Como é possível, alguém, de bom
senso, ou mesmo do comum, falar em reorganização duma coisa, ministrando a essa
coisa “menos do mesmo”;
Se ainda fosse “mais do mesmo”, vá-que-não-vá; ainda se
acrescentava algo, na dita reorganização. Mas, acrescentar “menos do mesmo” é retirar um pedaço do
pouco, que existe.
Como diz o Povo: «Quem
nasce torto, tarde ou nunca se endireita».
Os Cuidados de Saúde Primários
(CSP) nasceram tortos e nunca mais deixaram de se entortar.
Quando lemos a mediocridade do
que tem sido escrito, no imenso e vazio normativo, da Folha Oficial, para
afastar esse meio de assistência primária do seu rumo autêntico, ficamos
tristes, mas não parados; temos de ter a energia suficiente para reorganizar de
forma genuína o que devem ser os CSP, feito o diagnóstico correto e ponderado
longamente, às anomalias.
Deixámos, demasiado tempo,
demasiado sozinhos, os Clínicos Gerais a brincarem aos títulos e às consultas
de qualidade medíocre, ao ritmo USF, transformando os CSP, num imenso
consultório nacional.
Por sua vez, políticos ignaros,
enchiam e enchem menos, agora (água mole…), a boca com os triunfos de muitas
consultas de quê e para quê, quando os verdadeiros problemas de índole
enfermeira ficam por resolver e à espera da reorganização séria, que se impõe,
porque é, de há muito, esperada e necessária.
Convém salientar que desta
distorção têm culpa os próprios Enfermeiros, que desleixaram a sua parte.
Têm-se perdido a cuidarem da parte dos outros, onde empatam tempo precioso e
energias vitais e reconstrutivas.
Hoje, quando se aborda a
verdadeira questão dos CSP, como a implantação das Metas, quer de Alma-Ata,
quer de Munique, de inspiração da Organização Mundial de Saúde (OMS), faz-se um
ruído enorme, à volta das necessidades de reorganização dos CSP;
Inventam histórias de usurpação
de funções, que são dos Enfermeiros, por mérito e excelência; sempre foram,
aqui e em todo o mundo.
Vamos cumprir a promessa de
iniciar um processo de reorganização, a verdadeira reorganização, que os CSP
reclamam, pois já basta de perder tempo e feitio, por caminhos errados, mal
entregues a quem dá o que pode e a mais não é obrigado.
Já começámos por publicar a Meta 1, de Munique, que a OMS recomenda
para Região Europeia, onde Portugal está inserido.
Não se trata de ficcionar doenças,
que não existem, necessidades, que não são prioritárias, em cada momento;
trata-se de cumprir objetivos ou metas, que estão verdadeiramente dimensionadas
e têm estado arredados da prática corrente, baixando, assim, o nível da
qualidade.
É chegada a hora, de os
Enfermeiros cumprirem a sua missão, nos CSP: exige-o a dignidade da Profissão;
exige-o a População; exige-o o País, em crise, que já não suporta exageros, por
mais tempo, estejam eles pintados de cor mais atrativa!
Queremos dar o nosso contributo
eficaz.
Vamos dá-lo, com a participação
ativa e devidamente orientada da Enfermeira!
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