Os Enfermeiros estão muito desmotivados e têm razões para isso.
Até as grandes reportagens dos que emigram servem para os desmotivar.
Talvez alguns dos que ficam não saibam que as escolas privadas nasceram para formar Enfermeiros com vista ao excedente de mão-de-obra barata com 2 fins:
1 - Para a exportação;
2 - Para a privatização dos serviços do SNS.
Vejam, por exemplo, quem são os responsáveis máximos dessas escolas: Enfermeiros ou Médicos?
As que são desta segunda versão, vejam quantas são as que chamam este SE para falar aos alunos?
Com impaciência paciente temos assistido ao esboroar de um edifício que bem desejamos mais consistente. Não obstante, dado os ataques que lhe são infligidos, alguns até por Enfermeiros, que usam a Profissão para fins alheios à ética e deontologia, mas sobretudo à visão da Profissão, como um todo e solidário, expurgada de elementos estranhos à sua essência, podemos orgulhar-nos da obra que ajudámos a construir e que está a resistir a todas as patifarias de que tem sido alvo.
Muitos dos que diziam que não teria interesse ser sindicalizado já estão a regressar, por duas ordens de razões:
1 - Começam a ter problemas mais ou menos sérios nos serviços, onde trabalham, que só a nossa experiência ajuda a resolver; é preciso saber resolver alguns problemas específicos da Enfermagem;
2 - Porque começam a intuir que os ACT e outras regalias, que negociarmos, só são aplicáveis a sócios de quem negocia.
Nem todos se estão a aperceber que o desmantelamento da máquina sindical é uma estratégia dos capitalistas, que estão muito mais bem organizados que os trabalhadores. Tem sido sempre assim, na história do sindicalismo.
Porém, lenta, mas progressivamente os trabalhadores vão percebendo as vantagens de estarem unidos contra o explorador comum: o dono do dinheiro.
Comecem a juntar as pontas:
- Fazer muitos Enfermeiros e recusar a sua admissão, na rede pública, com o que se conseguem dois objectivos; um é o de sobrecarga dos colegas, que estão na rede de cuidados, outro é o de os levar ao desespero e à descrença em si, primeiramente; nas instituições sindicais, depois.
- Vejam quem são os mentores desta estratégia; estão bem visíveis.
Mesmo que queiram estar fora da união, não vão conseguir, porque as circunstâncias vão obrigar-vos à união, mesmo que seja ao diabo, como diz o outro.
Reparem; a força está sempre no colectivo e não no indivíduo. (a não ser que seja Deus).
Conseguiriam as formigas fazer o que fazem para sobreviverem, se não tivessem tarefas distribuídas de forma colectiva e organizada?
Quem as ensinou se não a experiência de que a união faz a força!
Conseguiriam as abelhas produzir o mel, que nos delicia, se não estivessem em comunidade?
É óbvio que não!
Das abelhas nos vem o exemplo contrário; o zângão, cumprida a sua função reprodutora, é expulso da colmeia e vai morrer longe, porque, sozinho, não consegue sobreviver.
Colegas, vamos aprender com quem tem autoridade para nos dar lições, se não quiserem ouvir os nossos avisos, nascidos na experiência que nos orienta.
Com amizade,
José Azevedo
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