A AGENDA:
1 - como dar as 2 folgas seguidas que a lei determina num serviço que encerra ao domingo;
2 - um AO de vigia a doentes ligados à máquina e chama o sobrecarregado que está noutra sala;
3 - fornecimento de notas biográficas detalhadas, com maior celeridade;
4 - ACT um processo em marcha acelerada, para os Associados do SE;
5 - Greve p.p. e as transgressões à lei: chefe manda grevista para casa e atira com os 12 doentes, com 2 totalmente dependentes para cima de um Associado do SE.
6 - Engodo de dizer que vão dar 1.200 €€ aos Enfermeiros dos 1.020€€, já a partir de Janeiro p.f.
Para o ponto 1 a solução proposta e aceite é dar folgas ao sábado e domingos a uns e domingo e segunda, a outros. Como é sabido estamos na tolerância zero quanto a horários dos Enfermeiros o que incomoda seriamente os que estavam habituados a explorar os horários dos Enfermeiros.
Não aceitamos horas extraordinárias pagas em tempo e/ou não pagas: está em vigor o artº 55º do DL 437/91 que cria os horários acrescidos para voluntários que queiram usar o turno extra, nesse artigo previsto, noutro serviço onde falte um Enfermeiro. Este é um dos métodos que pode ser usado visto que estamos em guerra contra as continuações em serviço aos casos, em que não há substituto, pois a lei proíbe esta medida e os seguros desresponsabilizam-se em erros acidentais por causa horários fora de escala.
O Sr. Dr. Teixeira informou que irá contratar, para a ULSNE, mais 19+20 Enfermeiros com o que pensa melhorar a situação aliviando as sobrecargas.
Para o ponto 2, onde na hemodiálise se usa o AO para estar a vigiar a máquina e o doente, porque só há um Enfermeiro para as 2 salas. Neste ponto, apanhamos de surpresa o CA que vai investigar as causas desta anomalia ilegal e perigosa e remediá-la;
Para o ponto 3 a solução encontrada é o fornecimento de notas biográfica detalhadas para compararmos a situação remuneratória dos nossos Associados em muitos casos erradas com os cortes e paragens de progressão. Já temos encontrado diferenças de muitos milhares de euros. (No Hospital de Magalhães Lemos o outro tentou boicotar um processo semelhante).
Para o ponto 4 estamos a trabalhar a todo o gás, com a ajuda da UGT Bragança, para Pôr em marcha esse plano inédito. Nós não estamos vinculados ao compromisso d'o outro: « O eventual acordo a celebrar deverá prever a estabilidade de concertação negocial com os Enfermeiros num período de três anos» - ler extracto abaixo.
Embora nos fique a dúvida de quem é o maior desenvergonhado e desavergonhado, nesta área, nós temos o caminho livre para negociar o que é de absoluta necessidade para os Enfermeiros, que têm os mesmos direitos que os outros mais os que decorrem da sua actividade profissional de grau 3 de complexidade.
Recusamos, e isso vincamos bem, como carne para canhão.
Para o ponto 5 - Greve e Serviços mínimos, o outro das greves sem conteúdo e muito nexo para desabituar os Enfermeiros de lutar pelas suas causas em degradação progressiva, diz à chefe que a grevista era para mandar para casa.
A balela é a mesma: "o grevista não substitui o não grevista", diz o mal intencionado e/desinformado piquete de greve; é verdade. Mas do outro lado da página diz-se: «Que os grevistas não podem ser substituídos, logo a partir da declaração de greve».
Esclarecemos que o plano de trabalho dos não aderentes à greve é de execução normal, mas o plano de trabalho dos grevistas é da responsabilidade deles e devem entregar a lista dos grevistas a prestar serviços mínimos no seu plano de trabalho.
É difícil de entender isto?
