quarta-feira, 29 de outubro de 2014

OS MANDÕES AINDA NÃO DERAM CONTA QUE AS USF SÃO BARRETE VERMELHO CAMPESINO QUE NÃO DÁ

Acho que não ê mesmo possível ter esse ordenado bruto, mesmo antes dos cortes, cumpro todos os pontos previstos no mail do Henrique excepto 20 domicílios por mês, o máximo que fiz foram 8 ou 9 e excepcionalmente, mas garanto que mesmo com 20 domicílios que valem 600 euros, não ganharia isso . 

No dia 18/08/2014, às 12:10, Henrique Botelho <hmbotelho@gmail.com> escreveu:
A maior das sacanices, para além de algumas inverdades como já aqui identificou o Alvarenga, relaciona-se com o facto de se apresentarem as remunerações em valores absolutos. E isso não é inocente porque é exactamente isso que fica na memória da maioria dos leitores. Como não é inocente dizer, em letras pequenas ao lado do enorme título, que tal apenas se dirige aos médicos no topo da carreirase cumprirem objectivos.

Para que o valor ILÍQUIDO se aproxime dos € 10.000 anunciados é necessário que cumulativamente se verifiquem as seguintes condições:

1 - O médico for assistente graduado sénior (lugar dependente de vaga e não de acesso livre na carreira)
2 - For coordenador de USF Modelo B (só existem 191 (47,6% do total das USF))
3 - Atingir 20 UC entre lista de utentes (máximo 9 UC) e Actividades Específicas.
4 - Se realizar o máximo de domicílios (20/mês)
5 - For orientador de formação

Sobre este valor, que só estará acessível a alguns (poucos), incidem as retenções na fonte que ultrapassam os 50%, mais os acertos anuais em IRS.

Ou seja, no limite e para muitos poucos médicos, com um acréscimo de trabalho muito considerável, qualitativa e quantitativamente, o máximo que um destes médicos pode efectivamente receber serão cerca de 4.500 €.

Convirá dizer ainda mais algumas coisas: 
1 - Que as eventuais carteiras adicionais (acréscimo de trabalho) previstas no DL 298/2007 são quase inexistentes.
2 - Que as HE médicas realizadas (acréscimo de trabalho) em USF são muitíssimo mais reduzidas que nas UCSP.
3 - Que os médicos oriundos do regime de 42h DE, que devem ser cerca de 60% (há uns anos este valores eram públicos e monitorizados mensalmente), reduziram o seu salário base, aceitando o risco e desafio dos suplementos e compensações do Modelo B.
4 - Que antes das USF Modelo B haviam (e ainda há) médicos a usufruírem remunerações superiores à custa de HE nocturnas efectuadas em serviços de muita duvidosa utilidade (não integram a Rede Nacional de Emergência / Urgência). Ou será que já todos se esqueceram que essa foi a principal razão pela qual as USF nunca foram atractivas em certas regiões do país ? (Sublinhado e pintado nosso, do SE.
{NB: onde se lê...modelo B havia(m)...deve ler-se havia porque o verbo haver no sentido de existir, é impessoal, não se conjuga.}

Mas a imagem que passa é a de um país pobre e falido, onde os médicos trabalham pouco e usufruem salários milionários. Assim se contribui para desacreditar profissões socialmente estruturantes (médicos, outros profissionais de saúde, dentro e fora do SNS, professores, ...), fazer baixar o valor do seu trabalho e ir adubando cada vez mais o terreno para entregar mais esta "área de negócio" aos grandes empreendedores multinacionais.
  
A redacção do CM está farta de saber tudo isto, mas de nada lhes não interessa. Redactorial, financeira e politicamente.

Henrique Botelho 
___________________
hmbotelho@gmail.com
+351 91 7 32 33 05

Semearam ventos e estão a colher tempestades.
Só de incentivos fixos recebiam os BB a módica quantia de 4370€€/mês, mais a bolsa, essa por fora, além do salário base, o que soma até mais do que escreveram.
Diz Henrique que reduziram a metade o vencimento base. É ele que diz...
Mas se os incentivos herdam o Regime Remuneratória Experimental (RRE) não deviam os BB receber um €, sequer, de vencimento.
O que se sabe neste SE é que 85% da massa remuneratória do Ministério da Saúde é destinada às múltiplas variantes salariais de Médicos.
Sobram 15% da verba que se destina às poucas variantes dos outros trabalhadores todos, onde estão incluídos os Enfermeiros.
Convém não esquecer que os Administradores da Saúde (instituições da) a todos os níveis são os Médicos.
Vá lá, Sr. Henrique, contem a história direitinha pois o CM limitou-se a respigar o que a auditoria do TdC publicou com dados fornecidos pelas várias instituições pagantes que vão desde as ARS's até à ACSS, cujos relatórios estão escritos pelos responsáveis por esses Departamentos.
No que toca aos Enfermeiros será a proporcionalidade das tarefas o inverso das remunerações:
85% das tarefas executadas e a executar são para Enfermeiros e 15% para Médicos e outros?
Ora analisem bem.
A moral desta história é: "quem não berra não mama", por isso escolhem enfermeiros caladinhos e acomodados, com certificado de garantia, para ocuparem lugares de pseudo-comando, para garantirem que o leite nunca falta na teta dos Médicos.
Querem outro exemplo?
Como são pagas as horas extraordinárias dos Médicos?
Como são pagas as horas extraordinárias dos Enfermeiros?
Quem se lembrará ainda, de que fui posto fora do cargo de Enfermeiro Director do Hospital de São João para que fora eleito com 70% dos votos, a meio do mandato, por Correia de Campos, numa 3ª feira, com data a partir de 6ª anterior, porque no domingo, tinha deixado de ser ministro da saúde, a pedido de Jaime Duarte, com um aldrabado processo feito por Maria do Céu Calheiros, minha antecessora. 
Sabem qual era a causa?
Exigi que as horas extraordinárias dos Enfermeiros fossem pagas em dinheiro que correspondiam a 16% do total, enquanto as dos Médicos correspondiam a 79% e todas pagas em dinheiro. Os restantes 5% eram de outras categorias. Sabem que nunca pagaram essas horas nem em tempo nem em dinheiro?
Depois esse Correia de Campos ainda por recompensa da sua infâmia, acusou-me de ter semeado inúmeros horários acrescidos, quando tinha sido a referida Calheiros que os atribuiu, com fins eleitorais, antes do mandato em que a substitui.
Mentirosos, não se esqueçam que tenho as provas!
Infelizmente são os Enfermeiros que estão a pagar os efeitos destas políticas de encher o bolso aos Médicos, que pelo andar da carruagem, já estão a criar pretextos para passarem os 85% para os 90%, reduzindo os 15% a 10%.
Mas como diz o índio: "sossega, jacaré, que a lagoa vai secar".
Se têm tanto prejuízo, assim, por que não optam por permanecer com o vencimentos base como têm os das USF modelo A e C?
E quando eles , os mandões, chegarem à pergunta: [por que são arredadas da formação das USF Enfermeiras conhecedoras dos doentes e da geografia e vão aliciar outras, a quem nem sequer actualizam os vencimentos como a lei determina?]

Nós, aqui, no SE, atentos às causas e consequências destas coisas, podemos fornecer alguns dados importantes para os auditores escreverem, ainda mais coisas, sobre o "método A,B,C".
Com amizade e muita atenção aos ventos, que passam,
José Azevedo

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