quarta-feira, 8 de outubro de 2014

AS AVENTURA DO CASAL MENDES

Quem os promoveu a chefes, já deve ter um lugar, ou pelo menos contrato, reservado no inferno, para toda a eternidade, no conceito mais rigoroso, que se tem de inferno.
 Se não fosse a minha humildade franciscana, porque fui, felizmente, educado em parte, por franciscanos, meus vizinhos e educadores, sentia-me envaidecido, até ao infinito, por no concurso a cujo júri presidi, para 15 vagas, no Hospital de São João, ficaram fora dos 15.
A minha dose de perspicácia para o conhecimento instantâneo de avaliador, dizia-me que, para chefiar Enfermeiros o casal não presta. A dúvida é: qual o pior?
A maioria das queixas sobre absurdidades que o casal comete, mais ela do que ele, Talvez, e só, porque ela está mais tempo, no serviço o que lhe dá, para fazer mais asneiras, por minuto do que a ele, que foge do serviço, como o diabo da cruz, certamente para ir venerar quem o colocou na categoria, provavelmente, outro/a I.U., fauna que predomina, nas chefias muitas das quais tiveram de jurar fidelidade ao grande arquitecto (parece que é essa a natureza da divindade).
Num ou noutro caso de maior sensibilidade, até me excomungaram.
Mas vamos a factos:
Fecharam uma das medicinas, a 4, por falta de pessoal, dizem e é mentira esta desculpa, porque não faltam Enfermeiros sem emprego e os Enfermeiros são a base estrutural e de sustentação duma Enfermaria. Sempre foram, pois até é daí que lhes vem o nome. Basta ver como dizem Enfermagem os espanhóis.
Em vez de adoptarem o beliche, como meio de clinicar ou acamar doentes (clinico que dizer acamado e vem do grego klinikós) puseram as camas umas ao lado das outras, com dois inconvenientes , que Mendes, o irresponsável, não viu e devia ter  visto e previsto.
1 - Os perdigotos que o clínico do lado lança, na atmosfera, voam sem perda de altura, dada a proximidade, e pousam no fonhiço/focinho indefeso do vizinho do lado.
Se o júri que o avalizou para chefe lhe tivesse perguntado: cama o beliche?
A resposta teria sido: cama.
A que distância uma da outra?
Deixa lá ver... 2 palmos, responderia o inteligente, como se pode inferir pela sua prática actual.
É desprestigiante, para ambas as partes, ver as Enfermeiras mais favorecidas de nalgas,  roçarem-nas nos narizes dos clínicos em decúbito lateral, para aquela banda, em que a Enfermeira se curva inevitavelmente, para prestar assistência ao clínico do lado.

2 - A lei dos subsídios de alimentação determina que os turnos com, pelo menos meio turno de serviço (4 horas) dão direito a um turno.
O que será preciso é perguntar ao grupo dos inteligentes, que Mendes integra: a quantos subsídios tem direito um Enfermeiro/a que engata um turno noutro?
Estamos a vê-los usarem a regra de 3 simples e calcularem: se 4 horas dá direito a um subsídio, 16 horas de serviço dá direito a 4 subsídios ou 1.
4, porque 4x4=16. E se 4 dá 1, 16 dá 4.
1, porque os turnos engatados 2=1, tão juntinhos eles ficam. Além disso não comem, nem dormem, no 2 turno. Mas o mais estúpido é que, para estes inteligentes, 2 turnos engatados perdem a unidade individual.
Está a acontecer isto mesmo no Serviço do meio Mendes: a quem faz 2 turnos seguidos comem-lhe um subsídio.
E ele, com toda a perspicácia ou falta dela, que se lhe conhece ou se induz, facilmente; se o praticante do duplo turno, não estiver no  grupo dos seus favoritos, que criou e admite alimentar, sem reservas, porque é a lógica do casal, não dá um passinho para corrigir a anomalia.

3 - Também não dá mostras de saber que os Enfermeiros têm direito a intervalos, para pausa, maiores ou menores, segundo o tamanho do turno, pois se 7 horas dão direito a 60 minutos de intervalo; 16 horas de turno dão direito a x minutos de intervalo(s).

De tão distraído que andava a adorar quem o fez chefe, nem deu conta que a lagoa está a secar e a tolerância zero aproxima-se para este Sindicato dos Enfermeiros - SE, onde se sabe que a (re)dignificação dos Enfermeiros passa pela exigência de melhores chefias e não o contrário.

POR ISSO O OUTRO, QUANDO, SEGUINDO A LÓGICA PIZZARRICA, PENSAVA QUE CONTROLANDO AS CHEFIAS DE ENFERMAGEM O outro SINDICATO CONTROLAVA A PROFISSÃO, FALTOU-LHE O DISCERNIMENTO, PARA VER O LADO B DA COISA.

Por isso, deste areópago, os avisamos; estamos de olho atento, nas chefias de Enfermeiros, que os escravizam, usurpando-lhes os mais elementares direitos, rebaixando, amesquinhando na pessoa deles, a Enfermagem.
Se não sabem, vão aprender a respeitar os subordinados, para que possamos louvar a sua chefia, que é um dos nossos maiores desejos.
Até vamos lançar cursinhos acerca da arte de bem chefiar, abertos a todas as crenças.
Vamos actuar a 2 planos:
1 - Atacando as chefias que violam a lei;
2 - Louvando os que agem correctamente e se esforçam por fazer bem, informando-se das leis, com direitos e deveres dos seus subordinados.

Com amizade e muita atenção ao nosso Hospital, pois foi nele que fiz 20 anos de carreira (5 como Enfermeiro de Urologia, 10, como chefe das Urgências, 5 como Director eleito pelos e dos Enfermeiros),
José Azevedo

PS - Nas minhas encomendas nunca esqueço de pedir paciência eterna, para as gerações que fundaram a Enfermagem do HSJ.
Se um dia se lembram de armar em fantasmas, como um imitador de fantasma, que cacei, numa noite de ronda, que estes enjeitados anularam sem saberem o crime que cometiam, por carência de visão de perspectiva, que só lhes permitiu ver um lado da coisa,  tão apegados estão ao comodismo desnaturado da categoria mais incómoda, que é a de chefe consciente e bem formado, poderiam assimilar a máxima do ditador Salazar, que escreveu: «Se soubesses quão difícil é mandar ou comandar, passavas a vida inteira a obedecer»! (palavra de ditador).

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