Ministra das Finanças avisa que “não é possível” voltar no imediato aos níveis salariais de 2011
Maria Luís Albuquerque abre a porta ao descongelamento das progressões na carreira, permitindo chegar “gradualmente” aos níveis salariais anteriores aos cortes.
“A normalidade para os trabalhadores passa por haver perspectivas de progressão e acabar com o congelamento, para gradualmente chegarmos aos níveis de rendimento que existiam. Interessa abrir um horizonte de progressões, mas não é instantâneo”, realçou Maria Luís Albuquerque, em resposta ao Bloco de Esquerda e ao PCP.
Os deputados da oposição quiseram saber o que vai mudar na vida dos portugueses com a saída da troika. “O que vai mudar na vida dos portugueses no dia 18 de Maio?”, questionou o deputado do PCP, Paulo Sá. “Vai anunciar o fim dos cortes nos salários e nas pensões?”, perguntou mais à frente Mariana Aiveca, deputada do Bloco.
Maria Luís Albuquerque começou por responder que há medidas temporárias “que vão deixar de existir”, sem concretizar exactamente quais, mas lembrou que as restrições ao nível dos salários se mantêm.
“Ninguém gostaria mais de fazer esse anúncio do que o Governo. Isso não é possível”, disse referindo-se à reposição dos cortes nos salários dos funcionários públicos, que em 2014 começam nos 675 euros brutos. Porém, avisou, “não há milagres”. “Não descobrimos petróleo entretanto”, ironizou.
Antes, Maria Luís Albuquerque, foi peremptória: “No dia 18 de Maio não vai magicamente acontecer nada. Ultrapassámos uma etapa fundamental para o nosso futuro. Cada etapa que passa deixa-nos mais próximos do que queremos para o futuro. O esforço deve continuar para que os resultados se traduzam na vida de todos os portugueses”.
A ministra das Finanças lembrou que o compromisso assumido pelo Governo é passar de um défice orçamental de 4% em 2014 para 2,5% em 2015. A forma como esta redução será alcançada vai passar por “uma combinação dos efeitos favoráveis do crescimento e por uma combinação de medidas no lado da receita e da despesa, com a dimensão necessária” para alcançar este objectivo.
“Essas medidas serão claramente explicitadas no Documento de Execução Orçamental [o DEO, que será conhecido até ao final de Abril]. Não actualizámos o cenário macroeconómico de 2015 porque essas medidas terão efeitos nesse cenário”, adiantou.
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