sexta-feira, 7 de março de 2014

O CONHECIMENTO DÁ-NOS PODER DONDE VEM A FORÇA PARA AGIR


O que tem acontecido com os Enfermeiros que suportam o embate dos SIGIC, com as camas sempre ocupadas com pós-operatórios é uma imoralidade.
Mas é assim há anos, desde que Maria de Belém, enquanto Ministra da Saúde montou o primeiro esquema de recuperação de listas de espera.
Lembro-me de lhe ter chamado a atenção para a sobrecarga que os Enfermeiros das camas de cirurgia iam suportar, sobretudo, quando houvesse grandes quantidades de operados a precisarem de vigilância constante.
Lembro-me de ter ido a tribunal por ter revelado um reflexo de uma atitude de mau gosto, em que cirurgião do SIGIC a facturar pagamentos fora do vencimento, aconselhava a Enfermeira de serviço e do seu serviço, a deitar dois doentes na mesma cama, com 90 cm de largo.
A partir desta hipotética brincadeira de mau gosto aparente, que cada leitor dê largas à sua imaginação. Por exemplo, sabemos como é o acordar dos operados e os gestos que fazem e as palavras que o seu inconsciente sugere. Ora 2 em uma, ia ser bonito.
Embora esta experiência não seja inédita, pois tempos houve em que eram 3 e 4 doentes para a mesma cama, que ocupavam, à vez, e não em simultâneo, basta ler a história de muitos hospitais antigos, o sigico ficou fulo por a Enfermeira lhe ter revelado o moral.
E ele queixou-se e o Hospital até lhe forneceu advogado da firma C & C.
A minha testemunha, a principal, que fez a revelação sem nos pedir sigilo, quando se sentiu pressionada pelo sigico até se fez acompanhar de advogado próprio caso o meu advogado fizesse perguntas esquesitas.
O bom senso imperou e a moral do sigico determinou-lhe desistir da queixa, desde que lhe pagasse a firma de advogados e as custas do processo.
Os advogados selaram o acordo e a juiza foi almoçar mais cedo.
Para mim, ficou mais uma lição a reter, acerca do comportamento humano de todos os intervenientes, pois tendo lido várias histórias de hospitais de Paris, sabia quanto doentes estavam indicados para morrerem na mesma cama e não tinha que fazer comunicados específicos.
A Enfermeira que disse a verdade, não tinha que se munir de advogado próprio, pois era apenas testemunha e ninguém lhe ia pedir mais do que a verdade e só a verdade, de que ela e os muitos Colegas, nas mesmas circunstâncias de pós-operatórios múltiplos, sofrem diariamente a pressão dos SIGIC, sem sobretaxas como tem a equipa cirurgica, da linha da frente, pois os das enfermarias também são da equipa.
Para que conste...
Temos ouvido e lido a intenção de Ministro da Saúde intensificar a cirurgia SIGIC para dar resposta aos muitos véus de Penélope que os teares tecem diariamente.
Desta vez vamos mesmo moralizar o sistema SIGIC propondo a extensão das verbas aos Enfermeiros da equipa que atendem os doentes nasd Enfermarias.
Claro que é sobre a percentagem dos 50% que o hospital recebe, por cada SIGIC, que vamos actuar, para não perturbar os outros 50% que são distribuídos pela equipa da frente, a que actua nos blocos.
Hoje mesmo oficiámos ao Ministro da Saúde esta necessidade de justiça, que os anos  de esquecimento justificam plenamente.

Mas para sabermos o que é moral temos de saber o que são os valores que a enformam.
E para sabermos o que são os valores podemos ler abordagens simples sem ter de trepar aos confins da axiologia que é a ciência que se ocupa deles. Esse é um discurso interessante, mas ler o texto de apoio que aqui deixamos é a nossa proposta.






Com amizade,
José Azevedo

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