domingo, 16 de março de 2014

ELES MANDAM MAS NÓS É QUE SABEMOS

{ .....sendo portanto de esperar que o mesmo se venha a verificar com semelhante desenvolvimento na carreira de enfermagem preparando profissionais especializados na prestação de cuidados centrados na pessoa na sua globalidade bio-psico-social, integrada no seu contexto familiar e comunitário, numa perspectiva de continuidade de cuidados, com competências e conhecimentos que os habilitem a prestar os melhores cuidados de promoção de saúde e prevenção da doença, gestão da doença crónica e detecção de intercorrências, sendo que a avaliação e decisão clínicas serão sempre da competência do Médico de Família.........}
Como diria o Zé: "É preciso ter lata"
Comecemos pelo princípio:
Quando Paulo Mendo, governante da Saúde, abriu a caça aos Médicos que faziam "part-time" nos Postos Clínicos das Caixas de Previdência, entretanto nacionalizadas, começou por um concurso para aproveitar os que sobraram da peneira, que os hospitais fizeram. A areia mais fina foi colocada nos hospitais; a mais grossa foi para o tal concurso, regado com muita água benta, para ninguém reprovar, não fosse o diabo tecê-las e pretenderem voltar ao ponto de partida - a peneira.
Criou o Instituto do "Clínico Geral".
Ora, sucede que, clínico deriva de "klinikós" - termo grego - que significa cama, leito e, ainda por cima geral, pretender fazer disto uma especialidade...
Instalaram a versão mais precoce e avançada, nas instalações da Escola de Enfermagem [D.Ana José Guedes da Costa], adaptação de um lar de Enfermeiras, criado numa fase tardia da era, em que estas ainda não podiam ser casadas e enfermeiras dos hospitais públicos, porque, nos das Misericórdias era Cristo, seu esposo, que mandava nas Irmãs de Caridade.
Talvez por esta sã vizinhança e, à falta de conceitos, que conceptualizassem a dita especialidade de clínicos Gerais, à procura de tudo, inclusivamente do nome, foram copiando dos manuais de Enfermagem o que quer dizer promoção da saúde, prevenção da doença..., porque na faculdade de medicina só lhes falavam em morbilidade, mortalidade e coisas assim.
Depois de várias peripécias, lá inventaram o "Médico de Família", porque o de "João Semana", não lhes agradava, dadas as conotações com a parte rural da coisa. Estava já gasto.
Mais uma vez, não se trata de invenção: descobriram o "Enfermeiro de Família" numa designação que a Enfermeira Ethel Fenwik, a criadora do Conselho Internacional de Enfermeiras (ICN), adoptou para a Assistência Primaria, do outro lado do Atlântico, EUA, Canadá, onde imperava a ética protestante.
Para estes cursandos de especializando em "Clínico Geral", mais tarde, "Médico de Família", altamente especializado, em generalidades, mal adaptadas dos manuais de práticas de Enfermagem, tudo era novidade. Para facilitar a interpretação hermenêutica da ciência nova, para eles, iam pedindo explicações às vizinhas do lado, na casa comum, que partilhavam.
Mais tarde, o Dr. Pisco, promovido a Missionário, até teve um deslize asnático, entre outros, que foi dizer numa reunião da Missão connosco, que congeminou; {É uma pena a Direcção Geral de Saúde só produzir indicadores para Médicos}.
Como um homem não é de ferro, tive de fazer uma entrada a pé junto, daquelas que nos campos de futebol dão lugar a cartão amarelo, no mínimo, para o informar: na sua missão mostra que não percebe a essência do que anda a fazer. Ainda não percebeu que os indicadores da DGS são todos virados para a pré-medicina, para o vale mais prevenir do que remediar?
O Médico foi feito para remediar e não para prevenir. Por este pequeno excerto se pode ver quanto sindicalista Enfermeiro tem de sofrer, na sua acção sindical.
Também demonstrou não perceber que os Doentes permanecem mais ou menos tempo nos Hospitais, à espera que lhes seja garantida a continuidade dos Cuidados de Enfermagem, porque os Cuidados Médicos, se as coisas estiverem bem acertadas, não passam de 5 a 10% (visita médica).
Com tanta ignorância, como é que este Colégio Douto se atreve a dizer coisas tão acertadamente asnáticas, acerca duma área, em que foram os Enfermeiros a dar-lhes a formação e informação que subverteram?
Porque têm muita lata, mesmo.
