{Estudo alerta: os enfermeiros são os funcionários públicos mais mal pagos
Ricardo Nabais |
Os enfermeiros são os profissionais mais
mal pagos do sector público
Shutterstockmal pagos do sector público
Se compararmos salários com o nível de formação exigido para o exercício da profissão, os enfermeiros são os profissionais mais mal pagos do sector público. A conclusão é da historiadora Raquel Varela, coordenadora do Grupo de Estudos do Trabalho da Universidade Nova de Lisboa, num artigo publicado na revista especializada daquele grupo profissional, Enfermagem e o Cidadão.
A degradação profissional acentua-se, ainda, com o aumento dos turnos com horas extraordinárias para se evitar a contratação de novos profissionais
Além das remunerações abaixo da média, os enfermeiros estão ameaçados com a volubilidade das leis laborais. As relações de trabalho já não são o que eram: tal como noutros sectores profissionais, a precarização parece começar a ser regra, acentua a investigadora no referido artigo, citado por um comunicado da Ordem dos Enfermeiros, com profissionais despedidos para serem readmitidos como trabalhadores precários, o que lhes degrada a remuneração e a estabilidade laboral. Passam, nestes casos, “a ganhar em média 30 a 40 por cento menos” de salário.
A degradação profissional acentua-se, ainda, com o aumento dos turnos com horas extraordinárias para se evitar a contratação de novos profissionais. As poupanças a este nível são ineficazes, alerta a Ordem, citando a historiadora – “Os exemplos de investir em cuidados de enfermagem são quase infinitos. E todos eles acarretam melhores condições laborais para os enfermeiros, melhores cuidados de saúde para a população e gestão mais eficiente dos orçamentos públicos de saúde”, diz, e adverte ainda para os riscos da subcontratação e dos serviços privados dentro do Sistema Nacional de Saúde, que “têm criado simultaneamente menos produtividade e mais lucro – tudo à custa dos salários dos profissionais de saúde”.
ricardo.nabais@sol.pt}
Estupidamente, pois só os estúpidos é que têm o privilégio de falar assim, dizem; a culpa é dos Sindicatos, para afastarem os Enfermeiros da sua tábua de salvação...
Por que é que Enfermeiros com 20 anos de profissão estão a ganhar o mesmo, que os saídos, ontem da faculdade: 1201€, embora seja vencimento de não licenciado com uma licenciatura de grau 3 de complexidade de exercício?
Vai ser doloroso e trabalhoso, mas vão ser os Enfermeiros a analisar as causas e;
Feito o diagnóstico da situação, aplicar-lhes a terapêutica eficaz. Só eles, mais ninguém.
Antes de tudo, o velhote, como o outro valentão trata "je, moi", é um dos grandes responsáveis pela criação da Ordem dos Enfermeiros.
Contudo, não teria criado o elefante branco, montado numa super estrutura, parecida com o SEP:
Porquê e para quê?
É para estas perguntas que os Enfermeiros têm de encontrar as respostas reais e aplicá-las, sem ilusões cúmplices.
A Ordem dos Enfermeiros foi criada, como qualquer outra, para regular o exercício da Profissão.
Aqueles que encaminham a capacidade de revolta dos Enfermeiros, às injustiças, para a sua Ordem, onde a afogam, no nada, são os grandes responsáveis, pela fraca reacção dos Enfermeiros às patifarias, que lhes fazem e com as quais alguns Enfermeiros colaboram, porque não tendo nada na mioleira, que produza ideias válidas, deixam-se arrastar, como "cagalhões" rio abaixo, ao sabor da corrente, pela vaidade do penacho e colaboram, às vezes e, felizmente, só alguns, alegremente, com quem os incensa, isto é; os nossos predadores, que encaminham para o deserto, onde fazem explodir, sem consequências práticas, o sentimento de revolta, cada vez maior e mais profundo, que se está a desenvolver na Classe, mas demasiado lentamente, para o nosso gosto e vontade.
Oxalá os novos inquilinos da Ordem tenham a capacidade de reduzi-la à sua dimensão legal, objectiva e concreta, ou seja; circunscrita aos fins para que foi criada, antes que tenha o mesmo coro de críticas com que mimoseiam os Sindicatos, apesar de todos diferentes.
Oxalá não queiram armar-se em fazedores de condições de vida e de trabalho, iludindo os Enfermeiros, com promessas, que não têm capacidade legal de cumprir, para além das meras recomendações de piedosas intenções, num diálogo de surdos; foi assim, nos anos da fraude e da farsa, em que muitos Enfermeiros foram enganados.
