Vão longe os tempos em que se criou a ideia de que Médico
era ideal para dirigir Hospitais.
Claro que feita a ideia para gerir tinham de vir os de
nomeada e não a gente anónima: professores, assistentes e candidatos a …
Duma maneira geral eram pessoas com clientelas formadas e,
por isso;
Ou havia diretor de hospital em pessoa grada, gente fina e
cotada na bolsa;
Ou não havia outro remédio senão
recorrer a um anónimo que iria descredibilizar a ideia de que Médico é que é
bom para administrar fazendo de juiz em causa própria.
Felizmente que o tempo nos tem
dado, mais uma vez razão, ao ponto de dizermos que não basta tirar as clínicas
privadas dos Hospitais Públicos; é necessário tirar as causas que lhe deram
origem. Ao retirar a Clínica privada, há que retirar também o Clínico
instalado, pois já se viu, que desta prática, não vem mal ao mundo, mas vem
muito bem ao bolso do usufrutuário do sistema.
Repare-se que a ideia de que
Médico era o melhor para administrar a coisa da saúde, mesmo sem perceber
patavina das coisas e práticas administrativas: bastava ser.
Curiosamente, nem sequer nos
atrevemos a dizer em que ministério foi desenvolvida a ideia que hoje, já se
percebeu, que não foi a melhor. Daí que se a ideia atual é retirar a outra
ideia de que administrar uma coisa qualquer é melhor conhecer bem essa coisa,
sem saber o que é administrar e perspetivar para além do próprio umbigo do
administrador, quando demasiado arreigado à sua Classe, então, abaixo a
medicina privada nos hospitais, para evitar concorrências desleais.
Imagine-se que a sapiência era
tanta que o sábio até podia estar presente ausente, num só momento:
Presente, para cuidar dos seus
clientes particulares;
Ausente, para cuidar das
problemáticas da administração.
Este erro surge porque pessoas
destas de tanto se afadigarem com administradores que não lhes facilitavam a
vida no reino das experiências e, não só que conseguiram fazer crer os
políticos de que se fossem eles, os Médicos a gerir em causa própria, não teriam
de se vergar a terceiros.
O certo é que a coisa pegou e o
resultado, já se pode analisar à distância, não passa duma das muitas
irracionalidades de qualquer sistema em que o juiz ajuíza em causa própria.
Claro está que esta medida, a ser
posta em prática, reflete que os usufrutuários estão a perder influência no
sistema, por isso são corridos.
Só temos pena que seja só esta
irracionalidade a ser combatida, quando o esquema já pegou noutras bandas, com
vantagens para quem se servia dele.
É pena, muita pena, mesmo!
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