Se soubessem quanto tempo perdi a tentar explicar ao então Ministro da Saúde - Luís Filipe Pereira - a diferença entre "continuidade de cuidados" e "cuidados continuados" sendo esta a versão deturpada, pela "ciência médica", saberiam medir o nível ou grau de paciência que Sindicalista Enfermeiro consciente tem de ter para aguentar tanta asnice.
Enganam toda a gente bem e mal pensante; bem e mal formada e informada, que a Medicina é uma Ciência. Como não há, no plano da gnoseologia, ciência sem conhecimento, neste caso, "científico", estão a enganar, permanentemente, toda a gente, com a hipótese de que a dita "ciência médica" é garantia de "IMORTALIDADE".
Ora, como o conhecimento científico, para ser isso, tem de ter duas características ônticas, essenciais: tem de ser UNIVERSAL e NECESSÁRIO, ou seja; as mesmas causas têm, necessariamente, de produzir os mesmos efeitos, em todo o orbe terráqueo, neste caso, também, em todos os indivíduos, que teriam de deixar de ser pessoas individuais, para serem réplicas universais.
Estes Colegiais de Especialidade "Medicina em Família", podiam perguntar aos seus professores estas subtilezas da gnoseologia ou usarem a reflexão para discernirem sobre a linguagem do "senso comum", nascido do sensorial, que vem dos sentidos, a que Platão chamou de "doxa" na vara da sua "dialéctica", (do sensível ao inteligível, ou do sentir ao pensar) o tal saber sabedoria, que nasce da experiência, do "usa para seres mestre", para o distinguir da "noésis"; e tentarem inteligir: [Há 2 coisas que não consigo entender: ser padre e ir parar ao inferno; ser médico e...morrer-se]  (de autor popular dóxico).
Esta falta de respeito pelos Enfermeiros, só é possível porque estes Médicos mal formados e informados, julgam apressadamente, que não há quem os entenda bem, até bem de mais...
Viciados em feudalismos serôdios, vão aos armários tirar "velhos esqueletos" com que se alimentam as seitas, desde as tríades, às outras; fenómenos feudais, esquecendo duas pequeninas coisas:
Portugal nunca foi um país feudal;
Portugal foi o primeiro a abolir a escravatura, acção dos déspotas iluminados do tempo de D. José I, mais conhecido por Marquês de Pombal.
Depois, esquecem que na Ordem dos Enfermeiros há também um Colégio, que decide com igual autoridade, sobre a especialização que resulta do tal saber feito de experiência.
Logo, se foram os Enfermeiros a fornecerem a linguagem e os conceitos da "Medicina em Família", é um atrevimento dos Médicos Colegiais virem invocar direitos, que não têm, desrespeitam Órgãos simétricos aos seus, com igual poder e legitimidade. Podiam, ao menos, ver que os Enfermeiros têm uma Ordem, desde 1998, que lei recente comunicou, uniformizou, universalizou, numa perspectiva "Orwellica: todos os... são iguais", com uma pequena diferença; já não há os mais iguais, que havia, por isso... tirem conclusões.
Se os Ministros não fossem escolhidos segundo o critério da escala numérica de 1 a 9, incluindo o "0", para darem uma linguagem decimal, às áreas, que ignoram, já tinham percebido tudo isto que temos vindo a evidenciar e não permitiam estes abusos, entre semelhantes (não iguais), em que o nosso respeito para com estes sábios, que julgam que só eles podem escolher e saber, não é retribuído;
E devia sê-lo, para bem da comunidade, onde a especialidade cai mal, mesmo sendo em "família".
Até nisso foram desajeitados: uma coisa, que é conhecida de todos, torna-se familiar, não é?
Ora se uma coisa, seja ela qual for, é familiar, é, por isso mesmo comum, logo, não pode, ao mesmo tempo ser específica ou especial, digo eu... Podiam escolher o nome de enciclopédias ou saber em migalhas.
Quando, há séculos, os Enfermeiros de então, escolheram o nome de "Enfermeiro de Família" foi em homenagem, uma espécie de hino, à família, não foi para promover ninguém, muito menos discussões estéreis, sem sentido, que só a bonomia dos Enfermeiros consente.
Os Evangelhos dizem: ...oferece a outra face; mas não é para repetir o gesto, porque, nesse caso funciona o azorrague. E se não tiverem este, entra o chicote, que é parecido.
É preciso ter lata, ouvimos o eco, além!
Com amizade,
José Azevedo

ATREVIMENTO DESCARAMENTO<cliq

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