É neste contexto que vamos publicando alguns pedaços de textos que vamos respigando, aqui e ali e que nos parecem ter alguma utilidade, quando lidos.
Na senda dos costumes: valores, moral, ética, está contida uma infinidade de coisas, que, adequadas à nossa realidade, dão-nos um poder que nem sempre é perceptível aos que as conhecem suficientemente bem.
Por exemplo;
A licenciatura de Enfermeiro é um valor que alterou profundamente o grau de responsabilidade do licenciado e o carácter da Profissão.
Antigamente, até 1990, o paradigma da chefia de Enfermagem era a corresponsabilidade, na acção do subordinado.
A prática da Enfermagem era entregue a pessoas com graus diferentes de autonomia: os Auxiliares de Enfermagem dependiam da responsabilização dos Enfermeiros e todos dependiam da do chefe, hierarquicamente responsável pelo comportamento profissional de cada subordinado; Enfermeiro e/ou Auxiliar.
Com o Enfermeiro licenciado toda esta relação se alterou, quando e onde se entende, que o chefe já não é o responsável pela execução de cada Enfermeiro, pois este tem a competência de executar cuidados de Enfermagem, autonomamente e responder pelos seus benefícios e malefícios.
Nem toda a gente se tem apercebido desta mudança radical e mantém o paradigma de comportamento anterior à licenciatura como se esta não tivesse acontecido.
Vamos insistindo nestes temas, para corrigir erros clamorosos a que vamos assistindo, decorridos 24 anos.
O problema de D.Quixote foi o mesmo: lia o real através do paradigma da analogia, quando já imperava o paradigma da ciência, da "mathesis universalis". Por isso a leitura do real lhe saía distorcida: os rebanhos eram exércitos, os moinhos eram castelos, etc. (ver "As Palavras e as Coisas" de Michel Foucault, tradução edições 70).
Algum apoio para leitura e reflexão:
________________________________________________________________________________
Sem comentários:
Enviar um comentário