É para quem não usa a lógica e a lei para raciocinar. Tanto mais que estivemos sempre disponíveis para tirar esta e outras dúvidas. Os abusos são tão evidentes e lamentáveis que já nem escala de serviços mínimos fazem porque estes reizinhos da coisa julgam-se donos e senhores de tudo e todos, porque comem e bebem sem crítica os que os seus ícones stalinistas lhes enfiam na mona descerebrada.
Deixamos o aviso e o agradecimento que é devido a uma das vítimas, que evitou as multas da lei porque desistiu da queixa. Mas não abusem!
Para o ponto 6, o outro acena com uma espécie de engodo, aos CIT, que estão abaixo dos 1.200€€, a partir de Janeiro p.f.; vão ser actualizados para essa quantia, pois, até já estão reservados no, orçamento. O CA confirma.
Fingem desconhecer, (ou até são capazes de desconhecer mesmo) que, para essa ou outra alteração aos CIT, tem de haver Contratação Colectiva, para cumprir a lei, e nós não vamos permitir remendinhos de circunstância; preparamos o ACT a que esse grupo tem direito, pois não são 1200, mas sim 2200€, dado estarmos a fazer comparações com outros profissionais, da saúde, mormente Médicos.
E, se, ainda recentemente, em plena crise, houve a possibilidade de retribuir um vencimento de 2740€€, ao Médico recém-formado, tem de haver 2200€€ para o Enfermeiro, que inicia e assim por diante.
Como é do vosso conhecimento, a nossa proposta é o dobro da d'o outro e mantém a distância de 500€€ abaixo da tabela remuneratória médica. Parece-nos justa e um contributo positivo para a "doutoria convencida" do nosso Portugal. Quanto ao mérito do trabalho, de cada grupo, não há dúvidas que se equiparam e completam, nas duas Artes (grau 3 de complexidade na execução); um mais inclinado para o lado da teoria; o outro mais inclinado para o lado da prática, mas completam-se mutuamente, na pessoa do Doente. E um precisa do outro como a unha do dedo: nem um é só essência, nem o outro é só complemento: um não existe sem o outro. E se algum é mais prestável e autónomo, em si, esse é o Enfermeiro.
Foi positivo o saldo da reunião, onde foram fechadas todas as hipóteses, ao oportunismo, por muito tempo.
Visita a alguns locais de trabalho, em Macedo de Cavaleiros, antes da reunião com o CA, em Mirandela, pelas 15 horas.
Foi muito útil a nossa presença para o despertar de alguns colegas que precisam de ser estimulados com uma doses de verdade pura, pois ninguém vai lutar pelos reais interesses dos Enfermeiros sem medo; somente eles podem fazer isso.
Estão criadas as condições para a reciclagem da greve de 1976.
Já nessa altura a tabela dos outros era de 2.500$00 até 5.000$00 e a do SE era de 5.000$00 até 10.000$00.
Mas nessa altura era o "Camarada Vasco Gonçalves que tinha ligação directa, via telefone, com a presidente do Sul e Ilhas SEP"; e era crime propor vencimentos justos para os Enfermeiros.
Sem eles foi possível fazer uma greve a sério (as greves ou são sérias e a sério, ou não se brinca com elas para ter sol na eira e chuva nos nabos) e a nossa proposta venceu.
Escrevemos um livro sobre este acontecimento histórico que todo o Profissional Enfermeiro, que não queira ser enganado, deve ler, sobretudo as dezenas de recortes dos jornais, que nele se inserem, para informação pura e dura.
A situação dos Enfermeiros, passados os anos entre 1976 e 2014, foi-se degradando, degradando; e o espírito de luta dos Enfermeiros foi amolecendo, amolecendo; e o medo foi-se instalando, instalando em alguns, pois verificamos com satisfação que o despertar para a realidade ganha terreno dia-a-dia em progressão geométrica, em ritmo acelerado.
Vamos a eles, colegas Enfermeiros: terminou o recreio!
foto em Macedo [ clique ]
Com muita amizade e respeito pelos que sofrem, e fazem sofrer...
José Azevedo
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