segunda-feira, 18 de agosto de 2014

HISTÓRIA DA ENFERMAGEM [ 2 ]

Nesta perspectiva histórica há muitos motivos para mobilizarem os Enfermeiros para gostarem da sua Profissão com um lugar próprio que nem é de complementaridade bacoca nem de subserviência a qualquer outro profissional de saúde.
Veja-se com que limpeza FN reduziu a mortalidade nos soldados de 42,7% a 2,2%.
Estava em evidência e confronto a ciência e arte da Enfermeira com a ciência e arte do Médico.
Essa vitória é conseguida só com a arte Enfermeira, porque se operou 6 meses depois de Florence ter chegado à guerra e porque, sendo a inventora da estatística, pode-se saber as diferenças entre estas duas grandezas. Mas não se ficou por aqui; obrigou os Médicos a serem organizados e metódicos, para o que criou o processo clínico.
Depois de toda a sua experiência e saber seria normal fazer escola.
Os invejosos a fagócitos dos nossos créditos profissionais eram os mesmos em 1860 que são em 2014.

A ESCOLA DE F. NIGHTINGALE




Florence Nightingale desenvolveu o 1º programa organizado de formação para Enfermeiras. 
A " Nightingale Training School of Nurses" foi inaugurada em 1860, como instituição educativa independente financiada pela Fundação Nightingale (lembrem-se que esta Fundação foi criada com uma subscrição pública pelos soldados e povo inglês, como agradecimento a Florence pelas mortes que evitou com a sua arte).
Foi nomeado um conselho de personalidades para administrar a fundação e negociar a criação da escola. Os membros investigaram os hospitais existentes em Londres e elegeram o St. Thomas's Hospital, cujo oficial médico residente, R.G.Whitfield, era simpatizante do projecto e cuja e cuja parteira, Mrs. Wardroper, se destacou pela sua rectidão, devoção irrevogável à sua tarefa e participação na supressão dos maus tratos nos hospitais.
Uma esmagadora maioria dos médicos de Londres opuseram-se ao projecto.
Dos 100 médicos interrogados, só 4 se mostraram a favor da escola. Só 4...
Havia, também uma forte oposição dentro do próprio St, Thomas's Hospital, encabeçada por John Flint South, um veterano cirurgião consultor.
South opôs-se com veemência à escola e publicou um panfleto; "Factos relativos às Enfermeiras hospitalares" (1857), em que afirmava: "no que respeita às Enfermeiras assistentes de sala, estão numa posição muito similar às assistentes de lar, e necessitam de poucos ensinamentos mais, além da preparação de cataplasmas."
A delicada saúde de Miss Nightingale impediu-a de se encarregar do programa, mas actuou como principal conselheira durante muitos anos.
O objectivo da sua escola era preparar Enfermeiras hospitalares, Enfermeiras distritais para os doentes pobres e Enfermeiras capazes de formarem outras Enfermeiras. Por consequência, as estudantes iam tanto aos lares como aos hospitais para cuidarem dos doentes e suas famílias e ensinar-lhes como preservarem e manter a saúde. (As organizações profissionais deviam processar a Missão do Dr. Pisco por usurpação de título de Enfermeiro de Família que vem de longe (registada desde 1860)
A duração do programa era de um ano, período depois do qual as Enfermeiras entravam a fazer parte do pessoal do hospital durante um período de 2 anos. 
Distinguiam-se as simples estagiárias de Enfermagem e as "senhoras Enfermeiras", um reflexo da consciência de classe britânica. As primeiras provinham de níveis culturalmente baixos e as suas despesas eram cobertas pela Fundação Nightingale; as segundas eram senhoras de sociedade, que pagavam os seus próprios gastos (quotas de ensino ou propinas) e esperava-se delas que chegassem a ser futuras parteiras (ver os primórdios da parteiras em Portugal, cuja formação era feita nas faculdades de medicina).
As graduadas deste programa estavam destinadas a lideres de Enfermagem à escala internacional.
Uma vez disponíveis eram de imediato por outros hospitais.
A Escola Nightingale foi duma enorme omportância para a Enfermagem. Serviu  de modelo para outras escolas, enviou as suas graduadas a países estrangeiros e elevou a Enfermagem da degradação e a desonra à categoria de profissão respeitável para as mulheres.
A abertura da escola supôs a inauguração de um novo estilo de vida para as mulheres.
Havia desaparecido para sempre, pelo menos em Inglaterra o reinado de Sairey Gamp Y Btetsy Prig. Um pequeno livro de 77 páginas escrito por Florence  "notas sobre Enfermagem" (1859) revestia um interesse especial para as Enfermeiras.
Utilizou-se na escola de Nightingale como noutras muitas escolas fundadas por Enfermeiras  que estudaram ali. Em 1860 reeditou-se o livro, ampliou-se e traduziu-se em italiano, alemão e francês.
A preocupação pelo escasso  número de cópias disponíveis levou a uma reimpressão em 1946. Os princípios fundamentais que estabelece este livro continuam válidos na actualidade como o eram quando foram escritas. O seu alcance descreve-se no prefácio.
"As seguintes notas não pretendem ser em absoluto uma norma de pensamento que possam utilizar as Enfermeiras para aprenderem a sê-lo e, menos ainda um manual para ensinar-lhes os rudimentos do cuidado. Simplesmente interntam ser referências de pensamento para mulheres que têm a seu cargo a saúde doa outros. (Nightingale 1859, pag III)

