quarta-feira, 5 de março de 2014

OS EMIGRANTES: "EI-LOS QUE PARTEM..."


Em muitas coisas os Enfermeiros levam larga vantagem aos Médicos:
1 - Nos CSP;
2 - Nas Urgências;
3 - Na assistência pré-hospitalar;
4 Nos cuidados paliativos;
5 - Na continuidade de cuidados.
6 - Mas, onde somos grandemente triunfadores: é na EMIGRAÇÃO, justamente porque os 5 pontos antecedentes, não são reconhecidos cabalmente!
E, apesar de o Sr. Bastonário dos Médicos não ter revelado o número de unidades de Médicos emigrantes, a mesma notícia revelava mais 30 Enfermeiros a deixarem o país.
Os nossos governantes não perceberam, nem dão sinais por mínimos, de perceberem que ao acabarem com as Carreiras de Enfermeiros, cortaram as raízes da estabilidade do sector Enfermeiro. E para andarem ao sabor dos ventos e marés, preferem tentar as aventuras noutras paragens!
Há anos que os Americanos do Norte, tinham um método parecido com o da estiva, para suprir as faltas de Enfermeiros. Estes esperavam na portaria dos hospitais que lhes dessem mais um dia de trabalho, pago à hora. Pagaram caro, em termos de qualidade de cuidados, tratar os Enfermeiros como estivadores.
Hoje, não só tendem a aumentar a contratação de Enfermeiros a médio e a longo prazo, como passaram a pagar-lhes em dólares/ano, que é o escalão máximo de quem recebe uma retribuição pelo seu trabalho.
Os outros escalões são: dólares hora, dia, semana, mês, ano. Esta escala reflecte o menor ou maior reconhecimento pelo valor do trabalho de cada um. 
Em Portugal estamos a pagar a falta de respeito que se tem tido pelos Enfermeiros:
Começaram os campeões da inépcia, por lhes destruir a carreira; seguiu-se a escura criação de outsourcings, bufadas de dentro, se não entregues a cúmplices.
Seguiu-se a substituição dos cuidados de Enfermeiro por discutíveis cuidados Médicos, nos CSP.
Fala-se em reformas a toda a hora, sem se divisar qualquer gesto nesse sentido, pois reformar não é cortar nas despesas, mesmo que muitas sejam supérfluas. Mas não são todas.
Quantas coisas podíamos enumerar que estão mal e se agravam! 
Quem sabe se estes jovens médicos emigrantes não estão a contribuir para reformar o que tarda em ser reformado: 85% da massa salarial total do Ministério da Saúde, são consumidos, exclusivamente com remunerações médicas; isto quer dizer que não há falta de Médicos no SNS; há sim: distorção de funções e competências dos Enfermeiros para garantir uma excessiva empregabilidade Médica, em detrimento dos, já excessivamente exíguos, cuidados Enfermeiros!
Isto se não é, pelo menos parece que se está a brincar com coisas muito sérias, não com nosso consentimento!

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