sexta-feira, 7 de março de 2014

UM CASO DE JUSTIÇA COMPARADA

Excelência,
Assunto: encurtar distâncias, rentabilizar os recursos

É pública a intenção planeada de V.E. em encurtar os tempos de espera dos SIGIC.
Estão implícitos os pagamentos suplementares desta produção cirúrgica adicional: 50% são atribuídos ao hospital, onde se praticam e os outros 50% são distribuídos pela equipa, ou mais bem referido, por parte da equipa que se ocupa dos SIGIC, numa proporção discutível, quanto ao critério percentual, por cada membro.
Entretanto, os Enfermeiros que prestam serviço nas enfermarias suportam, têm suportado o embate do excesso de intensidade do trabalho de recobros dos pós-operados, sem aumento de número de Enfermeiros e sem qualquer remuneração adicional, ao contrário do que acontece, com os restantes elementos da equipa.
O argumento débil é: as camas são as mesmas, ocupadas ou desocupadas.
A fragilidade deste argumento reside na qualidade e quantidade de trabalho. Uma coisa é ter uma cama ocupada com um doente operado há 4 dias, outra, bem diferente; é ter os doentes em número variável a ocuparem durante mais horas as mesmas camas com trabalho mais intenso, onde sobressai a atenção redobrada, para com os doentes em pós-operatório.
Até aqui, esse excesso de trabalho suportado pelos Enfermeiros, sem qualquer incentivo, os da Enfermaria, claro, limitava-se aos fins-de-semana e a uma ou outra transgressão de usarem as horas normais com SIGIC, por fragilidade disciplinar de juiz em causa própria, na trilogia do parte, reparte, maior parte.
Porém, se o espaço SIGIC for alargado, propomos a adequação das condições de trabalho dos Enfermeiros, incluindo incentivos, a melhorar nos Blocos Operatórios e a incluir os Enfermeiros das enfermarias, pois também estes vão ser afectados, como facilmente se depreende e, é chegado o momento, de lhes fazer justiça, para que o sistema não perca por este elo mais frágil e sobrecarregado.
A percentagem a atribuir-lhes deve ser retirada dos 50% atribuídos ao Hospital.
Temos vindo a ser solicitados pelos Enfermeiros para tratarmos da proposta que nos entregaram.
Estamos perante um movimento que tende a reivindicar comparticipação nos incentivos, pelo que desde já, solicitamos reunião com V.E. ou delegado, para expor este problema que deve ser incluído na dinâmica apontada para redução de listas de espera.
Com efeito, sem a motivação deste pessoal, não cremos ser possível a recuperação funcionar a 100%.
Os Colegas visados foram deixando prever que; se as camas são as mesmas os movimentos serão os mesmos e não mais acelerados.
E, quanto a nós, S.M.O. esta argumentação tem lógica, no plano da justiça comparada.
Com os melhores cumprimentos,
José Azevedo (presidente da Direcção do Sindicato dos Enfermeiros – SE)
Porto, 07/03/2014


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