euros", indica o relatório agora divulgado, e a que o  Expresso teve acesso. 
Com esta nova auditoria de acompanhamento, o Tribunal de Contas  quis verificar a "execução do Acordo de Cooperação entre a Administração  Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e a CVP-Sociedade de Gestão  Hospitalar que explora o estabelecimento hospitalar denominado Hospital da Cruz  Vermelha Portuguesa". 
Recorde-se que o Estado, através da Parpública, tem uma  participação de mais de 40% na Sociedade Gestora do Hospital da Cruz Vermelha. 
O relatório a que o Expresso teve acesso revela que o  "rácio de autonomia financeira, de 23%, verificado em 2011, evidencia a  insuficiente monitorização do desempenho da participação financeira na  CVP-Sociedade de Gestão Hospitalar, SA, pela Parpública, enquanto representante  do Estado acionista". 
Tribunal de Contas quer Parpública mais eficaz
O Tribunal de Contas considera que a Parpública tem  de ser mais eficaz na defesa da participação detida pelo Estado português e  criar "mecanismos de controlo adicionais, em termos de gestão de valor, evitando  a perda de valor desta participação ao longo do tempo". 
Destaque para o facto do "insuficiente desempenho  económico-financeiro desta participada", ter conduzido no ano passado "ao  reconhecimento de perdas por imparidade no valor de 2,1 milhões de  euros". 
Para compreender as circunstâncias deste acordo é preciso  recuar a 1998, altura em que o Estado português, "através da PARTEST, atual  Parpública, resgatou o hospital (até então exclusivamente detido e gerido pela  Cruz Vermelha Portuguesa), integrando a estrutura societáriada CVP-Sociedade de  Gestão Hospitalar, SA". 
A auditoria agora divulgada pelo Tribunal de Contas denuncia  que, desde então, não se verificou "qualquer melhoria" no rácio de  autonomia financeira que "era, já na altura, de23%, não obstante o significativo  apoio do Estado, desde 1998, à CVP-Sociedade de Gestão Hospitalar". 
O relatório alerta ainda para o facto de até 2011, os fluxos  financeiros do Estado para a CVP-Sociedade de Gestão Hospitalar, ascenderem a  "cerca de 283,6 milhões de euros".
Destes, 11,7 milhões de euros foram dados "como  contrapartida da participação no capital social da CVP-Sociedade de Gestão  Hospitalar, 255,8 milhões de euros a título de remuneração pelos serviços  prestados a utentes do SNS em execução dos Acordos de Cooperação celebrados com  a ARSLVT, e 16,1 milhões de euros a título de remuneração pelos serviços  prestados a doentes referenciados por instituições hospitalares da ARS Algarve,  nas especialidades de Cirurgia Cardiotorácica e Cirurgia  Vascular".
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/estado-podia-ter-poupado-30-milhoes-pagos-ao-hospital-da-cruz-vermelha=f835425#ixzz2hjnDtIHv
 
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