Correia de Campos condenado a pagar dez mil
euros por injúrias a gestores hospitalares
03/05/2013 - 14:11
Ex-ministro da Saúde
perdeu o recurso da sentença que dava como provado que ofendeu a
honra de dois ex-administradores do Hospital de S. João, no Porto.
“Não é pelo facto de
ser ministro que [...] pode dizer tudo o que quiser”, advertiu o tribunal, Pedro Cunha
O Tribunal Central
Administrativo do Norte confirmou a sentença que condena António Correia de Campos a
pagar cinco mil euros a cada um dos dois ex-gestores do Hospital de S. João, no Porto, que afastou dos cargos quando
era ministro da Saúde , a justiça tinha dado como provado que o antigo
ministro socialista da Saúde ofendeu “a honra, bom- nome e reputação
social” de Fernandes Tato e Carvalho da Silva quando, em 2005, na cerimónia de tomada de posse do conselho de administração que sucedeu a
este dois gestores, afirmou que naquele momento se concluía "um ciclo
de instabilidade infelizmente pontuado por negocismo e alguns laivos de
clientelismo".
Os dois gestores, que
tinham sido nomeados para os seus cargos um ano antes por Luís Filipe Pereira
(antecessor de Correia de Campos no ministério), processaram o ex-ministro. A ação correu por vários tribunais durante anos. Em 2011, o juiz do Tribunal
Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto condenou-o a pagar cinco mil euros a
cada um dos queixosos, num total de dez mil euros de indemnização.
Correia de
Campos – que não quis comentar o acórdão agora conhecido, por ainda não
ter sido notificado do mesmo – nunca se retractou das declarações
proferidas na cerimónia de 2005. No recurso da sentença do TAF, pede-se a
nulidade da decisão da primeira instância e alega-se que o ex-ministro da Saúde
“não se dirigiu nem quis dirigir à gestão dos autores, mas a duas situações com
génese muito anterior à administração dos autores e que vinham perturbando a
prossecução do interesse público colocado a cargo do Hospital de S. João: o
traçado do metro que circulava em frente da entrada para as urgências e a
implantação de um empreendimento imobiliário [da empresa Bragaparques] nos
jardins do hospital”. As expressões “clientelismo” e “negocismo”, lê-se nos
fundamentos do recurso, foram assim usadas para qualificar essas situações.
Sobre o facto de ter
aconselhado o conselho de administração que tomava posse a fazer auditorias à
gestão anterior, o recurso considera que o tribunal retirou “ilações
não-sustentadas”, dado que o ex-ministro da Saúde se referia “ao ciclo gestionário
que se concluía com a tomada de posse, e que gerou as situações anormais
criticadas, e não especificamente à gestão dos autores”.
Negócio polémico
Em causa estava o
negócio entre a Bragaparques e o Hospital de S. João (a empresa explora o
parque de estacionamento, hotel e centro comercial construídos em terrenos da
unidade de saúde) que motivou grande controvérsia na altura. O reajuste ao
contrato inicial de concessão, assinado por outro conselho de administração, em
2002, transformou o hospital de credor em devedor da Bragaparques. O conselho
de administração que lhe sucedeu decidiu não pagar, a presidente foi exonerada,
e os gestores nomeados em 2004 negociaram um acordo de compensação de
créditos – que foi aprovado pelo secretário de Estado de Luís Filipe
Pereira no último dia da campanha eleitoral que conduziu à substituição do
Governo de Santana Lopes pelo de José Sócrates.
O Tribunal Central
Administrativo (TCA) do Norte considerou agora como improcedentes as várias
nulidades invocadas, processuais e outras, pedidas por Correia de Campos.
“Temos de concluir que as expressões utilizadas pelo recorrente de ‘negocistas’
e ‘clientelismo’ no modo, tempo e lugar, são ofensivas do bom-nome e reputação
dos recorridos e não podem reclamar-se de manifestações de liberdade de
expressão ou mesmo de informação, na prossecução do interesse público”, refere
o TCA, determinando que existe um facto ilícito, culposo e danoso.
Por fim, o tribunal
conclui que Correia de Campos violou “os limites do cargo que ocupava, pois não
é pelo facto de ser ministro que no uso da liberdade de expressão pode dizer
tudo o que quiser”, não restando dúvidas de que, “ao proferir aquelas frases no
contexto e nas circunstâncias em que o foram, o recorrente queria e sabia que,
ao fazê-lo, estava a pôr em causa o bom-nome e reputação dos recorridos, ou
seja, a culpabilidade é grave, é dolosa”.
NB - Este foi o Conselho de que fiz parte e que este ministro quebra cadeiras, em obediência ao PS para onde transitou vido lá das extremas esquerdas, do MES, salvo o erro e também demitiu o Enfermeiro Director José Azevedo, que era uma promessa que tinha de cumprir.
É por estes e por outros governantes que Portugal está como está ou seja; que as instituições públicas estão como estão.
Até por estes antercedentes o HSJ tem de ser o maior e o melhor, quando os direitos dos trabalhadores, direitos do mais elementar que há, que vão desde o acompanhar filhos menores, atestados por doença, etc., que parece agradar ao governo...
NB - Este foi o Conselho de que fiz parte e que este ministro quebra cadeiras, em obediência ao PS para onde transitou vido lá das extremas esquerdas, do MES, salvo o erro e também demitiu o Enfermeiro Director José Azevedo, que era uma promessa que tinha de cumprir.
É por estes e por outros governantes que Portugal está como está ou seja; que as instituições públicas estão como estão.
Até por estes antercedentes o HSJ tem de ser o maior e o melhor, quando os direitos dos trabalhadores, direitos do mais elementar que há, que vão desde o acompanhar filhos menores, atestados por doença, etc., que parece agradar ao governo...
Sem comentários:
Enviar um comentário