sábado, 14 de dezembro de 2013

TRÊS É A CONTA QUE DEUS FEZ - NÚMERO PERFEITO

Três são os objectivos primordiais, para o próximo trienio, do renovado Bastonário da Ordem dos Médicos Prof. DR. José Manuel Silva, nascido em Pombal, a saber:
[1 . Lançar o debate sobre a proletarização dos Médicos e da Medicina, que é particularmente prejudicial aos doentes;
2 . Discutir a contratualização a nível dos cuidados de saúde, porque estão a ser impostos cortes, metas e indicadores, por vezes insuportáveis e inatingíveis;
3 . A 3ª prioridade é fazer, no próximo ano presidências abertas (soaristas), para avaliar o que se passa no terreno e divulgar as dificuldades dos Médicos, (1) dos Doentes (2) e do e do Exercício da profissão(3). ] - Começa e termina em regra de 3. Faz lembrar o outro, que apontava os 3 pontos com os dedos e, depois, saíam; 2 ou 4. Não é o caso.

Vale a pena a cada cidadão reflectir, particularmente, àqueles, que, como nós, por dever de ofício, têm interesses directos na coisa.
Há uns anos, 30 mais ou menos, um Médico, que ia reformar-se, com uma pensão de 1.200$00, atribuída pela Federação das Caixas de Previdência, de que era empregado,  meteu o pescoço debaixo da roda de um comboio, que passava na estação de ermesinde, e morreu disso. Este episódio9 trriste e lamentável alertou a Classe Médica, que, a partir de então, começou a pensar na reforma, em termos diferentes dos que se pensam, hoje, e as liberdades da tripa forra, até permitiam, que deixassem as fábricas, onde os Médicos eram consultores e exigissem, ao governante, que os contratasse, em exclusividade e horário prolongado, para beneficiarem da regra dos últimos vencimentos, usada como base do cálculo da pensão milionária. (não acusem somente os agrícolas de beneficiarem de reformas sem terem feito descontos, há estes casos, também). Portanto, o corte do fato à medida, já vem de longe.
Como não há bela sem senão... Para haver uma reforma choruda, segundo a forma de cálculo percentual, independentemente dos descontos efectuados, a Classe caiu na proletarização fictícia, tâ fictícia como a que foi a interrupção das outras actividades liberais não contratualizadas pelo SNS, que é como quem diz; atirou às urtigas, por uns dias (?) o exercicio liberal da Medicina. A Ordem que, na essência, se destina a controlar esse exercício liberal, perdeu o sentido, pois a Classe passou a estar ao abrigo da IGAS e dos respectivos procedimentos disciplinares. A deontologia da Ordem não faz sentido, pois o estatuto disciplinar da função pública bafa isso.
Auguramos um grande êxito a esta discussão!
Se como diz o Sr. Bastonário JMS "a proletarização dos Médicos e da Medicina, que é particularmente prejudicial aos doentes", não é difícil prever em que sentido se encaminha a discussão e prever o resultados: o regresso à liberalização do exercício, até porque o actual ministro está a meter-se pelas acumulações dentro ao ponto desse facto já ser notícia de jornais da especialidade e notícias como estas obrigam a pensar na proletarização fictícia, que permite este descontrolo.
Será que vamos ter médicos fora dos mapas dos Centros de Saúde e dos Hospitais, avençados para quando forem necessários, como já fazem noutros países sem medicocracia clínica?
Desejamos, sinceramente, bons resultados nesta iniciativa, pois é a forma mais correcta e eficaz de compensar o mérito de quem o tem realmente e não é com incentivos milionários e injustos, no contexto, que dignificam os cuidados.
Basta ver as manifestações espontâneas dos Centros de Saúde, onde saiu Médico e comparar com a falta delas, nas enormes e aberrantes carências de Enfermeiros, para se perceber de onde sopra o vento.
Cooreia de Campos para manter uma clientela, que até diz que ele percebe muito de saúde (o que eles inventam para levarem a água ao seu moinho!), fez uma série de alterações nos diplomas que regem os CSP.
Pela localização das USF - B no território nacional, podemos ver a influência da Associação das USF e do seu criador e presidente.
Pela militância dos seus prosélitos podemos ver um dos critérios de exclusão de muitos com o peregrino argumento de não serem medicofamiliares, a tal generalidade feita especialidade, para bacoco acreditar.
Pela exclusão de muitos Enfermeiros e pela captação de outros, nos Hospitais, que, agora estão a abandonar, sem sequer os ajudarem a que tenham, no mínimo, os mesmos direitos aso salário, que teriam se continuassem no Hospital, muito pelo contrário, também se pode ver a estratégia do peixe que come o isco e...
Este é um assunto que merece todo o apoio ao Sr. Bastonário daqueles que sentem a necessidade de emendar os erros que se têm cometido, com a pseudo-proletarização da Classe Médica.
Antes que nos perguntem que temos nós a ver com isso, nós respondemos.
O bolo está a ir parar às remunerações dos Médicos na proporção de 85% da talhada;
Para todos os outros a fatia é de 15%;
Não é absurdo supor que só alguns 7 ou 8% é qu7e se destinam, que deve ser o que sobra na tarilha de 15% de todos os outros funcionários não-médicos e onde estão incluídos os Enfermeiros.
Se esta não é uma razão forte para nos intrometermos nas ficções laborais dos Médicos, não antevemos outra mais realista.
Até o Zé comum diz: «tanto tens, tanto vales; se nada tens, nada vales».
Todo o resto são palavras sem coisas, discurso vazio.
E nós não podemos perder tempo com inutilidades.
Vejam... [I]

Vejam [II] como o Sr. Maestro segura a partitutua da música, que está a ensaiar. A batuta está na outra mão, que não se vê, na fotografia. 




Mas não ficamos, por aqui.
Se a "proletarização" dos Médicos e da Medicina, é prejudicial aos doentes e à Medicina, quem é o espírito ruim, malfazejo, que comete 2 erros em 1?
Por que não dar razão a quem pretende "desproletarizar", os Médicos e a Medicina, mesmo que o Sr. Presidendente das USF fique ideologicamente, mais fargilizado?
Ou será que ainda não perceberam?
Enquanto o modelo de assistir e controlar a prestação de cuidados não for racionalizada; quando um coordenador médico de camas de "cuidados continuados" que nem sequer devia estar próximo dessa continuidade de cuidados de Enfermagem, se avespinha por a Enfermeira dar ao director Enfermeiro o número de camas vagas, sem perguntar ao exmo. coordenador, ao ponto de a proibir, é caso para perguntar duas coisas:
1ª - Sendo certo que a continuidade de cuidados a que a ignorância de Luís Filipe, na matéria, classificou de "cuidados continuados" são cuidados de Enfermagem, sem muleta.
2ª - Estas e outras tarefas a ocuparem o precioso e dispendioso tempo do Médico, revelam bem a necessidade de racionalizar, racionalizar, racionalizar tudo isto.
Talvez a desproletarização do Médico e da Medicina produzam a reviravolta que se impõe no tipo de Unidades assistenciais, pois está mais que provado e comprovado que as mais eficazes e rentáveis em termos de custo/benefício, são as UCC, apesar da perseguição, que fazem aos seus elementos e da pobreza com que são tratadas, comparativamente.
A UCC é  a célula embrião ideal dos CSP.
O que é difícil é perceber por que tarda tanto a sua proliferação. Até a malfadada troika as aconselhou, pois erros de tradução de conveniência traduziram USF, onde deviam dizer UCC, dado que são estas que germinam por toda a Europa, para não sairmos do continente europeu. E são as que troikos conhecem.

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