Padre António Vieira escreveu: "Os vivos são pó levantado; os Mortos são pó caído. Tu és pó e em pó te hás-de transformar", para caíres.
Que o povo se irrita ao ver um pouco do muito que vai passar, ainda vá; mas os licenciados, com ordem para matar, rejeitarem o fruto do seu trabalho inútil, ou frustre é mesmo de cabo de esquadra.
O Hospital de Aveiro só tem de construir uma casa mortuária ou dar outro destino aos vivos.
Não devem impressionar-se com os gavetões, porque só congelam e isso não mata, mesmo os mortos.
Um amigo meu, cujo nome omito, para evitar os "paparasi", ao ver os estrato da conta bancária, desfaleceu e caiu.
Veio o INEM composto por TAE e Columbiano e levou-o para o CHSJ.
Como não falava, nem suspirava, nem tinha identificação, foi parar direitinho ao frigorífico, sem ter feito o teste da aguarrás, que nestes casos, toma o nome de "essência de terebentina" e por lá ficou 3 dias, até que a família o descobriu.
Preparou o funeral.
Fez-se o velório, até à meia-noite e fechou-se a capela, deixando o aquecedor ligado.
No dia seguinte, quando se preparavam para a missa de corpo presente, deparou-se um espetáculo macabro: o morto estava sentado, no banco dos veladores e já não foi preciso realizar as cerimónias fúnebres.
Portanto, o que ele tinha era frio.
E ficou gelado, quando viu o saldo da conta.
Ainda bem que isto se passou, no HSJ - urgências.
Se fosse em Aveiro, além de ter sido dado como morto, ainda ia ficar mal visto pelos presentes, sujeito a morrer de verdade, com o mau olhado.
"Ó tu, que de humano tens o gesto e peito,
Se (achas que) é humano matares uma donzela,
Não a mates....agarra-te a ela" (Camões - Inês de Castro)
Com amizade e reflexão
José Azevedo
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