Depois de fundar a escola, Miss Nightingale viveu ainda 50 anos até à idade dos 90 anos. Este meio século dedicou-o a ua actividade constante e frutífera. Morreu em Agosto de 1910 e foi sepultada no panteon familiar de East Wellow, perto de Romney, em Hampshire. Uma pequena cruz com as suas iniciais e datas indica o lugar da sua campa. A família negou-se a sepultá-la na Abadia de Westminster de acordo com a vontade de Nightingale.
Dedicaram-lhe monumentos em vários lugares do mundo: Londres, Derby, Milbank, Florrença e Calcutá. assim como na Catedral de São Paulo, St. Thomas's Hospital, o Royal Infirmary e a Catedral Episcopal de Woshington DC. Nesta última se encontra o conhecido "janela grande de Nightingale", uma vidreira chumbada composta por seis paineis que representam os acontecimentos da sua vida.
Não é necessário rever todas as "causas" a que se entregou Florence para poder apreciar o seu papel como força criativa. Era um memorando vivo dum tipo de pensamento que influiria para sempre nas directrizes da Enfermagem. 


A linhas divisória entre a velha e a nova Enfermagem é a demarcação entre a Enfermagem pré- Nightingale e a Enfermagem Nightigale. Da mesma forma que Hipócrates, (460-360 a.C) foi  o pai da medicina, Florence  Nightingale (1820-1910) foi a fundadora da Enfermagem; assim, a medicina sistematizada é uma arte antiga, enquanto que a Enfermagem organizada é uma arte recente. Miss Nightingale modelou uma nova profissão extraída de séculos de ignorância e superstição. A grandeza e a bondade de Florence Nightingale combinaram-se para emancipar a mulher da maldição de não poder encontrar o seu trabalho; Florence Nightingale deu à mulher a bendita tarefa da Enfermagem formada para a humanidade. (Rbinson, 1946; pág. 129)

NB: não nos faltam motivos de orgulho para deles extrairmos a força necessária para vencermos os que querem fazer da Enfermagem uma profissão subsidiária e complementar, retirando-lhe toda a autonomia que é a fonte  da nossa razão de ser.
Se Deus os não fizesse tão estúpidos não tínhamos mais um desafio pela frente, que temos de vencer.
Com amizade,
José Azevedo 






















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