Não caiam na tentação de culpar o velhote, seus figurões da treta, por lembrar estas verdades, que, para ele, são mais amargas do que para qualquer outro, que não capte a essência destes desvios da capacidade reactiva dos Enfermeiros, para o deserto, como se fazia, antigamente, aos bodes expiatórios, onde iam morrer, longe, expiando por culpas, que não tinham.
Pensai nisto e vede se faz ou não sentido; não se iludam nem iludam os Enfermeiros.
Não digam, amanhã,que o velhote não avisou!
E não o faz por gosto, mas por necessidade de recentrar a capacidade de luta da Classe, para conseguir as condições de vida e de trabalho a que esta tem direito, por mérito próprio, deixando de ser alvo da chacota e os pobrezinhos da função pública.
Só abatendo os enredos, que nos enredam, podemos aspirar e conseguir uma vida melhor!
José Azevedo
Aqui tendes uma boa fonte de inspiração, que herdamos de José Régio
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo' }
Estupidamente, pois só os estúpidos é que têm o privilégio de falar assim, dizem; a culpa é dos Sindicatos, para afastarem os Enfermeiros da sua tábua de salvação...
Por que é que Enfermeiros com 20 anos de profissão estão a ganhar o mesmo, que os saídos, ontem da faculdade: 1201€, embora seja vencimento de não licenciado com uma licenciatura de grau 3 de complexidade de exercício?
Vai ser doloroso e trabalhoso, mas vão ser os Enfermeiros a analisar as causas e;
Feito o diagnóstico da situação, aplicar-lhes a terapêutica eficaz. Só eles, mais ninguém.
Antes de tudo, o velhote, como o outro valentão trata "je, moi", é um dos grandes responsáveis pela criação da Ordem dos Enfermeiros.
Contudo, não teria criado o elefante branco, montado numa super estrutura, parecida com o SEP:
Porquê e para quê?
É para estas perguntas que os Enfermeiros têm de encontrar as respostas reais e aplicá-las, sem ilusões cúmplices.
A Ordem dos Enfermeiros foi criada, como qualquer outra, para regular o exercício da Profissão.
Aqueles que encaminham a capacidade de revolta dos Enfermeiros, às injustiças, para a sua Ordem, onde a afogam, no nada, são os grandes responsáveis, pela fraca reacção dos Enfermeiros às patifarias, que lhes fazem e com as quais alguns Enfermeiros colaboram, porque não tendo nada na mioleira, que produza ideias válidas, deixam-se arrastar, como "cagalhões" rio abaixo, ao sabor da corrente, pela vaidade do penacho e colaboram, às vezes e, felizmente, só alguns, alegremente, com quem os incensa, isto é; os nossos predadores, que encaminham para o deserto, onde fazem explodir, sem consequências práticas, o sentimento de revolta, cada vez maior e mais profundo, que se está a desenvolver na Classe, mas demasiado lentamente, para o nosso gosto e vontade.
Oxalá os novos inquilinos da Ordem tenham a capacidade de reduzi-la à sua dimensão legal, objectiva e concreta, ou seja; circunscrita aos fins para que foi criada, antes que tenha o mesmo coro de críticas com que mimoseiam os Sindicatos, apesar de todos diferentes.
Oxalá não queiram armar-se em fazedores de condições de vida e de trabalho, iludindo os Enfermeiros, com promessas, que não têm capacidade legal de cumprir, para além das meras recomendações de piedosas intenções, num diálogo de surdos; foi assim, nos anos da fraude e da farsa, em que muitos Enfermeiros foram enganados.
Não caiam na tentação de culpar o velhote, seus figurões da treta, por lembrar estas verdades, que, para ele, são mais amargas do que para qualquer outro, que não capte a essência destes desvios da capacidade reactiva dos Enfermeiros, para o deserto, como se fazia, antigamente, aos bodes expiatórios, onde iam morrer, longe, expiando por culpas, que não tinham.
Pensai nisto e vede se faz ou não sentido; não se iludam nem iludam os Enfermeiros.
Não digam, amanhã,que o velhote não avisou!
E não o faz por gosto, mas por necessidade de recentrar a capacidade de luta da Classe, para conseguir as condições de vida e de trabalho a que esta tem direito, por mérito próprio, deixando de ser alvo da chacota e os pobrezinhos da função pública.
Só abatendo os enredos, que nos enredam, podemos aspirar e conseguir uma vida melhor!
José Azevedo
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Aqui tendes uma boa fonte de inspiração, que herdamos de José Régio
{Cântico Negro
"Vem por
aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!
"
Eu olho-os com olhos lassos,
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou
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Não sei para onde vou
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo' }
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