Desprezados pelo Ministério da Saúde e distantes da política de gestão apócrifa e alheia às realidades concretas, são cada vez mais as pessoas que nos procuram para saberem a verdade das coisas.
Nunca foi nosso hábito manipular ninguém e sentimo-nos, cada vez mais, compensados por essa prática.
Escrevemos, em traços largos o que se passou nas VI Jornadas de Enfermagem do Magalhães Lemos. E para se ver o impacto que as nossas palavras tiveram, eis que dos pontos mais distantes, não em km, porque Portugal é um pequeno rectângulo, mas em abandono, alguém quis saber mais, sobre o porquê de o Ministério da Saúde ter celebrado, ou proporcionado a celebração de 3 Acordos Colectivos de Trabalho (ACT) com a Classe Médica que, à partida, tinha os mesmos simulacros de carreira que os Enfermeiros e, ainda, não ter celebrado nenhum ACT para tapar os muitos buracos que tem a "carreira" dos Enfermeiros, dispersa por 4 diplomas incoerentes e injustos.
O Sr. Secretário de Estado da Saúde tem feito combinas pontuais com o SEP, para manter calados e quietos os Enfermeiros, durante três anos. Foi escrito por ele.
Como compensação, publicou-lhes a portaria da Direcção de Enfermagem, que mais parece uma flauta, para permitir que instale os seus "controleiros" como interlocutores, intermediários, capatazes, porque a "intelligentsia" suprema da "organização", reserva a palavra coordenadores só para Médicos;
quanto ao termo "chefe" esse é para abater, porque aquela gente o que não controla, abate, destrói.
O ruído que faziam à volta destas coisas muito reais e concretas, nem sempre tem deixado ver a verdade e as consequências.
Só que as evidências, já são tantas que nem os "Zéspereiras", com a chinfrineira dos seus bombos, conseguem abafar.
Quando vimos um ingénuo clássico babar-se todo, com os efeitos que recebeu da plateia, quando chamou Presidentes da Direcção de Enfermagem, aos vogais Enfermeiros de conselho clínico de ACES, escolhidos por Médico, de entre os acomodatícios, ao "status quo", fica-se a perceber melhor a enormidade da pequenez de quem representa os Enfermeiros, em áreas como a OE e outras.
Quanto vemos o Presidente do SEP dizer que assim é que está bem (7/12/13 no Lutécia in reunião de associações da Classe Enfermeiro), porque o actual governo não dá garantias de fazer melhor, percebe-se a ingenuidade militante destes anjinhos, que se satisfazem com umas pancadinhas nas costas e saem de mãos a abanar e todos contentes, "sem fazer nem sair de cima"!
O Sr. Ministro da Saúde continua a pretender prestar cuidados primários com Médicos, sem dar conta que está a ser enganado pelos seus conselheiros, que, ou são Médicos ou Farmacêuticos, ou piores do que estes, da firma Correia de Campos e Cª. Ldª.
Ainda não percebeu, ou finge não perceber, por razões que desconhecemos, que os Cuidados Primários são uma área dos Enfermeiros, por excelência.
Meter mais Médicos na rede é criar, ainda mais problemas, onde ainda não existem; é complicar coisas simples; é poupar na farinha e gastar, no farelo.
Quanto mais tempo andar a enganar o Povo, com a versão esfarrapada e inadaptada do "Médico da Família" (nome copiado do Enfermeiro de Família, já do Séc. 19º), só agrava a situação.
Pior; demonstra não saber a diferença entre inventar e/ou curar as doenças.
Opta pela doença da moda: o diagnóstico.
Mas o que o Povo precisa é de cuidados dos Enfermeiros, em continuidade, da periferia para o centro hospitalar e deste para a periferia.
Quanto à doença da moda, o diagnóstico, não nos pronunciamos, pois à falta de melhor; o Povo tem de acreditar nalguma coisa, mesmo que o cancro do cólon não apareça, é preciso rentabilizar o investimento, no material que o despista.
Quantos pólipos não morreriam à nascença, se mantivessemos os hábito de comer as cerejas com o caroço!
Quantos pólipos não morreriam à nascença, se mantivessemos os hábito de comer as cerejas com o caroço!
Vejam as notícias de ontem do DN, onde estão a ser implantadas as 40 hoas semanais voluntárias para Médicos, com 45% de aumento.
Invejoso eu? Não, mas: clamante e reclamante por justiça, num país que deixa umas castas explorarem as outras!
Invejoso eu? Não, mas: clamante e reclamante por justiça, num país que deixa umas castas explorarem as outras!
E não vemos nem ouvimos remadores contra a corrente. Pelo contrário; aprovam tacitamente mais esta enorme injustiça, como se o trabalho deles, que se respeita e admira, fosse mais válido que o doutros, o nosso, por exemplo.
Claro que, já há quem diga que "Deus é a ciência" e volta o problema de saber se se chega, até Ele, pela Fé ou pela Razão.
Como, em saúde, para os ignorantes, a ciência é só dos Médicos, o Ministro da Saúde, parece estar convencido, que apostar nos Médicos, é conseguir 2 em 1: ao mesmo tempo que consegue fornecer, pelo menos, um diagnóstico/doença, aproxima os pacientes de Deus.
Não foi Platão que disse que os corpos são os cárceres das almas?
Não foi o Cristianismo difundido, através do Neo-platonismo, animado pela Patrística Grega, de há 2.000 e tantos anos?
Os éticos da escola dos Cínicos diriam: quanto mais depressa libertarmos as almas do seu cárcere natural, mais depressa voam para o Céu das ideias, de onde partiram para o seu cativeiro.
Ai, Alvim, a vida está a ser assim...Rir, mesmo das coisas tristes, é um bom tónico para a saúde, enquanto não vai ao Médico de família, mesmo que pertença ao grupo dos "sem-abrigo".
Com amizade,
José Azevedo
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